sábado, 31 de agosto de 2013

Menina dos olhos negros




 A menina tinha olhos negros de jabuticaba escolhida

 Seu mascote era um bicho preguiça de cor prateada

 O céu era tão azul que doía a vista atrapalhada ao ver

 A terra era de cor bronze, barrenta como deve ser, natural


 Eu ali com uma máquina na mão e a certeza na outra, pensei

 Como pode um povo tão lindo, tão verdadeiro, tão brasileiro

 Ser índio e viver de trocados na beira de uma estrada na Bahia?


 Triste Bahia, cantou o capoeira, e a música veio-me à cabeça

 Pastinha já foi à Africa prá mostrar capoeira do Brasil...

 Um Brasil que derruba a mata e mata os índios que sobraram

 Um Brasil que não merece meu abraço, nem meu bicho preguiça


 Roberto Solano

Noventa milhões em ação



Noventa milhões em ação

 Prá frente Brasil, salve a seleção! Cantei feliz! Já se faz 43 anos... Hoje somos 200 milhões com pouca ação. Virá à copa do mundo e não temos hino e muito menos uma seleção digna (minha opinião) mas, em compensação, não temos uma ditadura para lutarmos contra, isso é bom! E de resto? O que melhoramos? Um acréscimo de 110 milhões de criaturas vivas, comendo, desejando melhorias e querendo se orgulhar de um País sem muitas conquistas sociais. Quem dispõe das estatísticas a seguir, baseadas na matemática simplória: quantos quilos de feijão eram consumidos para 90 milhões de pessoas e hoje para 200 milhões? Quantos leitos de hospitais havia na proporcional conta? Salário médio em dólar corrigido? Podem ajudar?

 Celular não havia, televisão era prá poucos, bom futebol sobrava! Quanto era o salário do Tostão? Não valia os tantos milhões do Neymar... Rivelino não costumava errar falta e Pelé estava velho mais pleno. Gerson levava vantagem em tudo! Com seu cigarrinho do lado, este era um homem futurista e o nosso País seguiu na sua filosofia, certo? O furacão da Copa era mais danoso que uma Tusiname, Carlos Alberto furava as redes e o gato Félix no gol. Que beleza! Agora o jornal diz que o PIB cresceu! 1,5%! O gráfico parece pau de adolescente, quase 45 graus prá cima. Fui ler a matéria, já animadíssimo e lá na frente vejo “... 2014 será um ano de crescimento menor que em 2013” Então, amigos, estamos fudidos mesmo... Quem melhorou de vida em 2013, fora Neymar??? Vivemos na influência da mídia global (rede globo) que prega o fato de que tudo está melhorando, com 200 milhões de consumidores felizes, que alegria!

 De repente é aquela corrente prá frente, parece que todo o Brasil deu as mãos... Vamos todos juntos pro brejo!!!!


sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Acampado em meus pensamentos



Acampado em meus pensamentos


Acampado em meus pensamentos armei uma barraca
Cravei bem fundo estacas de lembranças infantis, são mais fortes
Estiquei as cordas de amizades sólidas e fiz um breve abrigo na grama
Lá dentro minha mochila e um colchonete feito dos afagos recebidos

Dormi

No despertar repentino uma luz solar muito forte penetrou minha mente
Acordei, e com olhos embaçados, vi que estava na planície do meu coração
Tudo era emoção no calor adorável que aquela brisa matinal carregava mansamente
Fiz um café forte de paixão e devorei o melhor pão feito à mão de mamãe

Andei

Fatigado de tanto caminhar em bosques floridos e rios translúcidos sentei
Olhei o céu da vida sob uma árvore tão frondosa que abrigava pássaros livres
Pensei tão firmemente na minha vida que descobri que o céu mudava de cor
Nuvens chegaram do nada, raios e trovões impuseram a vontade da natureza

Voltei

Minha barraca lá derrubada, minha mochila sumiu, meu colchonete virou lama
O coração já batia forte no meu peito arfante e senti a pele molhada, suor
Um rosto esfrego com uma mão seca, a boca úmida e língua áspera, pedra
Sinto as pernas pesadas agarradas no tronco doído e finalizadas em pés duros

Acordei

Sem mais nada a fazer invejei minha mente, meu sonho e pulei da cama
Desejei esse sonho, em preces, aos mais velhos que dormem nos asilos, sós
Com a força do meu pensamento pedi à Deus que fabrique sonhos para eles
Pois os jovens já tem barraca, mochila e sacos para dormir acordados nessa vida

Fui trabalhar...



Roberto Solano

domingo, 25 de agosto de 2013

A psicologia dos números


A psicologia dos números

 Os números geram, além da função matemática, termos que são subjetivos, mas que temos que pensar. Algumas frases fazem sentido e ,com cunho popular, se espalham: vamos lembrar algumas?

- “Quem tem um não tem nenhum “- Eu levo como uma referência essa sábia expressão, saibas tu que a vida vai te trair nas horas mais difíceis e temos que manter um” plano B”. Sua secretária faz tudo e ganha pouco, certo? Imagine sua vida sem ela... Chorou? Seu carro é o melhor, fique a pé para ver como é a vida de milhões nesse país. E por aí vai nossa dependência na unidade, terrível fato de que teu mundo pode virar na falta dessa unidade (sem mulher, sem carro, sem secretária, etc...). O plano “B” pode ser uma saída, repense cada unidade que tens, se tiveres duas podes ter que viver com uma só...

- “Não paga dez “- Termo que ouvia dos meus velhos tios: o sujeito fazia uma besteira e diziam” esse vai se lascar, não paga dez!” Era uma sentença! E, invariavelmente, correta. Não sei como surgiu, só uso sem pensar muito... “Não paga dez!” Acho bonito e mais elegante, pois você fala e pensa” esse vai se fuder de verde e amarelo!”, não é simpática a expressão? Talvez seja fruto da outra “conte até dez”, também útil, bem comum... Pode ser...

- “Menos é mais “- Bacana essa! Minha mulher, do alto de sua elegância, diz sempre. A atriz coloca um belo colar de pérolas e um vistoso brinco; minha mulher comenta: bastava uma pérola de cada lado, pois menos é mais! Vai discutir? Eu não! Nas festas vemos as famosas “arvores de natal” que são as damas vestidas e repletas de joias, sem comentários. Só não funciona para dinheiro, pois mais é mais e pronto!

- “Dois mais dois são cinco”- Vem dos bons tempos da tropicália,” é " proibido proibir”, tem sentido entre os jovens. Jovem não conta amigos, tem a festa e convida a galera, sem se importar com números, tanto faz 4 ou 5 ou 10, vai rolar a festa. Depois de “maduros” é que você passa a ser um chato, ou melhor,” chato de galochas”, e se preocupa com os talheres na mesa o vinho e as taças, contando os convidados, muito chato mesmo!

- “Vale quanto pesa “- Totalmente inusual! Vejam as mulheres: valem mais quando pesam menos (na cabeça delas é claro). Mulher gorda é pecado! Besteira mesmo. A tendência de hoje é da preguiça humana, tudo tem que ser fino e leve, na informática então é uma praga. Para os carros femininos a regra vale! E muito! Porque mulher tem que ter carro grande? Não entendo... Vá ver a saída de uma creche: só carrão, SUV, Jeeps, Pajeros, etc... E tome de buzinada. Quanto maior o carro maior a pressa, uma relação direta e linear. Fazer o que?

- " Coração de mãe sempre cabe mais um” – Um dogma, que dependendo da mãe ,cabe até mais um FDP!

 Mereço ou não um DEZ ????


 Comentário de um amigo culto:

"
Grande Roberto :

Nota mil !

Não paga dez é do Jóquei, sendo a origem de quando as pules (designação atribuida ao pedaço de papel que é entregue ao apostador, registrando o objeto da aposta e o valor investido, obviamente antes de ser corrido o páreo) eram de dez mil réis. Quando o favoritismo é muito grande, pelos cálculos oficiais o retorno seria inferior à unidade (o que não é admissível, o apostador ao ganhar deve ser remunerado ao menos com o valor investido). Daí a expressão empregada até hoje nos prados nacionais e generalizada para o dia a dia, com o sentido muito bem explorado pelo meu brilhante amigo.

Forte Abraço,
José Luiz

                 "

sábado, 24 de agosto de 2013

O tombo



O tombo

 Nascemos para cair pelo pecado da verticalidade
Verdade
Na infância teu pai ensina o andar e Deus o cair
Ajuda
Na adolescência os amigos te obrigam a cair no chão
Crueldade
No primeiro amor aprendes a dor da queda
Decepção


O adulto crescido carrega a obrigação de ser grande
Missão
O adulto vencido aprende a sorrir no cair e levantar
Malandragem
O adulto de alma infantil cai e levanta tão rápido...
Esperteza
Que não sente!

O velho não nasceu para cair, pecado mortal, preço alto
Fatalidade
O velho vive seu prumo na ajuda divina com a sorte soberana
Altivez
Que sente nas pernas!

Viver a verdade, crescer sem ajuda é crueldade, decepção
Viver sua missão com malandragem e esperteza
Ficar velho é fatalidade que com altivez

Talvez

Não sentirás o tombo!

domingo, 18 de agosto de 2013

O perdão e a solidão


O perdão e a solidão

 Só existe o perdão com a solidão
 A solidão te faz pensar e repensar
 A tua vida

 Teu perdão virá de dentro de ti
 Tua solidão existe sempre em ti
 Conjugue a união

A vida será sempre una com a solidão
 Ela é teu instrumento de trabalho
 Tua pá, talvez, a final

Agora se perdoe e viva a solidão maior
Triste e dura ela é sempre o ponto final
O perdão é a solidão


Só!

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Um naco



                                    Um naco
 Um naco de nada navegou
 Nadou no nada para o nada
 Sem destino...

 Um naco de um tudo se tornou
 No nada que nada no meu coração
 Com destino...

 Um tudo de tudo se transformou
 Num naco de nada no teu não
 Nada posso fazer se teu não é tudo
 Se meu tudo é nada no teu coração
 Sou um naco de nada no teu tudo

 De nada, obrigado, do teu tudo agradeço
 Teu não hoje é meu tudo... do nada
 E do nada nadei para meu tudo

 Amém

 Meu naco não é mais não, é tudo
 E você do nada já é o nada   
 de um naco
   roubado
    do meu tudo!


 Adeus!

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Não, sim ou talvez

Não, sim ou talvez

 Sempre temos essas opções para responder pessoas ou desenvolver nossos pensamentos. Hoje penso muito mais no “talvez”, como uma palavra atual ou moderna. O mundo que vivemos está em uma velocidade tão feroz que as verdades mudam a todo o momento: o não de hoje pode ser o sim de amanhã! A ciência avança e nos confunde, como mágica as “coisas” se transformam. Se para melhor não sei... O jogo é esse, sem um resultado final, sem uma resposta definitiva, seguimos em frente. Na medicina é tudo talvez: quebrou conserta, tem doença incurável? Não, meu amigo, talvez... Os eletrônicos avançam, sem fios, diminuindo de tamanho, óculos virando computador, informações a todo momento e lugar, tua casa está postada lá no “ Google maps”, veja! Isso é ser moderno e dizer talvez...
- Filho você vai passar de ano?
- Não esquenta pai (tradução: talvez)
- Filha teu namorado é gay? Tão diferente...
- Mãe relaxa... (tradução: talvez com viés de sim)
-Amor estou mais gorda?
- Não querida, você está ótima! (talvez com viés de sim, beirando uma certeza absoluta!).
 E por aí seguimos a vida, nos conflitos de geração, tudo dependendo de máquinas poderosas. Já pensou viver sem computador? Não!!!!! E sem teu smartphone ???? Não!!!! Casado para todo o sempre??? Não!!!! Entendeu? Você não pode viver sem as “modernidades”, só que elas mudam... Quer trocar seu computador? Talvez... O celular? Talvez... É atual e correto dizer talvez. O sim é totalmente “démodée”, caducou!
- Vamos amanhã prá praia?
- Depende, mermão, das waves...
- O Mengão vai ser campeão?
- Tomara véio, tomara...
- Amor vamos casar?
- Querida, depende... Preciso de um aumento...Teu pai vai dar um apartamento??? Estamos tão bem assim...

 É, amigo, ASSIM existe e o SIM talvez... Coisas do mundo moderno!

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Essa coroa ainda dá um caldo...

Essa coroa ainda dá um caldo...

 Pois é, ouvi outro dia de um amigo que olhou a “velhota” bem tratada (rica) com seios siliconados, botox e pernas malhadas na academia, devia ter uns 60 anos bem vividos e ainda cativava olhares masculinos por onde passava.  No Rio e outras cidades de praia é comum vermos mulheres maduras com boa forma física e uma beleza diferenciada: dão um bom caldo!
 Hoje, a caminho da academia, passei pela piscina térmica e realmente vi mulheres virando caldo, literalmente sendo cozinhadas na própria gordura, ali obedecendo à maravilhosa professora que ordenava os movimentos... Lembrei-me de meu pai que, com certeza, iria repetir sua frase predileta “A velhice é uma merda!” Tive vontade de rir e chorar ao mesmo tempo: rir por estar com saúde, fora da piscina, e admirando o escultural corpo da professora (filé mignon de primeira!); chorar por ver certo desencanto nos olhares de senhoras vividas que vão se cozer na água da academia, por recomendações médicas ou para passar o tempo que lhes restam em convívio social. Pensando bem é melhor estar cozido do que fudido em uma cama ou cadeira de rodas. Será que eu chego lá? Vou dar um bom caldo? Sei não... Estou muito magro e vou sentir frio ao sair daquela água quente... Melhor um baralho na praça, quem sabe? Ou ficar escrevendo essas besteiras que escrevo (obrigado por ler, tá?).  “C’est la vie” que nem sempre está” en rose”.
 E você amigo, vai fazer o que quando estiver “mais prá lá do que prá cá?”, um atleta imagino! Ou um boêmio que toma todas e vara as noites com poetas e intelectuais? Vendo novela? Ou roubando quitutes na geladeira? Contando estórias? Não sei e duvido que você saiba, uma coisa é certa: a cuca vai pifando e a gente vai se acostumando com a nova vida cheia de limitações. Será que as velhinhas vão sozinhas para o caldeirão? São atiradas lá dentro? Não observei e nunca saberei, afinal a professora é MARAVILHOSA e ainda estou andando e malhando “pesado” (mentira, viu? ) com os meus amigos “ velhotes “ de  sempre, no 2º andar, sala 2 de MUSCULAÇÃO!

 Que alegria!

domingo, 4 de agosto de 2013

Registro memorável do verdadeiro samba brasileiro



Amigos

 É imperdível esse encontro de dois gênios da nossa esquecida música popular.

http://www.youtube.com/watch?v=jY-m9-ppnZI

sábado, 3 de agosto de 2013

Menor pecado




Menor pecado

 O menor pecado que cometi foi desconfiar
 O maior foi acreditar

     A maior verdade que vivi foi uma mentira
     A menor se fez realidade

O menor castigo foi amar sem medo
O maior é só amar

     Acredites no teu pecado
     Maior ou menor
     É teu

Creia na tua verdade e viva a mentira
Maior ou menor
É o mundo

     Peque no amor, na verdade ou na mentira
     Maior ou menor
     É a tua vida


Perdoe-te!