segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Como um fraco


Como um fraco

 Eu queria chorar
 Lágrimas inacabáveis
Sem som, solitárias
De um homem que não chora

 Como uma virgem eu queria parir
Um rebento que do nada fosse meu tudo
Um filho de Deus, da criação para chorar
 De emoção única, de lágrimas sagradas

Não sei chorar ou choro fraco
Sei não ser tenor d’alma minha
Choro baixinho sem forças
Xoxo

Sou metido a forte
Tenho a força do não chorar
Bobo, como um tolo
Bêbado como um marginal

Não choro por auto-piedade
Por fraqueza maior, sim, de quem brinca
Com vida e dela rir, que não me ri...

Ano novo ano velho


Ano novo ano velho


 Vem o ano novo perseguido pelo velho
O netinho com o avô nas suas costas
Meu presente no cangote sente o passado
O dia vai minguando com a noite, tudo igual...

 Tenho a leve sensação do novo
No novo sinto o carinho do velho
Pai, mãe e passados amigos
O que ficou e não volta jamais...

 Ano novo e ano velho
Velho como novo
Novo como velho
Sem ano nem data

 A vida se repete única
No só pensamento do tudo
E, no nada da existência vejo
Um ano surgir

 Sem desejar um feliz ano novo
Desejo-te um feliz dia novo
Para um presente vivo e eterno
Na ilusão da nossa etérea existência...

terça-feira, 18 de dezembro de 2012


A inteligência da inteligência

 Existe e vou tentar explicar: não basta ter inteligência para ser inteligente! O que mais vejo são pessoas extremamente inteligentes com atitudes burras ou improdutivas. Não basta conhecer, saber fazer ou ensinar, o resultado depende do que chamo de PADE. O “pade” é que vai definir o” pode”, confuso não é? Vamos lá:

- P – Percepção- Temos que observar e perceber o problema que vamos resolver. Esse primeiro passo tem que ser treinado para não começarmos errado. O problema é realmente seu? Tens que interferir ou só observar que outros façam essa ação? Nesse momento devemos segurar o nosso ego e a ansiedade de querer tudo resolver. Quem gosta de resolver tudo não resolve nada, não tem senso de equipe e, normalmente, é um chato.

- A – Análise- Agora que o problema é teu faça a sua análise, use sua inteligência racional e a emocional para tentar acertar a solução. Digo tentar, pois a solução ainda não foi executada e erros ocorrem. É a hora de “brincar” com as variáveis, simular o jogo do” perde e ganha”, ver de trás prá frente e vice-versa e até concluir que esse problema está além da tua capacidade. Simples, seja humilde; e se preciso for, peça ajuda. Não tenhas medo de ser fraco e franco, enfrente as combinações com frieza e julgue.

- D – Decida – Sim. Agora é a hora de dizer sim ou não! Tenha coragem e resolva, mesmo que possas errar, humano é decidir! Ficar encima do muro é a pior atitude.

- E – Execute- Faça. Temos que fazer o que resolvemos. Muitos acham que basta dar a solução e que o outro vai executar (isso é possível), mas dê o primeiro passo! Mostre que sabes e vá direcionando o teu projeto com todo carinho para teu executor ter a certeza da tua certeza, acreditar no sucesso da tua opção. O sucesso é o caminho mais difícil, sempre! Tenha ação nos teus olhos, mostre desejo de ver o produto pronto, administre o tempo e os recursos. Agir é um ato de coragem e será a tua assinatura! Não adianta nada ser um teórico! Faça como Santo Dumont e sobrevoe Paris dirigindo teu avião. Viva a tua aventura do começo ao fim. Desejo-te sorte.

 E agora? O leitor leu, não sei se entendeu e muito menos se gostou. A minha vontade é de tentar passar a ideia que ser inteligente é muito mais complexo do que o título, do que o cargo e que teus méritos conquistados. Inteligente é quem usa o PADE no PODE e não FOGE!

 Rumo ao sucesso!


domingo, 16 de dezembro de 2012




Robert Fripp

      Eu sou um guitarrista e também sou o maior gato! 

       Tem um concorrente meu, um tal de Robert  Flippy (Robert Pattinson ) que é mais chegado às aventuras noturnas, ator de cinema e famoso, dizem que ele é um belo vampiro e tem uma linda namorada (gata toda!); eu não conheço a gata (ainda!) e não gosto desses passarinhos disfarçados de Batman. A gata tenho o maior interesse de conhecer, mas isso será uma próxima aventura, para uma próxima estória. Vou contar a minha agora para vocês.

       Meu pai é um negro gato, malandro, boêmio e o maior conquistador de gatas. Ele encantou-se pela minha pacata mãe e nasci. A vida logo não sorriu para mim e fui largado, bem pequenino, lá na praia da Barra da Tijuca, junto com a “galera” que mora na rua... Ufa, que saudades de mamãe, a fome apertando e eu comendo resto de tudo( sou bom de boca! ), comia pão, lambia as pedras do mar ( salgadinhas que só! ); comia, quando dava muita sorte , um pedaço de salsicha de algum compadecido cliente da Dna Augusta( um quiosque na beira da praia ). Sofria muito com o frio da noite e ,junto dos meus colegas na pedra,vivíamos a vida de gato de rua. Acho que o DNA de papai me fez sobreviver, como um bom malandro, eu ia me esfregando naqueles sapatos e pernas, todo carinhoso buscando um anjo para me salvar... Ela chegou (que bom que era ela, adoro gatas!) e joguei meu charme nela e no cabeludo do lado, quando vi estava passeando de carro! Gente, vida de gato de casa é outra coisa: ganhei colinho, fui num tal de veterinário que disse que a minha barriga não era de tanquinho e sim de verminhos, muitos... Nada entendi e deu uma agulhada no meu “forever”, que não doeu quase nada comparado com as botinadas que levava no mesmo lugar, de gente feia, lá daquela praia já distante.

         Cheguei à minha nova casa, bonita e decorada com minhas cores (preto e branco): conheci a boa vida e dormi ganhando carinhos no ar condicionado!  A comida era de gato chique! Ração balanceada para gatinhos! Rica em vitaminas e sais minerais (só conheço o sal da pedra)! Comecei a comer mais do que cabia na minha atlética barriga. Só como e cago!Durmo também! Vida de gato adotado é muito bom! Brinco muito para aumentar a minha fome! Até... Bem, chegou à verdadeira dona da casa, bonita como o meu anjo, porém brava! Nossa a briga foi feia, parecia com as confusões dos bêbados no meio da madrugada. No dia seguinte meu anjo, cabisbaixa, acolheu-me em seus braços e fui novamente passear de carro rumo á praia... Que tristeza eu sentia, a brisa salgada do mar e a Dna Augusta ficando cada vez mais perto... Meu Deus! Alegria de pobre dura pouco mesmo, vou voltar para acabar a minha vida nas pedras da praia como tantos outros amiguinhos abandonados... Uma curva para a esquerda, outra para direita e cheguei em uma garagem escura. Pegamos um elevador e uma sala grande apareceu! Meu anjo chorava muito, meu amigo cabeludo também e eu nada entendia, até que uma mulher linda como o nascer do Sol lá no deck da praia olhou prá mim e sorriu. Fomos abraçados por essa generosa senhora de coração maior que o mar da barra. Choramos juntos! Eu não! Sou gato “de botequim” e sou macho (o veterinário tocou nas minhas bolinhas! São verdadeiras!), resisti sem chorar.  Agora já se faz uma semana de vida nova. Só não gostei do apelido que um tal de Roberto (meu xará ) me deu: ZÉ ENCRENCA!!!! Por quê??? Sou tão bonzinho... Será que é porque quero subir na mesa? Não vejo motivo! A vantagem é que o meu novo lar já teve uma rainha gata, sim! A Mimi. Nossa, como ela mandava em tudo! Devia ser uma chata mesmo! A dona da casa a deixava subir na mesa de trabalho dela, mexia em tudo e ainda dormia no melhor quarto da casa! Dizem que tomava sopinha todos os dias e nos domingos dividia um galeto com o dono da casa. Vida de rainha é outra coisa. Por mim basta dividir um cachorro quente lá da Dna Augusta que já estou feliz! Sou um gato pobre e de poucas ambições, porém com muito amor para dar. Um sortudo que nesse mundo infeliz de tantos gatinhos abandonados tirei a sorte grande! Vou fazer o melhor possível para alegrar a casa e agradecer com muito carinho aquela mulher iluminada de tanto amor que fez as lágrimas de meu anjo, como num passe de mágica, transformarem no meu novo lar.

 Assinado

 Robert  Fripp, vulgo Zé Encrenca

domingo, 9 de dezembro de 2012

Viva o capitalismo!


Viva o capitalismo!

 Soa estranho mesmo... Eu sempre tive um coração mais forte para a esquerda por motivos familiares e hoje li um artigo excelente na Veja de 12/12/2012 (muito 12 não é?) e quem trata do assunto é o Sr. Kevin Kaiser, que poderia ser ainda melhor caso fosse Kevin SKOL, mas nada é perfeito mesmo. Vamos ao que interessa: o capitalismo como a fórmula melhor de tirar o pobre da miséria! Isso mesmo! E ele pode te convencer, compre a revista.

 Oscar Niemayer morreu poucos dias atrás e leio esse artigo com pena, pois talvez o nosso herói da prancheta ficasse “balançado” com as teorias do sábio economista canadense. Diz lá “O capitalismo ainda está em gestação. Nascerá em breve e, nas próximas décadas, alcançará sua glória”. Acho que o nobre arquiteto ficaria curioso para saber desse projeto. “Segue o culto senhor do Insead de Paris: “Um sistema econômico é bem sucedido quando usa os recursos de maneira eficiente”, e tem mais” Sempre que o capitalismo é introduzido, os pobres ganham acesso a educação, assistência médica, alimento e água potável. O capitalismo tem o poder de libertar os pobres dos governantes. “Esse é o seu propósito” Não é surpreendente? Tire a palavra capitalismo e troque por socialismo ( se quiser vá de comunismo ! ) e corte esse papo de que o governo é que tira o dinheiro dos pobres e terás um discurso de Fidel Castro. Ele explica que o Governo, seja qual for, é sempre insuficiente para promover a riqueza. Como fazer então? Deixemos o capitalismo livre, baseado na capacidade e competitividade. “ O fato da máquina estatal ter o direito de extorquir a população por meio de impostos e nunca achar que já está se apoderando de riqueza demais” , está certo! O governo é sempre quem faz menos e quer mais, guloso e incompetente. Se você tem um negócio tem que cuidar para fazer mais barato e eficiente, gerar lucros e investimentos, criar empregos e crescer, certo? O governo  só mama na tuas tetas colega. Os governantes são, grande maioria, acomodados e os funcionários públicos uns “ espertos” que trabalham pouco e querem as regalias da iniciativa privada. Triste sina de nosso País...

 Ele comenta que quando uma empresa quebra todos ganham. Sim, é verdade. Já o governo nunca vai quebrar, ele toma teu dinheiro e paga as contas. O mundo só funciona com liberdade e competitividade, se um quebra outro aparece para tomar espaço, uma grande massa de empresas se preparando para fazer melhor e com mais eficiência, isso é avanço e todos ganham. “O capitalismo liberta os pobres. Durante séculos reis, rainhas e nobres viviam isolados em seus castelos e palácios. Eram tiranos e concentravam toda a riqueza. Senhores do mercado determinavam os preços de todas as coisas. Se um súdito tivesse uma boa ideia, como vender água potável nas cidades, ele não conseguiria...” Imaginem quantos gênios nasceram e morreram sem tocar suas ideias, sem criar e fazer um mundo melhor. Steve Jobs seria um eterno lenhador, ou morreria no calabouço. O mundo realmente melhorou quando o que você faz será feito melhor pelo seu sucessor ou concorrente! “Os sistemas socialistas viam os empreendedores como criminosos... a vida de todos foi piorando até o ponto que os sistemas se inviabilizaram” Isso é claro como a mais pura das águas! Sem o empreendedor nada se transforma! O mundo viveu anos sob a miséria e tirania dos governantes e poderosos da Igreja. Sim a igreja é a culpada pelo os maiores atrasos da humanidade! Ciência é bruxismo! Como sofriam nossos sábios... “É um perigo quando há muita gente achando que tem direitos adquiridos a produtos e serviços e uma pequena parcela da população trabalha duro para mantê-los” Não é verdade? Todos queremos sombra e água fresca, um bom serviço público, uma belíssima aposentadoria e gratificações! Tem muita gente empurrando a nossa economia para baixo e rindo dos que trabalham. Complicado...

 Ainda tem essa pérola: “Na sala de aula eu costumo segurar um lápis na mão e perguntar aos alunos quantas pessoas são necessárias para fazer esse objeto tão simples. As respostas variam de poucas a milhares. O número verdadeiro é muito maior. O lenhador cortou a arvore no Canadá, o operário refinou a gasolina da motosserra, os brasileiros cavaram fundo para conseguir o grafite e tem os que levaram diretamente para a China. Essa interação complexa entre pessoas assemelha-se a uma dança. Tudo funcionou em mágica harmonia sem que cada um soubesse claramente que estava contribuindo para a fabricação do lápis” Não é fantástico!

 Enfim, gostei dos ensinamentos do professor Kevin e acredito, cada vez mais, que MENOS é MAIS! Principalmente quando falamos de governo. Abaixo Fidel!!!!

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Valorizar



Valorizar

   É dar valor, é ter amigos
       Amigos são bens divinos
          Como o
            Amor

            Dar amor é fazer amigos
         Divinos são os que os tem
      Na amizade
    Eterna

               Amigos são irmãos plantados
                 Colhidos e replantados
                   Dia após dia
                     Valorizados
                       Sempre

                       Ter é sinônimo de amigar
                    Amigar é valorizar
                 Valorizar é ter
              Amigos

              Sempre
            E
              Saborosamente!

domingo, 2 de dezembro de 2012

Você sabe ficar só?


Você sabe ficar só?

Você sabe ficar só?
Nem eu e nem Jesus ficou

Você sabe viver só?
Nem eu e talvez Buda soubesse

Você sabe ficar?
Nem eu e talvez aprenda a namorar

Você sabe?
Nem eu e talvez um sábio explique

Você?
Nem eu sou nem você
A anulação da solidão

Você sabe ficar só?

sábado, 1 de dezembro de 2012

Força interior


Força interior

 Não a tenho e só admiro

Do operário braçal dia após dia
No sertanejo com seu gado morrendo
Na coragem em acreditar no amanhã
Sendo pobre...

 Não a tenho e só admiro

No sorriso do velho abandonado no asilo
Na fé absoluta das freiras isoladas na fé
No amor que promove a adoção humana
Sendo homem...

 Não a tenho e só admiro

O doente que faz a esperança virar vida
Os que podem ver sem enxergar
Os que nunca se conformaram com o mundo
Sendo fraco...

 Não tenho e admiro

O forte dentro do fraco
O rico dentro do pobre
A beleza na absoluta feiura
Na possibilidade do homem bom
Sendo poeta...

 Roberto Solano