O amor sólido se constrói como uma alvenaria
Tijolo a tijolo, carinho a carinho, no prumo certo
Argamassado de muita esperança e alinhado na fé
E, com muita sorte, a parede fica pronta e de pé
No amor sólido os ventos descabidos do ciúme esbarram
As mais loucas marés das traições tormentosas passam
Tremores de terra virão, furacões de beijos roubados
Tudo se abaterá na forte muralha construída por duas mãos
As fundações serão robustas e de tão fortes enterradas
ficarão
Jamais saberás construí-la novamente, projeto-segredo da tua
vida
Outros construtores vão admirar tua obra prima na engenharia
louca
Não saberão construir com você, técnica que começa no eu e
termina no tu
Está feita a tua pirâmide, forte e alta, perfurando o céu do
amanhã
Tua obra é tão imensa que depois de pronta não saberás o que
tem dentro
Misteriosa construção, do amor sólido como pedra, feito
muito de promessa
A obra agora é tua e, como arte pura, mora no teu coração
ainda vagabundo
Amor sólido... Tão difícil e tão sonhado... Tão tão que
agora é um sim
Um sim não explicado!
Que sirva de exemplo
aos novos arquitetos em novas vidas, jovens amantes
Um não conquistado!
Que seja tão admirado como Paris, rio e curva, vinhos e
queijos
Se mantendo no céu
como a lua, órbita certa e conhecida
Que viva para todo o
sempre do nada que é nossa vida
Que de tão sólido
caiba num simples olhar ou em tua mão
Mulher
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