segunda-feira, 21 de julho de 2014

Verticalização



Verticalização

 “Lata d’água na cabeça, lá vai Maria, lá vai Maria
 Sobe o morro e não se cansa e pela mão leva a criança, lá vai Maria
 Maria lava a roupa lá no alto, lutando pelo pão de cada dia
 Sonhando com a vida no asfalto, que acaba aonde o morro principia “

 Ouvi esse samba, muito jovem, cantado pelo meu pai. Naquele tempo o morro tinha telhas de zinco, casebres, uma vida poética e boemia. E hoje?
- 95% dos moradores de favelas são felizes.
- 2/3 não sairiam da favela nem que seu salário dobrasse.
- 80% têm casa própria.
- Mais de 10% dos habitantes do Estado do Rio vivem em favela, é quase a população de Recife. (Um país chamado Favela, de Celso Athayde e Renato Meirelles).
 Um Recife morando em favelas! E estão felizes! Por quê? Muito simples: não há o poder público! Duro dizer isso, mas a verdade é essa, muito pagamos e pouco recebemos. Acho que hoje a Maria não trocaria sua moradia. Os gringos estão invadindo o Vidigal, favela nobre da zona sul da cidade. A cultura chega por lá, os jovens criam e os adultos convivem com as dificuldades do local, sem pagar IPTU. Tem o “gatonet” e a mesada para o “chefe” do local, e a vida segue + ou – tranquila. O que preocupa é a verticalização. Li hoje que na comunidade do Rio das Pedras já existem prédios de 8 andares! O arquiteto Sérgio Magalhães (IAB) diz: “Imaginar que isso é uma solução para as áreas pobres, porque eles podem construir como querem seus prédios, é um total absurdo. O governo tem que estar junto, fiscalizar e acompanhar esse processo.”

 Amigos, vocês tem visto vários acidentes com edificações, não é verdade? Imaginem as nossas favelas subindo, teto a teto, sem maiores engenharias. Não pode dar certo! E agora? Se o governo não cuida da “gente do asfalto” vai cuidar dos felizes habitantes lá dos morros? E você aí que paga seus impostos para ser assaltado na rua vai gostar do governo subindo os morros? Não há solução simples, “pau que nasce torto permanece torto!” Resta uma pergunta, ele fica de pé torto até quantos pavimentos? Esperem más notícias em breve... Vai cair muito prédio por aí... 

sábado, 19 de julho de 2014

Vai deixar saudades...




terça-feira, 15 de julho de 2014

Colar de milho


Colar de milho

 “O homem brasileiro tem mais medo de ficar impotente de que ser traído pela mulher ou mesmo de perder o emprego”. O GLOBO de 15/07/2014, pag. 24, uma pesquisa da sociedade Brasileira de Urologia.
 Diz lá:
 Qual é seu maior receio ou preocupação?
- Ficar impotente.......................................... 28%
- Ser traído............................................... 25%
- Perder o emprego................................. 25%
- Ser assaltado................................ 18%
- Ficar doente, acidentes, dívidas, etc.......... 4%
 Moral da história: “Morro, mas morro de pé!” Essa é a ideia! O engraçado é que os Cariocas e os Gaúchos têm mais medo da impotência (56%), em Salvador o maior medo é ser traído, o paulistano temem mais um assalto, já para o mineiro é perder o emprego. Podemos concluir que os Cariocas estão mais interessados no desempenho sexual que os mineiros (comem quietos) e que o paulista pode é morrer num assalto (o que é verdade), já o baiano tem fama e orgulho da fidelidade (como todo nordestino). Nos problemas de saúde a estatística do medo é: câncer com 20 %, falta de ereção com 16%, infarto vem com 14% e derrame cerebral 10 %; porém só 49% vão ao médico! A andropausa só é conhecida por 17 %, embora 20 % dos homens tenham problemas hormonais. “Eles se acham super-homens e creem que a mulher é o sexo frágil e têm obrigação de ir ao ginecologista uma vez por ano”. Nós, machos, somos realmente intocáveis! Que papo é esse de levar dedada? Eu estou fora! E nessa você vai é se lascar muito breve. Meu pai dizia: “Filho, escolha seu urologista com cuidado... Primeiro visite o consultório e, junto à secretária dele, tente descobrir a manicure do cidadão, vá lá e verifique o calibre, entendeu?” Sábio senhor meu pai. Ele me contou que uma tia de antigamente era casada com um senhor de engenho, cidadão honrado e macho, que depois da janta tomava um café quente e sacava a dentadura em frente às visitas para palitar nas mãos. Figura impar! Minha tia perguntava da escada, “Vósmecê vai me ocupar”? No caso de uma resposta afirmativa ela iria lavar os “possuídos”. Coisas de um passado remoto.
 Vamos ao milho. No período pré-viagra a coisa complicava para o cidadão de mais idade. Meu pai veio com essa:
- Filho, agora vou usar colar de milho!
- O que? Perguntei sem entender nada...
- A idade está chegando e não há outra solução...
- E o que faz o colar de milho?
- Faz o pinto olhar prá cima!

 Sabedoria nordestina...

domingo, 13 de julho de 2014

O croquis


O croquis

Um croquis (palavra francesa eventualmente aportuguesada como croqui ou traduzida como esboço ou rascunho) costuma se caracterizar como um desenho de moda ou um esboço qualquer.


O croquis sempre foi usado na engenharia como uma forma de iniciar um pensamento lógico, para em seguida elaborar um projeto. Vamos viajar no tempo e lembrarmos como o nosso interior era precário (ainda é...) e, de como chegou à dita “modernidade”. Pois lá, no interior de Pernambuco, início do século passado, chegou um engenheiro para edificar uma ponte sobre o rio da cidade, obra que traria grande desenvolvimento com o fácil deslocamento de cargas e animais. A verba demorou a chegar, mas aportou com a vinda da licença da obra nas mãos de um nobre engenheiro de paletó e gravata (naqueles tempos os engenheiros usavam esse traje) que foi recebido com banda de música e uma missa de ação de graças. O prefeito, após acompanhar lado a lado a celebridade, convidou-o para um jantar em família (uma chance para apresentar Rosinha que já tinha seios e precisava “se ajeitar na vida”) comprovando a tradicional hospitalidade da” terrinha”. O jovem doutor apreciou a galinha de cabidela, o doce de coco verde e o visual de Rosinha, no final veio o diálogo:

- O senhor doutor engenheiro precisa de alguma providência para começar os serviços amanhã?

- Senhor prefeito, basta o senhor enviar, bem cedinho, uma “croquis” da cidade lá no hotel central.

- Pode deixar doutor isso é fácil! Tenha uma boa noite!

 E assim foi feito. Às 6 horas da manhã o engenheiro recebeu um recado na porta:

- Doutor, bom dia! Tem um portador do senhor prefeito esperando o senhor na entrada do hotel, posso mandar subir?

- Sim

 E aí chega o rapaz magrelinho com a encomenda pedida e um cartão: um belo Congris na gaiola, e bichinho cantava muito, uma belezura; no cartão os dizeres “prezado doutor engenheiro, esse é o melhor Concris da cidade, cedido pelo compadre Zeca, espero que o senhor faça bom proveito. Atenciosamente, Tonho- prefeito da cidade-”.

 As coisas são assim mesmo, o que vale é a intenção e a hospitalidade. Veio-me essa história na cabeça ao ver no jornal a alegria dos Argentinos em nossa “Playa de Copacabana”, uma verdadeira invasão! Nós pedimos um croquis de uma Copa do Mundo para fazer uma bela obra e sagrarmos campeões do mundo, levantando a taça! E agora estamos recebendo esses passarinhos doidos que gritam sem parar, ciscam, cagam tudo, e por infelicidade nossa podem ganhar o nosso prêmio. Somos ou não somos hospitaleiros???



sexta-feira, 11 de julho de 2014

171


171

 Um jogo de sete gols contra um, 171. Lembram? Triste mesmo... Não vou falar disso e sim da “ saga “ do número SETE. Ele é, na minha óptica, o mais elegante dos números: magro, alto e de postura certa. O número 1 é um magro chato! E pouco representa. O SETE é a melhor nota! Dá para passar por média e você, que não é o CDF da turma, tem grande possibilidade de ser um sucesso na sua futura vida profissional. Os outros números são sem graça, meio redondos ou cadeirudos, ou com forma infantil, vejam: 0 , 1 , 2 , 3, 4 ,5 ,6, 8, 9. E agora, o mais elegante: 7. Não acham? Eu acho e pronto!

 Vamos aos fatos. Quem tem sete vidas? Quantos dias há em uma semana? Quantos são os pecados capitais? “ Luis respeita Januário, Luis respeita os SETE baixos do seu pai”, lembram do Gonzagão? Não? Que pena... Outra, “ são sete meninas, são sete fulôs, são sete umbigadas certeiras que eu dou”, de outro pernambucano bom de música que cantou, o Dominguinhos. Um violão de sete cordas, já ouviu? Não? Que pena de novo. O SETE é “ o cara “, o melhor dos melhores, foi cortado por Moisés quando ditou as leis de Deus: “ 1º mandamento é amar a Deus sobre todas as coisas, o 2º é não levantar seu santo nome em vão...” Muitas palmas senhores, o profeta era ovacionado a cada mandamento, até chegar no sétimo “ 7º mandamento da lei de Deus é não desejar a mulher do próximo! “ e, amigos, uma vaia foi ouvida, estrondosa! Para em seguida o coro gritar “ corta, corta, corta... “ e, queridos leitores, o 7 foi devidamente cortado na dura tábua de Moisés. São fatos históricos,prezados, a favor do tão nobre número.


 Pois é isso, tínhamos que levar uma surra de 7 gols para criarmos sete vidas em sete mil esperanças de que as coisas mudem para melhor! Vamos rezar 7 ave-marias e 7 pai-nossos. Amém.

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Um país bipolar




Um país bipolar

 Está lá no jornal uma  entrevista com o jornalista sueco Henrik Brandão Jonsson, que mora no Brasil há 12 anos. Quem vê nosso País de fora tenta entender, outros que migram para cá e vivem a nossa realidade tem que se adaptar; e ele fez isto, tendo que enfrentar uma cultura diferente, diz ele “O Brasil é céu e inferno. É tudo ou nada. É um país Bipolar. Não basta perder de 2 x 1; tem que ser de 7 x 1. São extremos.”.
 Gostei dessa visão. O bipolar vive momentos de picos, não há equilíbrio, são ondas de emoções a surfar. Ele diz que na Suécia o povo é “adulto demais” e que um adulto colecionar figurinhas da copa é incompreensível! Mas somos adultos e crianças ao mesmo tempo, otimistas extremos com um time “meia-bomba” em uma Copa do Mundo dentro de casa. Deu no que deu... Outra dele: “Conseguir falar com o Galvão Bueno é mais difícil do que falar com o Neymar. Quando consegui ele disse que era um Popstar, um Bono Vox do Brasil!” É prá rir ou prá chorar? Esse é o nosso país bipolar, aonde criamos mitos e vitórias antecipadas, só que o verdadeiro futebol malandro está aposentado, sem navalha, e anda no trem da central (como diria o Chico Buarque). Só restam os jogadores europeus-brasileiros que estão ganhando a vida (e muito bem!) no futebol milionário, um time sem muito compromisso com a nossa realidade.

 Então vamos viver a bipolaridade? Um dia de Rivotril e outro de 51, um dia no churrascão e outro na fila do INSS, um dia de carro e outro no Buzão! A loucura não tem cura, disse um médico amigo, mas podemos administrar (é como morar com a sogra!). A vacina é essa: sofrer e amar ao mesmo tempo, ser campeão tendo o rei do futebol e agora aturar os argentinos na final, ser malandro é a nossa regra de sobrevivência, infelizmente...

domingo, 6 de julho de 2014

No céu do teu adeus


É tão simples dizer que te amo
No tão simples do te amo
No te amo, tão simples 
Vou dizer o quanto te amo

Sou um só que te diz
Que outros te digam mais
Eles não são um só
Os que te dizem o “te amo”

Do "te amo" faça uso
Tire vantagem
Vá viver
O teu amor

Só não diga que me amas
Pois, o meu "te amo", ficou
No céu
Do teu Adeus