domingo, 18 de dezembro de 2016

A moeda gratidão



A moeda gratidão

 Nas crises financeiras o dinheiro fica curto e, por vezes, acaba nos fazendo pensar nas outras moedas: carinho, amor, gratidão, etc... São moedas de troca e difíceis de serem avaliadas para quem dá e quem recebe, são subjetivas. Então, a gratidão permeia nas conversas, “papai foi bacana comigo e me emprestou uma grana”,” mamãe, tadinha, só pode emprestar o carro uma vez por semana, a vida dela é dura”,” meu irmão, nadando em dinheiro e não ajuda ninguém, um safado, ladrão, corrupto”, e por aí vão às comparações de quem dá e quem recebe, isso nas famílias de boa educação e mínima cultura, os pobres tem outras regras mais claras e diretas: “ esse mês já emprestei 5 kg de feijão pra vizinha, tadinha, está desamparada, sem marido (foi preso), o filho saiu de casa, tadinha”, tudo claro e objetivo, simples assim.

 Voltemos à gratidão perguntando se ela funciona mesmo ou é uma ilusão que criamos? Meu pai dizia “nunca negue um favor, dê um pouco, mas dê, não vão te pedir mais”; o velho sabia das coisas e matava na raiz o problema do “pedinte”, sem magoar, fechando a porta no futuro. Se quer dar não pense em receber! Isso sim vale como regra, o dado não volta, por isso aprendi a não dar presentes no Natal, aniversários, etc... Sou um chato! Pronto! Melhor ser chato do que “ mal visto “ ou passar por bobo. A solução é beber a gratidão e a ingratidão, não trate-a como moeda, não resolve o teu sentimento, beba-a no bar oferecendo seu peito amigo, e só. Uma coisa é certa: a moeda gratidão se transforma em ingratidão no momento que falta o dinheiro no bolso, por isso não empreste, se emprestar esqueça, faça o que seu coração manda, mas lembre-se que coração não tem bolso, nem pernas como na piada do menino que perguntou: “papai, coração tem perna?” e a resposta veio “claro que não meu filho!”, então porque o senhor disse pra mamãe ontem de noite “abre as pernas coração?” Desculpem, mas essa foi terrível! Fico devendo (por gratidão de terem lido até aqui) uma boa piada!


 Feliz Natal

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Massacre em Aleppo



Eu detesto multidão, vejo fotos de homens, mulheres e crianças se unindo em fuga desesperada, o caso é assustador, é na Síria, o homem destruindo o homem, sua própria espécie... É como matar barata , sem dó, se mata gente ; isso é um assombro no mundo em que os poderosos assistem calados como sempre e, nós humanos de coração, sangramos a nossa impossibilidade de sermos mais humanos.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

És fascinação amor



És fascinação amor


 Um sonho mais lindo sonhei... Vi o filme ELIS, encantado estou, mais apaixonado fiquei, mais orgulhoso ainda de ter a baixinha no meu coração. Imperdível é a palavra que define o filme! Nesse ano de amarguras e descrença me deparei sentado de frente para a telona do cinema, na boca da Andréia Horta senti meu coração bater mais forte, minhas pernas tremeram, ela estava ali, resgatada da parede da memória. O quadro caiu, bateu no meu dedão do pé inchado de levar topadas nesse ano desgraçado, eu sorri de dor, eu revi a mais linda emoção dentro da maior voz que já habitou nesse país de merda! O filme segue e fui envolvido, sem respirar, entre cenas fortes de uma mulher divinamente louca até os mais loucos rapazes da noite, a vida da arte e a arte na vida eu senti. Quando respirei um pouco senti o calafrio da repressão militar me torturar, que horror, que vergonha... Vi aquela mulher sair de casa nos braços do pai e se consagrar a maior cantora de todos os tempos, a vi trazer ao mundo compositores desconhecidos, acreditar na música como vida em vida, como um tudo só dela. O amor fez uma combinação mortal com as drogas e ela desabou como uma pedra caindo do morro derrubando casas, destruindo corações, me deixando torto de saudades dela, da voz e da boa música brasileira. Estou duplamente alegre em saber que esse ano termina em breve e, também, de poder rever minha musa musical, ali revivida neste filme fantástico!

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Recebi uma liminar




Recebi uma liminar

Estava na cidade de Lumiar


Fiquei estarrecido até alguém me iluminar


Vá, meu amigo, até o Renan Calheiros se orientar

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Uma questão de vida ou morte

https://www.youtube.com/watch?v=IF0UFCuypQc

Poema de Ferreira Gullar - Música de Raimundo Fagner
(Album : Fagner - Traduzir-se, 1981)

Uma parte de mim é todo mundo

Outra parte é ninguém, fundo sem fundo.

Uma parte de mim é multidão

Outra parte estranheza e solidão.

Uma parte de mim pesa e pondera
Outra parte delira.

Uma parte de mim almoça e janta

Outra parte se espanta.

Uma parte de mim é permanente

Outra parte se sabe de repente.

Uma parte de mim é só vertigem

Outra parte, linguagem.

Traduzir-se uma parte na outra parte

- que é uma questão de vida ou morte -


Será arte ?

Uma parte de mim é permanente

Outra parte se sabe de repente.

Uma parte de mim é só vertigem

Outra parte, linguagem.

Traduzir-se uma parte na outra parte

- que é uma questão de vida ou morte -


segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Esse ano de 2016



Esse ano passou a jato! E o jato caiu... Foi tudo muito rápido, sai a Dilma e entra o Temer, veio alguma esperança de melhora, mas a dobradinha Maia/Renan não colocou gasolina no avião da recuperação, então estamos todos tristes com a tragédia e, principalmente, com os comandantes da nação! Teremos força pra vencer 2017? Não sei...

 Estamos tristes com a sensação de desamparo, ou pior, de descobrir que quem governa é bandido. Isso é muito ruim! Uns acreditam no milagre da recuperação econômica pelas mãos de uns poucos ainda não corruptos, poucos e muito poucos... Chega o verão e vejo que uma ou duas andorinhas não fazem o verão. Não tem saída simples. Espero não rever um desmanche tal que venhamos a ter a força no poder, as restrições, já vimos esse filme antes.

 E agora? O que fazer? Bater panelas e reclamar, prender os corruptos e corruptores, aclamar a justiça como o único caminho, como uma solução, será? Não vejo nada de interessante pela frente, nem um líder, nem um amigo, nada pra nos salvar. As coisas vão se acomodar, em que patamar? Teremos que “cardápio” de opções?


 Acho que vou me candidatar! Pronto!