terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Está errado MAS está certo !

                                                 Está errado mas está certo!



   Amigos, certas frases que ouvi me marcaram. “Está errado MAS está certo!”, quase um desabafo, uma forma de se livrar de mais um problema, vindo de um jovem engenheiro. Uma coisa é certa: sempre fique atento aos erros e sempre desconfie do que está projetado ou em execução. Engenheiro que não pensa é inútil junto com o que tem medo de problema... Pior! O famoso “Pau mandado”. Vamos ao fato: Vistoriando uma parede de 4 metros de altura notei que as armaduras estavam claramente deficientes, chamei o jovem engenheiro que consultou o projeto (errado estava!) e confirmou que ele (construtor) não estava errado. Olhou meus cabelos brancos, mirou as chamadas do celular, o sol quente e declarou com convicção “Está errado mas está certo! Pode concretar !” Eu olhei para a minha engenheira e meu mestre fez uma cara de quem estava adivinhando o desastre futuro. Não posso e não sou delator, dei o meu recado: Dr. Essa parede vai cair, preste atenção! Consulte seu calculista, ele deve ter esquecido o empuxo lateral da terra, etc... O rapaz atendeu a ligação urgente e virou as costas. Abandonei o local. Triste.
   Seis meses depois, com a obra pronta, uma chuva encharcou o solo e derrubou a parede de 20 m de extensão, sem vítimas, danificando os carros. A notícia chegou e eu gravei a frase no meu subconsciente.
   Já vi vários acidentes em obras, alguns previsíveis e outros misteriosos. Uma coisa é certa: tem que errar muito para derrubar uma estrutura. Olhem para as favelas do Rio de Janeiro, vá à Rocinha ou no Rio das Pedras, lá existem prédios feitos na intuição dos mestres de obra, na fórmula do Chico Buarque “tijolo com tijolo num desenho lógico”, tudo de pé. Trincas aqui, fissuras lá, pilares tortos, vigas desalinhadas, moradia de pobre, sempre com o “ferro de espera” para subir mais um pavimento!
   Outro dia um amigo me ligou “Roberto, sabe aquele prédio de quatro pavimentos que você projetou? Já fiz mais dois! O que você acha?” Eu gelei... Usei meus cabelos brancos e perguntei “o que você colocou lá”?”A resposta como uma bala de fuzil” Máquinas de refrigeração e caixa d’água” E aí? Tudo bem? Não aconteceu nada?” Tudo ótimo, acho que dava para fazer mais um andar...” Loucura! O sujeito é culto e informado, porém tarado por obras e reformas, acredita que eu sou um bom engenheiro e por ser conservador passo uma super-segurança! Arrematou” Lembra do tamanho das sapatas da fundação? Dava para um prédio de 8 pavimentos, calculado por você estou tranqüilo...” Eu defendi a engenharia, as margens de segurança, o tempo já decorrido da obra ( mais de 10 anos), a minha responsabilidade já vencida e o meu desacordo com o feito. Ouvi uma gargalhada... Meu Deus...
   Ontem caiu um prédio que levou para baixo mais dois no centro do Rio de Janeiro. Sorte no azar: era tarde da noite, caso ao meio dia teríamos um quase milhar de mortos! Meu Deus... Não se pode afirmar nada, engenharia não é suposição. Uma coisa é certa respeite a idade das pessoas e das coisas, principalmente as estruturas. Vou colocar um texto do Professor Paulo Helene sobre o ocorrido:

“Prezados Amigos

Bem intrigante e instigante esse colapso.
Se o problema foi a reforma do 9 andar do edifício Alto (20andares) deve
ter acarretado um colapso tipo implosão, o que de fato ocorreu e portanto
é bem lógica essa hipótese e merece ser pesquisada para descartá-la ou
comprová-la.
Não ficou muito claro para mim porque o edifício Colombo colapsou se ele
não tinha nada!
O pequeno do meio tudo bem pois estava no caminho do outro até por força

Do atrito lateral, mas o de 10andares (Colombo) não deveria colapsar.
Muitas vezes vejo colegas se referirem a esses prédios antigos,
construídos com fck de 10MPa e cobrimentos de 1cm e pilares
subdimensionados (frente aos critérios atuais) como "Antigamente Era que
se Construía bem e as obras duravam”
Na verdade ando muito preocupado com a idade de nosso patrimônio
construído.
Moro num edifício de 47anos e idade e todo dia o vistorio e ouço seus
ruídos, dias de vento forte, enfim vivo ligado e tentando ouvir os gritos
da estrutura como bem diria meu amigo Carlos Campos, diretor do IBRACON.”
 

 E então meus amigos, nosso País está crescendo e nunca conservamos nosso patrimônio, talvez por nunca termos perdido tudo como os Alemães em Berlim, ou Hiroxima no Japão. Somos o País do futuro, sem passado, sem cuidar das velhas construções, sem medo de ser feliz! CUIDADO !!!! O primeiro alerta chegou no coração da cidade, enfartou. A cidade não morreu mas tem marquises caindo, pontes em perigo (vide a auto-estrada Lagoa-Barra), prédios velhos como em São Salvador na Bahia, estão caindo. O velho e bom concreto armado tem vida útil sim! Não é eterno! Ele é centenário “o moderno concreto armado teve início após a patente do cimento Portand por John Aspdin em 1824” Respeitem o velhinho! Quando me formei os concretos tinha a resistência de 150 Kgf/cm2 e hoje vamos usando, comumente, 350 Kgf/cm2, isto é 2,3 vezes mais forte! Não comparem as construções antigas com as novas, um Honda civic com um Ford bigode, uma motocicleta Ninja com uma Lambretta, teu barbeador elétrico com a navalha, nem usamos mais a brilhantina... O mundo mudou, para melhor.   Repito, respeitem os velhinhos.
 Não gostaria de trabalhar no centro da cidade por vários motivos e o maior é o medo de cair coisas na tua cabeça: telha velha, reboco, ar condicionado velho, côcô de pombo, marquises e agora prédios... Meu Deus.
 Uma coisa é certa, quanto você paga para uma consulta médica? E para uma visita de um engenheiro na tua casa? Projeto prá que? O porteiro conhece seu Zé que tem o seu Antonio como pedreiro e Chiquinho é um armador de primeira. Vamos ampliar a sala? Que tal retirar várias paredes e colocar uma piscina na cobertura? Esse pilar aqui no meio da sala... Chato isso. Ar condicionado tem que ficar do lado de fora com as tubulações furando as vigas, hoje se fura tudo! Maravilha, bom e barato, engenheiro prá que? O prédio nem projeto têm mais... O síndico é aquela velha chata do terceiro andar. Vamos construir?
 O nosso herói da copa, o Romário, comprou uma cobertura e destruiu o apartamento debaixo: não impermeabilizou o piso, tirou o velho e colocou granito de primeira. Meu pai dizia “Filho, se não houvesse água não havia engenharia”. Vazou...
 Pois é, já tomei teu tempo leitor, mas como engenheiro de estruturas fiz o desabafo, não estou certo nunca, mas se precisar digo “Tá errado MAS tá certo”. Pronto ! Sou moderno! Vou atender meu iphone! Fui!!!!!!!!!



quinta-feira, 26 de janeiro de 2012




Vivemos no melhor dos tempos

 O Dr. Steven Pinker, professor de psicologia de Harvard, fez um entrevista publicada na revista Veja de 04/01/20112 que é interessante, intrigrante e inteligente (três “is”). Algumas frases me fazem pensar no nosso mundo de hoje e a trajetória dos nossos antepassados pelo planeta. Ele afirma que estamos no melhor dos mundos, sendo: “O passado não foi bucólico, pastoril e pacífico como costumamos imaginar. Foi bárbaro e cruel.” Sim, fico a pensar no sofrimento humano sem as tecnologias básicas para amenizar a nossa dor, o nosso esforço físico para plantar e caçar. Armazenar insumos para o inverno, etc... Eu já me assusto em viver sem internet, imagine ter que caçar um mamute com uma lança de madeira e comer a sua carne dura assada no fogo que tive de fazer junto da patroa feia e suvacuda, fedida, ao lado do filhote chorão e encatarrado que todo cagado tem fome e sede, chorando a mais triste das lágrimas. Que situação! O dente doendo da cárie, a pele cortada, os pés enormes, as mãos sujas de lenha e carvão. Pensem. Agora na idade média, a Igreja matando em nome de Deus e dos poderosos. As guerras travadas a sangue cru, na espada, no corte, no azeite fervente queimando tudo: o fogo e o corte, o sangue jorrando em terras e rios, a morte descampada. Dor.
 A escravidão como base de sustento dos poderosos. Ele sustenta “Ser violento foi determinante para a sobrevivência da espécie na defesa contra as feras e na disputa por uma mulher no acasalamento”. Concordo! Até hoje se mata por desejo ou ciúmes, na força tempestiva da atração sexual. Outra “Até os dois anos as crianças são extremamente violentas. Só não matam umas às outras porque não damos revólveres ou facas e porque estamos presentes para ensiná-las a se comportar”. Polêmico mesmo... Gostei desse rapaz de 57 anos que fala o que não queremos ouvir: nós humanos somos maus por natureza, por sobrevivência. Só estamos juntos e civilizados pela força maior da preguiça e da inteligência exploratória e capitalista. O dinheiro hoje mata muito mais que as guerras! A violência gera dinheiro que gera a violência. Ele diz “Os filmes de Mel Gibson ou as lutas de vale-tudo mostram que de 70% a 90% dos homens já se imaginaram matando alguém. Entre mulheres esse número varia de 40% a 60%” Esse cara não entende de mulher! Absurdo isso! As mulheres são muito mais perigosas que os homens. Explico leitora: mulher odeia mulher. Ponto! Só não se matam porque tem família e filhos para criar. Já viu alguma sociedade de mulheres dar certo? Elas gostam mesmo é de invejar e desejar o que a outra tem, com isso vem os olhares venenosos e a raiva contida em lábios bem pintados de vermelho sangue. Eu morro de medo de mulher, nossa, isso é uma fraqueza... Voltemos ao Dr. Pinker.
 “O cérebro humano evolui de forma a sempre advogar a favor de si próprio. A primeira reação ao sermos confrontados com o fato de termos feito algo ruim é tentar nos convencer de que não fizemos nada de tão grave” Esse cabra é bom mesmo! Quem admite seu próprio erro? Já bateu com o carro? Então foi a chuva, o pneu mal calibrado, a fechada da loura burra que estava do teu lado, o sacana do teu sócio que ligou do celular! Merda! Merda mesmo, esse freio nunca reage a tempo... E essa arvore o que está fazendo aqui no meu pára-choque! Eu dirijo há 20 anos e nunca bati... Os erros profissionais então é uma beleza! Culpa do estagiário que não conferiu a cota! Dava para entender que o vazo sanitário não pode esbarrar na porta do banheiro, isso é lógico! O meu chefe então me faz errar sempre! Filho da puta! E por aí vai tua mente te perdoando e te dando uma nova chance! Mais um cigarrinho não vai fazer mal, já estou uma semana sem fumar... Essa barriguinha vai ficar para depois das férias: juro que vou correr na praia todos os dias, no verão é claro... Dieta? Tá louco! E tome de se auto-perdoar, tudo tem jeito mesmo.
 “O comunismo e outros governos utópicos encorajaram as pessoas a lutar por um sonho. Pelo sonho vale tudo. Por isso provocaram tantas mortes. A democracia é a forma mais eficaz de impedir que a violência do homem se manifeste” Aí pegou pesado: política e as formas de delegarmos o poder, concentrar a força, a regra, o julgo, o homem dominando o próprio homem. Isso é natural. Muitos são gados para poucos vaqueiros nessa caminhada da boiada da vida humana. E o sonho? Esse é o oxigênio da vida, é o que faz o pobre trabalhar pelo rico e o rico não estar nunca feliz. Aonde se encaixa a felicidade nisso tudo? Temos que viver em grupos: precisamos da luz, do avião, da gasolina, da anestesia, da aspirina. Tantas coisas boas que dependem de ciência e tecnologia, para manter a regra maior: o homem explora o próprio homem. Não tem outra forma de viver com as maravilhas do mundo moderno. Já a democracia vale até aonde a liberdade destrói o poder, aí mudam os presidentes os juízes o senado. Quem detém o poder? O rico está, pelo menos, olhando de cima para baixo, sem pena, com ou sem caridade, ele está na frente. Eu rezo para que os ricos fiquem mais ricos e que os sonhadores sonhem muito mais, gerando riquezas e oportunidades para a ciência, esse é o caminho. O pobre pode tomar um antibiótico? Terá ele uma assistência médica melhor? Vamos socializar o LUCRO. Vamos valorizar a pesquisa de tudo que avança a vida sobre a morte.
 “A história mostra que as mudanças culturais e sociais, crises econômicas, novas ideologias e tecnologias podem incitar guerras... Os períodos de paz tendem a ser cada vez mais longos e duradouros” Amém!
 Quem puder leia a entrevista e reflita sobre o nosso mundo melhor de hoje. Viva o hoje e procure a felicidade, essa não tem receita, essa está dentro de você. Procure todos os santos dias que Deus te dá.

 Roberto Solano

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Nós todos somos dependentes químicos

 O que? Eu não! Que papo é esse de dependente químico? No máximo uma cervejinha na sexta-feira, meu amigo. É isso mesmo, ninguém assume a dependência direta e muito menos vê a indireta. Há, por trás de tudo que consumimos, um agente disfarçado de remédio ou conservante. Pior são os hormônios e os malditos bactericidas. Está tudo dominado colega, estamos nas mãos dos poderosos da indústria química, que estão ricos e muito bem, obrigado.
 Voltemos por partes. O ser humano não nasceu para sofrer e a mãe natureza tem remédios em grande fartura. Não esqueçamos que temos a capacidade de auto-cura, com a mente forte e positiva. Viva o velho Pajé ! O bom cachimbo da paz e os espíritos das florestas, suas plantas e magias na mão do sábio senhor da selva. Eu acredito na cura sem a medicina tradicional, para os males que a nossa própria mente cria e pode, com certeza, descriar. Somos um conjunto infindo de bactérias equilibradas, uma confusão de líquidos e sólidos regados no sangue. Difícil de acreditar não é? E a aspirina? E chá de boldo? Um escalda pé pode te curar colega! Não se esqueça da gemada bem quente! A sopa de alho é de lascar de ruim, mas pode te tirar da gripe...
 Enfim, o bom médico de família, cadê? O conselheiro e amigo de todos, que só ao tocar a campanhia já baixa a febre do cidadão! Saudades deles, tantos conheci que, antes de tudo desconfiavam de seus próprios diagnósticos. Hoje os médicos nem olham no teu olho, não perguntam da tua vida afetiva, da conta bancária, do problema chifral. Triste isso, impessoal e a favor da indústria dos exames. Espirrou? Exame de sangue completo! Dor no estomago? Vai ter que engolir a cobra colega! Cagou mole? Vai entrar outra cobra... E tome de espetar, furar, tirar sangue antes e depois, uma merda mesmo! Tenho ódio a essa medicina sem carinho e sem a presteza do tempo (esse cura tudo) e da atenção. Minha mãe tinha o poder de com um beijo me deixar melhor! Tem explicação? Pergunte ao velho Pai de santo. Quem sabe um passe com uma boa pinga? Resolve.
 E vamos todos tomando refrigerantes, antioxidantes, acidulantes, o escambal! Consumindo o que a indústria quer e a mídia te enfia goela dentro. Que bom tomar uma cerveja artesanal como na Alemanha. Comer um tomate pequeno e tímido do agricultor natureba. E o ovo de galinha? Esse só presta das bichinhas soltas, comendo minhoca, barata, cupim. Ciscadeiras e fortes! Galinha que dá pro galo, bem coberta, feliz da vida. Abaixo os frangos de cativeiro! Viva os frangos soltos e fagueiros como as bichas loucas nas paradas gay. Vamos botar o pé no chão e acreditar na natureza, ela sim é a cura, mas sem dispensar um lexotan vez por outra...
 Saúde acima de tudo! Tim-Tim! Abra um bom vinho por mim.

 Roberto Solano

domingo, 15 de janeiro de 2012

A praia no Rio de Janeiro

A praia no Rio de Janeiro

 Algo de diferente acontece a cada verão: uma sensação que o seu lar está quente e insuportável e o sol convida teu caminhar para a praia. A praia, o maior misturador social do Rio de Janeiro, um espetáculo à parte da fauna humana. Todos vão, velhos, meninos e babás, malhados e sarrados, tarados e gordinhos, bêbados e os incompreensíveis tímidos á sombra. Os ricos passam poderosos em carros conversíveis. Motos aceleram com bundas maravilhosamente adornadas de biquínis ínfimos. O amor também aparece, nos pequenos gestos, nos cachorrinhos de língua prá fora, nos namorados imunes às atividades físicas, nos beijos molhados de sal.
 Há uma desanvergonhada postura do carioca, o povo está sem a mínima paciência para autocrítica, todos se respeitam no olhar menos crítico e mais social. A gorda passa bunduda na frente da gostosa da academia. O careca toma seu chope e ri da aflição dos malhados rapazes que se jogam na areia quente, a bola do vôlei ali, zunindo, furando o ar fervente, os pés queimando. Praia, esporte e beleza. Loucos e tarados. Mulheres todas nuas, febris, sombras são poucas, muito é o mar... Esse é o acalanto de todos, ali azul ou verde, mural de acolhimento, o mais social de todos.
 Um mergulho fura a água, a moça se assusta, o velho nem liga... É o calor gerando a união total da população ávida por um mar e uma conversa fiada, um chope vai coroar a língua seca do atleta de fim de semana, o bar abençoando o fim do dia, alegria.
 E ela lá, eterna, parada e de braços abertos como o Cristo Redentor, abraçando o povo. O samba já acontece, o sol já vem mostrando-se mais forte, um vento traz uma carícia nova nas peles suadas, o dia teima em se acabar. O carioca de verdade não foge, espera, na atenção total ao Deus Sol que ali termina seu expediente. Palmas, muitas palmas para ele, glorioso pai do verão, criador de muitos amores e sabores, o sol, mutante.
 Amanhã nos veremos lá com sol o sem sol, na praia, no Rio de Janeiro, dentro do verão.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Dar mole pro Kojak

Dar mole pro Kojak

Você já deu? Eu nunca!!! No meu tempo isso significava ser um tremendo babaca (será que hoje é Mané?), ou um otário mesmo (isso ainda vale: otário). Kojak era um espião-herói, um 007 careca que fez sucesso com sua eterna gola-rôle. Não lembras??? Putz-grila!!! Outro termo clássico (quase um Mozart) na época. “Tinha o “putz” que remetia a um susto e o famoso” putz grila”! Esse sim um caso sério, caramba! Nossa... Tem coisa mais velha que” caramba”? Esse já era velho no tempo em que eu era jovem, caramba, esse tempo passou...
Agora não sei me comunicar com os jovens, isso é ruim. Eles falam Inglês e as gírias são meio “fakes” ou meio mutantes (bom conjunto da minha época, recomendo!), quase não se falam. Facebook é o bicho! Será que é bicho mesmo? È o bicho também já caducou... Está tudo mudado e escritor aqui defasado. Fazer o que?
Cacildis! Grande Muçum, figuraça que tinha o dom de nos encantar. Já se foi... Ficamos como agora? Quem vai contar piadas inteligentes e ensinar a velha e boa malandragem, o Zeca pagodinho resiste, na boa música. E o malandro do morro? Está na internet? Ou doidão por aí praticando atos criminais? O samba perdeu espaço para a modernidade e todo mundo “se acha”. “Quem acha vive se perdendo...” Ouça Noel Rosa, aquele sabia o valor do verdadeiro malandro que vive com pouco dinheiro e muitos amigos, isso é um patrimônio. Cadê o botequim da esquina? Só tenho casas de sucos e chopinhos com amigos “descolados”, vale? O velho e bom pé sujo, de subúrbio, dos amantes da “purinha” e da caixa de fósforos como acompanhamento do samba descontraído ou criado na hora: popular e sem compromisso, puro como a cachaça servida, bons tempos...
Acho que dei mole pro Kojak falando de coisas passadas e sem sentido... Quem quer saber quem foi nosso herói careca e meio barrigudo? E ler esse escritor???

Fuiiiiiiiiiiiiii !

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

O fabuloso Nabokov


O fabuloso Nabokov

Anos 60, casal jovem, recém casado, foi para a Holanda, Amsterdam. Delícia de lua de mel, embora o frio colaborasse mais para o sexo-maconha-rock and roll. Uma noite foram ao bairro do sexo: Red light e avistaram uma fila enorme para o espetáculo “O fabuloso Nabokov”. A curiosidade bate forte e se viram sentados de frente para uma enorme cortina vermelha que abriu ao rufar dos tambores. Sentado, em posição de Yoga e nosso herói era um magro (porém atlético e bem definido) homem com seus 30 anos aproximadamente. A luz aumentava e uma música suave e envolvente aquecia o palco com um robusto membro sexual do ator principal, até que o “elemento se mostrava duro e na vertical” para um concentrado público. Luzes, ação! 10 lindas loiras se portavam, cada qual em uma posição diferente e atrativa para que Nabokov “passasse a vara” nas mesmas! Elas urravam de prazer e Nabokov, concentradíssimo, as agradavam, sexo puro, lindo e de qualidade para uma meia hora de performance. Show! Palmas, muita palmas, apagam-se as luzes e, após breve intervalo, volta o nosso herói novamente: mesma posição, concentração e o pau ficando duro, duríssimo, tal qual adolescente se masturbando, porém o nosso herói não o tocava. A serpente, como uma ninja, já estava de pé, perigosa... Um anão vinha com um banquinho pequeno e 10 nozes. As luzes focavam para o pênis duro que Nabokov manobrava como um chicote. Dez porradas na madeira e 10 nozes devidamente quebradas! Espanto, urros de bravo, palmas e mais palmas, esse era o fabuloso Nabokov, duvidas?
Ano de 2010, casal festejando bodas de ouro! Que tal voltarmos ao local de nossas noites sem fim de sexo e alegrias? Amsterdam, delícia! Seguem felizes. O passeio foi mais simbólico do que sensual, muitos museus, uma passadinha em Paris antes, etc... Lá, a mulher lembrou “Será que o Nabokov ainda existe?” Aquilo mexeu com a curiosidade dos velhinhos que, após um bom vinho, seguiram rumo ao Red light. Mesma rua, mesma fila enorme e o mesmíssimo dizer em luzes de neon “O fabuloso Nabokov”. Amigos, para não esticar muito essa estória, vamos pular direto para o quadro final, aonde o nosso herói já tinha “faturado” as loiras e esperava o anão (agora calvo) e o mesmo tamborete de madeira. Nabokov firme, pau duro na mão, pronto para o ataque! Um coco amigos! Um enorme coco é posto sobre o banquinho e devidamente rompido com uma única cacetada! Palmas, urros de delírio, bravo!!!! Bravíssimo !!! Isto tudo para o nosso herói de cabelos brancos: O fabuloso Nabokov!
Nosso casal foi cumprimentá-los, é claro! Afinal, 50 anos depois, o mesmo sucesso, a mesma eficiência sexual! Incrível! Fantástico!
A mulher teceu elogios e o marido tentou perguntar qual o segredo da virilidade daquele homem magro e com excelente aspecto para uma idade já avançada... Como pode... E a pergunta veio forte e direta: “porque o senhor não quebra mais as nozes, porque o coco????”
Nabokov foi tranqüilo e direto: “Com a idade a vista fica cansada...”

Fecham-se as cortinas, obrigado pela atenção!

domingo, 1 de janeiro de 2012

Ano novo


Ano novo

Ano novo vida nova! Não acredito. Só acredito no que eu acredito. Todos acreditam, não é verdade? Tudo vai mudar para melhor! É sempre assim...
Continuo chato mesmo... Não creio que os astros vão mexer suas pedrinhas e com uma varinha celestial tocar a minha cabeça dizendo “você vai realizar todos os seus desejos”. É furada das grandes. Ouço muito pessoas dizerem “o Universo conspira a meu favor!”, que maravilha crer nisso! Comprar o livro “o segredo” e colocar na cabeceira da cama, ler e reler as fórmulas mágicas de um sábio que descobriu a receita de tudo, de todos os problemas; e de braços dados com o Universo seguir rumo ao sucesso! E tem mais: Não tem erro amigo! É demais para a minha mente quase infantil... Prefiro o Peter pan, a Emília, o Popeye como amigo e até acreditar no Pateta (gente boa). Meus super heróis estão aposentados, mas foram valentes e ensinaram-me muito! Agora tenho o Google, grande figura que sabe tudo e é rápido como o The Flash. Sou feliz com ele. Se falhar vou ao Wikipédia pedir socorro, mas não conto com o Universo a meu favor. Gonzaguinha já dizia “Somos nós que fazemos a vida como der ou puder e vier...” Então, concluindo, estou chato mesmo!
E para terminar, vou colocar-me á disposição de vocês para ler a mão, jogar búzios, encontrar o amor perdido, curar dor de corno e se vingar do filho da puta do teu sócio ladrão. Ofereço também apoio psicológico com o pagamento adiantado. Não sou o Universo, MAS tenho bons amigos que habitam lá por cima e trocam figurinhas com Deus. Aviso: Deus anda muito ocupado, sério! Cuidando de salvar a terra dos malucos que estão destruindo tudo com lixos e cobiça. Alguns foram meus clientes, pediram a minha ajuda e viram sua conta bancária explodir, lucros, mulheres e carros de luxo, fábricas criaram e poluem o nosso mundo. Hoje tenho raiva de mim mesmo: porque fui resolver a vida dos outros ganhando meu dinheirinho em previsões, usando os meus Santos, meus Babalorixás para enricar o cliente. Porque tanto erro?
Assim termino chato de novo, sem acreditar em nada que caia do céu (fora côcô de passarinho) e tento fazer você acreditar em você mesmo, meu querido leitor. Se arme, seja criativo e confiante, trabalhe muito, conquiste a vida em pequenos pedaços que se somem. Cuidado com as mulheres, a cachaça e sócios: são danosos por demais... E, principalmente, cuidado com as pessoas que nada fazem e prometem tudo, estão cheios delas por aí, na Internet principalmente...
Do antigo “Pai João” aposentado segue a desejo abaixo:

Feliz ano novo cheio de trabalho e pés no chão!

Roberto Solano