Aprendendo a usar o plano B
Sempre adorei o plano A, aquele que foi desenhado na sua cabeça para SER. Acontece que com o passar dos anos vamos vendo a vida como uma trilha sem setas indicativas, com muitos abismos e perigos, deixamos de ser andarilhos para sermos aventureiros. Acreditar na primeira opção e brigar por ela é a meta, ganhar, conquistar, ter sucesso e ser feliz, certo ? Meu amigo, a " banda " não toca desse jeito, há de ter uma outra opção e seguir em frente. Aqui no Brasil vivemos o plano B cada vez mais: o presidente é o vice, teu emprego já não existe, tua mulher está te traindo ou querendo, teu time não se classifica, e por aí vai a tua vida sendo redesenhada dia após dia. Quem é o culpado ? É você que nunca aceitou a segunda opção, que, por ser um campeão, só aceita a medalha de ouro! Vale à pena só querer ela ? Será que o mais importante não é competir ? Ser feliz com as conquistas e com os resultados parciais também! Ver o coletivo da felicidade, olhar para o lado e se adaptar à nova onda, ainda assim achar o jogo interessante.
Voltemos ao Brasil de hoje, esse país que ainda não se definiu, sem personalidade, um lugar bom para viver e ruim para conviver com as desigualdades. Aqui são vários os planos, B, C, D ... Tome letra pra sobreviver, coragem para aceitar as perdas, força para dominar sua vontade de ganhar sempre ! Aqui só tem lugar pra ladrão! Esses são e estão bem por todos os lados, se protegem, são unidos e inteligentes. Pois bem, agora me lembrei, se quiser o plano A saia do país, ainda dá tempo !
Sorte !
terça-feira, 27 de setembro de 2016
quinta-feira, 22 de setembro de 2016
Como são incompetentes
Como são incompetentes
Hoje fiz a minha
primeira viagem de metrô, na nova linha que nos leva da Barra da Tijuca para o
resto do mundo (Zona Sul e centro), uma experiência comparável a um cego voltar
a ver, fantástica! Como fiquei abismado com o tempo perdido em inúmeros
engarrafamentos, encontros cancelados, consultas médicas adiadas, dinheiro
perdido, muita ansiedade depurada pela língua seca e suor na pele, dentro de um
carro ou espremido no ônibus. Como viver sem o metrô? Em poucos minutos eu saí
do centro de Ipanema e fui agraciado pela contagiante beleza da lagoa da Barra
da Tijuca, sorria! Você está na Barra! Lembram da placa que encantavam os
motoristas que ao saírem do último negro túnel mergulhavam no imenso mar e céu azul,
lembram? A mesma sensação de reviver me invadiu, o coração parou por alguns
segundos e a mente se embebedou da beleza cinematográfica da lagoa sendo
atravessada pela imensa cobra suspensa, sol, montanhas verdes, até a feia
Igreja redonda ficou bonita aos olhos encantados do passageiro. Foi um sonho ou
um susto? Acordei...
Agora temos a solução
esquecida nas mãos, para uso e desfrute, o futuro deu seu cartão de visitas
para esse suburbano morador da Barra, agora sou gente! Porque não fizeram isso antes?
Que incapacidade paralisou os homens do poder, quem não fez e por quê? Deviam
estar presos! Meu Deus, agora posso dizer que aquele transporte do século
passado existe aqui, é como sair de um jumento para uma Mercedes Bens, da
máquina de calcular manual ao último PC da Apple, do celular “tijolão” Motorola
para um smartphone, não tem volta!
Vamos rezar, vamos
cobrar, para que o povo vá as urnas votar por quem possa e saiba fazer, por um
pouco mais de dignidade urbana, mais alegria e tempo pra viver nesse paraíso
chamado de Rio de Janeiro.
quarta-feira, 7 de setembro de 2016
Conteúdo e criatura
Conteúdo e criatura
Hoje vi na televisão
a gloriosa Fernanda Montenegro dizer
que uma criança tem um conteúdo que não cabe na criatura. Achei uma visão bem
inteligente e que nos faz pensar melhor sobre essas figurinhas humanas. Por
vezes na vida adulta sofremos com conteúdos que não cabem no nosso interior:
dores, decepções, amores perdidos, etc... As crianças sofrem desse mal de
crescimento absurdo no interior pequeno, aquelas festas de arromba que você foi
quando jovem em apartamentos mínimos, aquele jogo de futebol que você quase não
vê a jogada e pula no gol aderido à massa, aquela emoção de ter passado no
vestibular, isso tudo na cabeça infantil, no dia após dia do aprendizado da
vida. Os homens são assim, tem emoções que sobem pela boca e podem explodir o
coração, por isso enfartam ou perdem a memória, a cabeça entra em curto
circuito. Agora pensem no adolescente que sofre desse problema arquitetônico (os
móveis da casa são maiores que os cômodos) e ficam enlouquecidos com doses
cavalares de hormônios, não é fácil não. Agora somos adultos! Que bom ligar a
tecla “foda-se” e diminuir ou sumir com os problemas que crescem mais que sua
cabeça, devemos tentar isso; digo tentar, pois não é fácil nem simples você
caber no seu problema e ele em você. Ioga, respiração, rivotril, cachaça, etc..
São remédios de diminuir o tamanho de teus monstros, ou como diria Fagner “meus
infernos diários”, não resolvem, aplacam.
Voltemos ao ponto, ser
ou não ser! Ser e caber? Cuide de seus monstrinhos internos sem perder a candura,
sem deixar de ser criança: faça besteiras e ria de coisas bobas, converse com
gente alegre, viva leve, pois a vida vai te levar um dia, espero eu que seja sem
esse atentado terrorista interno, sem uma autodestruição mental.
Te desejo saúde !
Amém.
segunda-feira, 5 de setembro de 2016
Pagando pra trabalhar
Pagando pra trabalhar
O nosso Brasil está
nessa crise sem fim, sem solução breve, sem muita chance. Hoje vemos um país
que vive sem futuro e sem um passado saudável: não temos a cultura da poupança
e muito menos capacidade de adaptação (nunca tivemos guerras e somos uma terra
tropical). Viver é levar a vida sem muita preocupação, brincar com o destino,
ser otimista e feliz como um passarinho na primavera. Somos alegres por
natureza e amigos das coisas boas da vida, futebol, cerveja, mulher e samba.
Isso é ótimo! Ou era? O mundo mudou, a garotada está toda informatizada, a vida
é tão virtual que faz o mundo ter um sabor irreal... Até... Você crescer e ter
que sustentar tua vida e família. Ser jovem hoje é duro, poupar também.
Outro problema é como
a economia se autodestrói, dinheiro chama dinheiro, uma roda viva de produção e
consumo. E hoje a roda parou, quem trabalha e fecha suas contas em dia é um
sortudo ou funcionário público, um felizardo. Têm os ricos e os extremamente
pobres, esses não estão por aqui, são peso morto na economia ativa; rico que
era rico pode ficar mais rico sem produzir nada, o pobre que era pobre fica
ainda mais pobre e não move a roda do dinheiro, sobrou pra classe média e seus
sonhos. Sonhos? Que sonhos? Primeiro pagar as dívidas, depois um emprego, para
melhorar um curso, outro emprego melhor, o tão desejado carro e a casa própria.
Hoje, amigos, não é sonho e sim pesadelo.
Quem tem trabalho vai
pagar para trabalhar, a inflação come teus recursos e o teu patrão te empurra
pra baixo, tenta também sobreviver, sofre, enfarta. Estamos virando uma nação
de mortos vivos: os vivos pagando o preço para enterrar os mortos e o governo
faturando no grande cemitério do planalto central.
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