quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

La Poderosa




La Poderosa

   Amigos, fui visitar meu filho nos “states”, fiz uma “trip” pra lá... Descobri que sou um traumatizado com aquele tal de “ customs “ , ou a polícia federal de lá ( graças a Deus não tinha Japonês ! ). Nessas “Trips” eu sinto um nó nas minhas tripas mesmo! Os cabras mandam você tirar tudo, e eu, com um parafuso na perna direita, fiquei uma semana decorando “I have a steel screw in my knew”, com medo de ser preso... Em tempos de terrorismo a coisa está feia... Vamos em frente: ao desembarcar no EUA, me senti na fila do aniversario do Guanabara! Tinha gente pra todo lado para entrar na tal máquina do raios-X, era indiano, chinês, árabe (disfarçado) e o babaca aqui que vos relata o fato. Meu queridíssimo filho foi tentar a vida nas terras gélidas do norte e pediu para eu levar um “ home Theater “ que, na estante, me parecia magro e pequeno; qual nada, o cidadão tinha o tamanho de um fogão à lenha quando “ ajuntado “, foi presente da Dindinha, tinha que levar! Uma semana para montar uma caixa com o dito cujo dentro em camadas de isopor (ou isonor, como se diz lá no Recife) para proteger, que pronta e examinada por fora não entraria nem no estado da Paraíba! Imagine nos “states”...
   Vamos encurtar a conversa e focar no fato. Depois do raios-X e das minhas palavras decoradas eu procuro a minha mulher que estava se remontando toda: colocando sapato, cinto, brinco, meia, casaco, etc.. E seguimos para “pescar” as malas e a minha “caixa bomba” , que dor nas costas meu amigo, levantar uma caixa com uma alça só é de lascar! A vida de terrorista é dura mesmo. Seguimos , já devidamente desviados para a seção de “ suspeitos “ , para a entrevista com o policial com cara de bailarino de salsa caribenha. Eu calado fico e minha adorável esposa respondia as perguntas:
- De dónde vienes?
- From Brasil
- Que vinieron a hacer  en los Estados Unidos?
- We are going to visit our son
- Su hijo vive en los Estados Unidos?
   Bem, meus leitores, eu já comecei a ficar puto: paguei uma professora de inglês que me custou os colhões de padre Nicolau e o sacana só queria gastar o espanhol caribenho dele, como fica isso? Estaria em Miami? Peguei o avião errado? Ele não sabe o sacrifício que foi aprender o idioma dos poderosos e tinha que gastar meu portunhol (não estava falando, mas só ouvindo da boca do bailarino) ??? Segue a entrevista:
- He lives em Seattle and works at AMAZON !
   A minha mulher, toda feliz, sabia que a Amazon era uma grande companhia americana e que esse seria o tiro de misericórdia para acabar com a entrevista, qual nada, falhou...
- ¿Cuánto tiempo va a pasar aquí y cuántos dólares usted tiene?
   Eu fiquei puto e meio (estava só puto), esse gordinho com cara de porteiro de casa de massagem em Quito (no Peru!) está passando dos limites!
- Just for Cristhimas and we have .... Dólares
 Aí ele olhou pra cara dela, para a foto no passaporte, leu o nome (TACIANA) e mandou essa?
- Es uma brasileña de buenos Aires ?
   Bem, aí eu raciocinei rápido: Taciana é nome russo que poderia explicar a tendência da família dela para as danças; Buenos Aires sempre foi a capital do Brasil aos olhos dos gringos, então soltei meu verbo em puríssimo portunhol:
- Señor, mi esposa es una bailarina de tango y baile salsa también y merengue muy bien en mi país...
   O oficial deu uma rodada no pescoço que ouvi os estalos da coluna, olhou pra mim e fixou os olhos por uns 5 segundos; eu, de minha parte, me caguei todo, sabendo que seria preso e condenado a voltar para o calor infernal do Rio de Janeiro. Mas, como todo bom mentiroso, mantive os olhos fixos e cantarolei mentalmente (La noche me quieras...) para manter a minha cara de Luis Inácio Lula da Silva, deu certo! Senti que ele agora iria me perguntar algo, seria sobre Dilma? Seria sobre Magri? Eu já pronto para responder que Dilma tinha eMAGRIcido muito, quando ouço um “come with me” . Fudeu ! Eu, minhas cuecas afetadas, minha mulher se achando e o cafetão do Panamá nos levando para conhecer o canal, sim um canal que levava até uma porta automática na qual tinha um americano (esse de verdade, com 3 x 2 metros de altura e largura) que, gentilmente, nos mandou sentar (não tinha cadeira livre) e deixar as “ bagages and the big box “ no canto. Claro que fiquei em pé e levei um esporro “ sit down !!! “, como?  Respondi um where sofrido... O grandalhão viu que não tinha cadeira e pegou uma só para a nossa bailarina e fiquei de pé olhando para os lados, só tinha suspeitos, sala lotada, vou perder meu próximo voo para Seattle, não saio daqui hoje. Já prevendo minha condenação ouço um “excuse me” e o grandalhão passando por cima de minha mulher para atender um interfone (era uma emergência!) que estava atrás dela. Pronto, fiquei viúvo, a mulher levou um chega pra lá do jogador de futebol americano que foi parar no colo de uma negona que estava sentada do outro lado da sala. Isso não seria nada, até que o brutamonte chamou meu nome e fui “convidado” a preencher um formulário maior que um pedido de aposentadoria no INSS. Voltei, tirei a mulher de cima da negona, e disse:
- Amor, agora temos que preencher essa lista aqui...
- Nossa! Vamos perder a nossa conexão, já viu quantas pessoas tem aqui? Seja rápido (ela já pegando uma caneta pra mim) que eu já fiz a minha parte! ??? Eu pensei comigo, artista é sempre assim, tratamento diferenciado...
   Bem, vou encurtar: das 5550 perguntas do formulário eu só saberia responder metade... Tô lascado ... Quando entra o bailarino e vê a minha adorável esposa no canto, de pé, com o infeliz aqui tentando escrever a minha sentença para entregar ao carrasco...
- Taciana, la señora todavía estás aquí? Ven conmigo !
   Rapaz, o guardinha foi ajudando e eu escrevi tudinho ! Nos levou com caixa e tudo lá pra fora, sem passar por mais nada, só carimbando os papéis e abrindo caminho! Na despedida me perguntou “que es el nombre artístico de la misma? “ o que respondi “ La poderosa “ piscando os olhos pra ele, que se despediu com um “ have a very good trip “ , só olhando para o gingado das cadeiras dela... Viva Dorival Caymmi!


quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Vivendo um sonho

Vivendo um sonho



 Já realizei alguns nessa vida, “viver” um só eu, na realidade, fui sentir agora. Ter um filho e criá-lo como todo pai, ver a mãe ser extremosa como tantas, saber que a escolha dele foi ditada pela mistura de competência e sorte, vê-lo crescer e sair de casa, isso temos vários exemplos por aí, são sonhos realizados de pais sortudos. Agora, ser convidado para passar um Natal na casa distante dele, montada e simples como tem que ser, ver a felicidade estampada no rosto de um casal de jovens, é um sonho vivido; ali, no dia a dia, no frio, na chuva que não pede guarda-chuva, na cidade onde a tecnologia move tudo, nos peixes sorrindo sobre bancadas do mercado central, nos caranguejos gigantes e assustadores, olhando uma cebola branca e um alho maior que a mão da minha adorável nora, a vida sendo vivida sem medo do ladrão, à pé, na madrugada gélida, sem sentir medo... Isso é viver um sonho. Entender um país que não é o exemplo de nada, não quer ser! E deu certo para os que lá moram e trabalham sem preconceito; jovens estudando e fazendo faxina para se sustentar, olhos puxados nas ruas cheias de asiáticos, negros alegres ouvindo radio e dançando soltos pela cidade, alguns pobres (ou muitos...) vivendo da esmola ou do amor alheio, drogas pesadas, problemas sociais, medicina cara e injusta, com um belo tempero: trabalho para quem quer trabalhar, justiça para quem for roubar ou “pisar na bola”, liberdade e progresso. Nosso Brasil tem tudo o que lá vi, com um detalhe fundamental: não anda pra frente, não avança sem o empurrão do maldito governo tomador, só ganha quem lá está ou quem sempre por lá ganhou. Uns dirão que isso vai mudar, que os avanços sociais são imensos, que aqui é o país do futuro! Esses estão precisando ir para algum médico, de preferência da rede publica e descobrir que vivemos um pesadelo, dia após dia, que somos e sempre seremos uma nação de um futuro que nunca chegará.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Calçadão e ciclovia



Calçadão e ciclovia


 Adão e Eva, Cosme e Damião, Feijão com arroz, calçadão com ciclovia, e outros exemplos de casamentos perfeitos... Rio de Janeiro com mar, lagoas e vistas inebriantes: o lugar perfeito para uma caminhada ou pedalada ao ar livre, certo? ERRADO ! Hoje, meu amigo, o mundo mudou para pior, não há sol e brisa marítima que faça o carioca ser leve e solto como era no passado: praia, mergulho, um chopinho na esquina e a alegria de morar no lugar mais lindo e aprazível do mundo! Exagero, diria algum Recifense... Qual nada! O Rio era “ The Best “ até ficar desassistido e pobre. Hoje o nosso governador de pé grande (antes fosse da terra do saudoso Garrincha) está sem pagar suas contas, o milagre do pré-sal não aconteceu; nosso prefeito (quase perfeito!) esburaca a cidade toda e, pensando nas glórias olímpicas, levantar uma faixa presidencial futura, faz a ciclovia mais linda desse mundo! Sim, amigos, vocês já passaram na av. Niemeyer? Não? Que pena... Deixou de ver a vista do mar azul e das ilhas Cagarras ao longe, da briga incessante do mar socando as pedras, o verde que cobre montanhas ao longe... Hoje você verá uma ciclovia tapando quase tudo, então vá de “bike”, certo? Não, colega, errado novamente: a tal pista é estreita e as colisões serão espetaculares (acho que há uma ponta de dinheiro do Globo para aumentar a audiência do Faustão nas vídeo-cacetadas); teremos de tudo um pouco: ladrão, camelô, andarilhos, gringos, skates, motoqueiros, samba de roda (de bicicleta é claro!), putas e outros frutos da terra, menos um calçadão! Aí é que mora o problema! Uma ciclovia CONFINADA! Sabe aquelas motos que se cruzam na “roda da morte” em circos do interior, zummm, zummm, e você tonto esperando a colisão, sabe? Nunca viu? Venha pra cá que será mais divertido! Onde tem ciclovia sem uma calçada do lado para servir de escape? No Rio teremos ! A cidade maravilhosa vive sua festa dominical no formigueiro humano que troca a areia pela calçada quente e atravessa a ciclovia para chegar à rua, com a turma que volta no ciclo contrário (rua-ciclovia-areia); isso transversalmente à orla marítima, já no paralelo tem de tudo: velho, criança, sorveteiro, gringo, mulher quase nua, etc... Uma verdadeira festa! Isso porque existe um casamento perfeito (volte para a primeira linha). Agora acabou a calçada e a ciclovia ficou viúva... Solitária vai viver sofrendo e enfeiando a nossa linda Avenida Niemeyer; só tenho pena dos ciclistas desavisados que vão frequentar aquela serpente que margeia o mar, vão sofrer com esse casamento desfeito (calçadão com ciclovia) e trarão péssimas lembranças do passeio... Que Deus os protejam !

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Prendedor de roupa

 Ponte estaiada do metrô da Barra da Tijuca



sábado, 21 de novembro de 2015

Madame “I’m lost”

Madame “I’m lost”

 Criatura simpática, vivaltina e viajante. O nome verdadeiro dela é Mary, verdadeiro? Nada disso! O realmente dado de batismo é diferente, do tipo católico ao extremo, coisas da geração “touca pra dormir” que fazia promessa para o filho nascer saudável; então vem Maria do rosário, Maria do socorro, etc... As que se salvavam das benções divinas e vingavam foram premiadas com Hermengarda, Clotilde, Cremilda, etc... Geração sem sorte, será? Eu acho que não evoluímos muito, outro dia conheci o “Jonlenom” e perguntei” seu nome vem de onde? “ , a resposta “ mamãe era fã dos Bitus “, é mole ?

 Vamos aos fatos. Madame “I’m lost” foi assim batizada pelos devaneios das amigas viajantes, um bando de passarinhos perdidos em terras distantes, a combinação era de quem falasse inglês ficava tomando conta de quem não falava, beleza? Tudo certo? Duplas formadas? Partiu... Tia Mary com a amiga poliglota em plena Londres, frio, neblina, sinal de trânsito fechado e a “louca poliglota” atravessa a rua com a nossa heroína a tira colo, aliás,” encangadas”: lá no Recife só se anda encangado. Voltemos, uma freada e uma discussão “in english” da pernambucana doida com o lorde inglês. A essa altura a nossa personagem já tinha atravessado a rua com frio e vista embaçada... Não precisa explicar que uma foi para à direita ( right ) e a outra para à esquerda ( left )... Nossa querida tia ficou perdida em plena Londres vibrante, só restou pra ela chorar lágrimas congeladas e correr para a sobrevivência com uma moça simpática que
viu a cena :

- Can i help you ? Please, don’t cry...

- I´m lost !

 A nossa viajante só sabia falar i’m lost, hotel, help ( aprendeu com os Beatles ) e Good morning. Foi a salvação:

- Where are you from ?

- From Recife...

- What is your hotel ?

 Ela entendeu hotel e disse o nome, mas não sabia o endereço... tadinha... A solução foi embarcar a cidadã em um taxi e pedir para o motorista entregar a encomenda no hotel, lá chegando foi devidamente aplaudida pelas 150 companheiras do “pacote” Recife-Bruxelas-singapura-londres-pequim-paris e Recife “; o povo de Recife sabe que mora em uma cidade importante mas quer conhecer o “ resto “ do mundo e, correndo para ter o prazer de voltar pra casa contando mentiras e exagerando tudo ! Aliás, sem exagero não há pernambucano, by the way, não existiria a civilização ocidental avançada, sabem da história dos judeus desqualificados que foram expulsos para Nova Iorque ???? Não ???? Então vá ao marco zero e conheça a cidade do Recife ! Boa viagem !

sábado, 31 de outubro de 2015

Comprar ou investir



Comprar ou investir?

 Sempre pensei que investir era coisa de gente com dinheiro e posses, já comprar coisa de pobre... Ledo engano! Com a crise brasileira vejo um povo em plena decadência, lojas fechando, desemprego e inflação, tudo que faz você repensar sua poupança e sobrevida, bem como o “ato de comprar”. Comprar? Não meus amigos, não, não compramos, investimos para a sobrevivência! Comprar remete ao prazer, é um ato saboroso, pouco pensado (de preferência), quase uma terapia! Você sai do trabalho e vê aquele vinho que tanto gosta e compra; sua mulher passa na vitrine e “se encanta” com um sapato (não sei o que é esse encantamento que faz com que a criatura nunca fique feliz com uma unidade e, invariavelmente, o desencantamento acontece em menos de 24 horas... Daí vai à loja trocar e se encanta novamente), uma blusa e uma saia; mas, é o prazer que move o ato. Já investir é coisa a se pensar e repensar terá retorno? Em quanto tempo? O prazer virá depois com o resultado positivo, ou a tristeza de ter colocado o dinheiro no lugar errado. Hoje, caro amigo, tudo mudou... Não se compra mais, se investe! O vinho não entra na sacola sem um comparativo de preços e um remorso na cabeça, não devia ter comprado... Tua mulher tenta não comprar, fica irritada, “segura a onda” e acaba trazendo uma havaiana no lugar do sapato. Viagem? Só para o trabalho ou por ele. Férias? Que medo de voltar e receber o bilhete azul do patrão; por falar em patrão: esse cidadão que corre risco e gera empregos está na rua da amargura, sem crédito, matando um leão por dia para pagar impostos e sustentar o faminto governo de sindicalistas que o detestam!


 Então amigos, vamos investir? No pão, no almoço e nos santos; rezar e muito para um dia, quem sabe, você voltar a ter prazer em gastar seu suado dinheirinho e voltar a sonhar com um futuro melhor.

sábado, 24 de outubro de 2015

Fazer 70 anos

Do poeta maior:

Fazer 70 anos
(A José Carlos Lisboa)
Fazer 70 anos não é simples.
A vida exige, para conseguirmos,
perdas e perdas do íntimo do ser,
como, em volta do ser, mil outras perdas.

Fazer 70 anos é fazer
catálogo de esquecimentos e ruínas.
Viajar entre o já-foi e o não-será.
É, sobretudo, fazer 70 anos,
alegria pojada de tristeza.

Ó José Carlos, irmão-em-Escorpião!
Nós o conseguimos...
E sorrimos
de uma vitória comprada por que preço?
Quem jamais o saberá?

À sombra dos 70 anos, dois mineiros
em silêncio se abraçam, conferindo
a estranha felicidade da velhice.


- Carlos Drummond de Andrade, In: Amar se aprende amando - 24º Edição, 2001.

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

O filho e o vento



O filho e o vento

São tão iguais em sensações que me confundem...
Chegaram sem minha permissão e se foram caminho afora
Simples assim: rosto, vento, beijo, amor livre e total
Hoje sinto os dois no coração, o vento e o filho, juntos

Abro a janela e ele vem me abordar, se mostra vivo e alegre
Derruba folhas, despenteia os velhos cabelos brancos, suave
Um calor maior invade e anuncia: ele está lá longe, mas feliz!
Outra lágrima fica rapidamente seca, o vento vem e me socorre...

Tenho por ele a maior admiração, sua força, seu objetivo, transparência
Sinto com ele a velocidade da modernidade e da tecnologia, sua asa elegante
Vivo por ele essa saudade contida, no orgulho do filho bem posto na vida
Na vida e no vento vejo seus olhos claros, sua mente abertamente primaveril  


Filho do vento e vento do filho, sempre e para sempre meu filho Leonardo !

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

A dança dos números



A dança dos números

 Um amigo disse pra mim “os números são torturáveis” e isso me impressionou! Na verdade, no campo comercial, ele tem razão: podemos fazer os números crescerem ou minguarem ao gosto da necessidade do vendedor e da força do comprador, uma lei que o mercado entende como livre. No item liberdade temos o nosso grande sócio “invisível”, ganancioso e libertinoso, o governo do Brasil. Fugindo um pouco do lado político da conversa vamos para o prático, o dólar americano valendo R$ 4,00. O jornal de hoje (24/09/2015) traz alguns raciocínios sobre o tema:
- Ano 2002, dólar valendo R$ 4,00;
- Ano 2015, a mesma cotação;
- Inflação no período no Brasil de 127 % e nos EUA de 72,55 %.


 Se o dólar é uma moeda forte eu perdi 72,55 % das minhas aplicações no colchão, ou seja, meus 1000 dólares viraram 579 obamas! O período é de 13 anos, ou seja: 72,55 / 13 = 5,58 % ao ano! Isso mostra que meu “clone” americano tem que fazer o dinheiro dele render pelo menos essa taxa que o dragão (inflação) come, então ele produz ou vai aplicar nos mercados emergentes. Eu, por aqui, tinha 1000 reais e fiquei com 1000 / 2,27 = 440 reais! Ou 127 / 13 = 9,77 % ao ano! O dragão tropical é muito guloso! Eu teria que trabalhar 9,77 / 5,58 = 1,75 vezes mais do que meu clone (vamos chamá-lo de Bob); só que aqui a economia vai no sobe e desce constante e eu tenho que ser um artista de circo para repor meu poder de compra nessa imensa taxa de inflação média de 9,77 % ao ano! Um verdadeiro herói! Bob pode andar com um carro mais moderno e pagar uma gasolina mais barata que eu (com R$ 4,00 eu colocava 2,32 litros de gasolina e hoje coloco 1,29 litros). Em reais hoje o macarrão subiu de R$ 1,49 para R$ 2,2 (+ 47 %); o carro Gol 1000 (+ 108 %); a máquina de lavar ficou mais barata 13 % (compre logo!); o arroz subiu 103 %! Só que Bob tem emprego e vive em um país organizado com polícia nas ruas e, garanto a vocês, não guarda as economias no colchão...

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Manteiga ou margarina ?




Manteiga ou margarina?

 Os entendidos dizem que as duas fazem mal: a manteiga com a gordura saturada e a margarina com a gordura trans“O óleo vegetal não tem como virar pasta, então a indústria descobriu que, quando joga hidrogênio no óleo, ele fica com aquela textura. Essa gordura é muito maléfica à saúde, muito mais que a gordura saturada, faz um estrago muito maior nos vasos sanguíneos, eleva risco de infarto e AVC por entupir os vasos”, explica Navarro. Agora vamos fazer uma comparação com nossos ministros, o Mantega e o Levy, os dois fazem muito mal à nossa saúde! O jeito é azeitar esse governo! Aumentar impostos e ainda dizer que é investimento, só cozinhando com banha de porco, pelo menos combina com essa porcaria que estão fazendo!

sábado, 5 de setembro de 2015

Afinal temos conversado pouco

Afinal temos conversado pouco

 São os tempos modernos, os celulares, as crianças, o chefe e a diarista apressada, o batom e o creme facial; sua malhação e seus amigos do trabalho, seu amor pelo futebol e o maldito chope no fim do dia: nossos relógios estão com problema de fuso horário, ou melhor: um verdadeiro confuso horário. Trepadas homéricas, lembras? No carro, na escada do prédio, onde não deveríamos e queríamos. Hoje não queremos e não devemos! Sexo sem graça, computado em segundos de alívio carnal, pouca criatividade ou, como disse o meu analista “sem queimar as expectativa do seu desejo animal”. Pausa para pensar: que porra é isso? Saí de lá encucada, sou gente, sou animal ou o meu desejo ficou racional?

 Amor, querido, companheiro, estamos sendo dragados pela vida, não há muita salvação, nesse mar repleto de refugiados fugindo do terror da guerra estamos os dois na balsa, dentro do mediterrâneo, eu na ponta do barco, e você lá atrás, com medo... Precisamos conversar... E muito!  Discutir a relação? Vamos começar por não discutir? Ouvir mais e falar menos. Ficaremos mudos, combinado? Tua palavra me fere como espada medieval e minha língua é uma bala de fuzil. Então vamos combinar uma conversa as cegas? Sem se olhar, costas coladas, mãos sem armas, só o tato do corpo, só a vontade de ficar juntos sem cobrança, sem horário, sem compromisso. As crianças ficarão bem acampadas na casa de mamãe ou na da tua, ou melhor, na casa daquela tua amiga maluca que fuma um baseado na presença das filhas, elas ficam tão calmas... Ela convidou para deixar as meninas lá. Que tal aceitar? Você quer fumar um? Eu não gosto... Vamos viajar? Praia, ou acampar para alimentar os famintos mosquitos? Ou simplesmente matar uma segunda feira sombria e tomarmos todas no bar da esquina? Olhar nos olhos, contar piadas e quem sabe conversar um pouco? Olhar o pra trás e comparar com o prá frente. Tens coragem de se achar mais velho ? Terás olhos para as minhas rugas? Meu peito já um pouco caído? Deixaremos a conta pendurada no bar do seu Manuel, gente boa, sei que você gosta dele. Depois de conversar as besteiras que todos os bêbados falam no começo da bebedeira eu te proponho (no estilo Roberto Carlos) a chorarmos juntos, no começo da fossa alcoólica, e trocarmos lágrimas. Meus desejos serão pisados pelos seus, e seus absurdos vão derrubar minhas verdades absolutas, tudo com perdão, então choraremos muito! Hora de voltar pra casa, pedir uma pizza e treparmos no sofá, tomar uma aspirina e dormir um pouco, acordar e ligar para as meninas. Dor de cabeça, ressaca, arrependimento e uma enorme vontade vai renascer, meu amor, aquela de conversar novamente; afinal minha querida temos conversado muito pouco...

domingo, 30 de agosto de 2015

Uma senhora de idade



  Recebi em casa a visita de uma senhora de idade, por pouco tempo, mas o suficiente para conversarmos muito e, para mim, observar o quanto a vida é um sopro ou uma brevidade talvez; uma magnífica aventura, sob os olhos da dignífica senhora de mais  idade. A idade é muito mais mental do que física (dizem os jovens e os otimistas), a mente conduz o corpo, não temos que temê-la, viver o dia-a-dia e não pensar na velhice. Fácil assim. Ficar velho é o doloroso castigo que podemos fugir e ( ou ) fingir. Essa senhora ensinou-me que fingir é um ato e fugir uma opção falsa, não há coluna que não se vergue e costas que não doam, memória que não falhe e solidão que não nos persiga. Viveu uma vida dura com um marido apegado, filhos muitos, parentes demais, amigos de menos, trabalho mental enorme e emocional absurdamente lapidado em lágrimas escondidas e frustrações absurdas. Sorriu e ainda sorri, acha graça em estar ainda viva na fé em cristo salvador e na sua grande autoestima. Mulher de garra e de briga, doce como o mais delicioso doce de coco verde, verde, verdade hoje ainda!  Não tem a postura de antes: a cervical se curva para frente, cansada; mas com sua altivez ela compensa seu perfil de idosa: uma rainha, de olhos muito verdes na eterna esperança da vida eterna. Hoje vive um dia após outro com seu terço para rezar no quarto solitário da  viuvez recente, tem problemas, tem filhos adoráveis, tem os pés doloridos para caminhar, tenta acompanhar as novidades, a internet, o celular que toca e não responde seus frágeis toques na tela, tem muita vergonha de não saber mexer nesses aparatos infernais, adora uma novela, tem saudades do bom e velho telefone com fio e disco, do velho e eterno Chacrinha. Hoje luta contra uma surdez pequena que embaralha sua audição e maltrata sua vaidade: “surda eu? Não! Seu pai é que era surdo!”. Ronca no cochilo da tarde: “eu nunca ronquei! ", e se acha muito ativa ! Disfarça muito bem suas rugas e diz "nunca fiz plástica”, toda feliz! Aquela amiga que fez se arrependeu, ou pior: " ficou sem expressão ". Duro é suportar os convites para ser jovem novamente! " Mamãe vai virar a noite dançando ", pensam as filhas, e todos acham que ela é ainda o eixo e esteio da família, a toda poderosa de sempre, a mulher de fibra , um porto seguro.
  Aprendi em uma semana o valor da boa conversa, da simples razão de não ter razão, do riso frouxo e da boa mentira! O amor, sim, esse cidadão se fez presente; tudo estava centrado nele, no querer viver bem, nas poucas e roucas palavras, na desobrigação de se entender, em alguma desordem mental que só traz alegria ao viver, sem a obrigação de acertar, sem cobranças. Fico feliz em participar da vida dessa senhora de idade, sem idade, de aprender a  contabilizar o nada, só querendo receber carinho e dar um algo mais que poucos podem entender: o justo compreender que nada faz sentido sem o que já fez muito sentido, que o passado é a única moeda que temos para dar em troca aos que ainda se sentem jovens, e que, é nessa moeda que  eles também vão pagar esse preço.

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Conselho ao filho que sai de casa




Conselho ao filho que sai de casa

 Seu pai um dia fez o mesmo que você e teu filho também fará
Aprendestes o bastante para errar com humildade
Aprendestes muito pouco para acertar com absoluta certeza
Vais pousar em outras terras, conquistar o seu espaço, voa!

Seu pai fez o que podia com as asas que tinha e olhos de águia
Agora te vá passarinho, lutar com os ventos, buscar abrigo e sonhar
Aprenda a contar até 10, respire fundo e decida pelo coração
Seu pai quis te ensinar o que sabia, mas, perdoa, ele não sabe muito...

Nem muito nem pouco, bata na cara da sorte e respeite adversários
Tenha medo sem vergonha de ter, chore sozinho, mostre determinação
Apanhe da vida sorrindo, levante troféus com indagações, aceita e só!
Veja teu futuro como o céu de todo dia, sol, chuva e vento, calor e frio

Agora nunca se esqueça de tua mãe, ela sim se doou além das forças
Seu pai foi uma testemunha do amor maior, materno, sobrenatural
Reze por ela e pelas mulheres, sempre sabendo que o mundo é delas!
Respeite o próximo, cultive a saúde do corpo e só lembre do que foi bom

Ouça música, leia poemas, ria sem motivo, acalme seus devaneios
Grite sozinho, lute com tua sombra e respeite-a!
Jamais diga não se puder dizer um talvez
E, talvez, um dia, entenda seu Pai.


quinta-feira, 6 de agosto de 2015

O dia em que o mundo recomeçou




O dia em que o mundo recomeçou


 Fazem  70 anos que o homem brincou de Deus e fez o inferno. Neste fatídico dia a força maior da natureza sem controle, de átomos colidindo e gerando uma energia inimaginável, sem medidas, um louco cogumelo de fumaça e fogo a destruir tudo. A guerra acabou e o medo fez a humanidade se calar, num medo maior que a própria imagem do demônio, uma dose de veneno maior que o dragão que o cuspia, um horror que não cabia no planeta. Matou e mutilou, deixou o castigo eterno da radiação, mudou o DNA e mutilou esperanças, ficamos todos orfãos, sem ação. Sempre houve matança, dor e poder,somos bichos maus e passamos a ser terríveis! Fizemos a bomba nuclear para mudar o mundo dos dias contados para os dias que  ainda faltarão: um relógio ao contrário, na contagem do pavor. Os poderosos tiveram a coragem de mudar a ordem lógica da guerra, não é mais a força que ganha e sim o capeta sem controle. Deus fez o mundo e o homem o desfez, conseguiu o impensável: destruir o mundo em uma ordem, um telefonema, um botão vermelho. O inferno veio do céu, sobre um povo milenar, cortando vidas e levando crianças, entortando a roda da vida. Choremos e nunca mais esqueçamos desse horror colossal, desse dia em que o mundo recomeçou mais triste, mudo e sem entender mais nada.

segunda-feira, 20 de julho de 2015

Notícias do Formigueiro



Notícias do formigueiro


 Vendo a terra de longe podemos comparar a nossa civilização a um grande formigueiro, cada país com suas formigas, seus trabalhos em conjunto para terem segurança e estabilidade. No formigueiro Brasil a coisa está desarrumada, o professor José Eustáquio Diniz Alves do ENCE no IBGE diz que “demos as costas ao bônus”. O que é bônus demográfico? Simples assim: mais formigas trabalhando que formigas cansadas. Hoje o Brasil tem 81 % de pessoas em idade de trabalhar, só que 70% deveriam estar ocupado para gerar renda para todas as formigas; no entanto só a metade está trabalhando (40 %) para sustentar 100 % das formiguinhas. Entenderam como é simples? Acontece que as formigas procriam e envelhecem e, em um determinado momento, teremos tantas crianças e mais tantos velhos para alimentar com poucos “guerreiros” trabalhando. Diz ele que há, ainda, uma solução: “elevar a taxa de crescimento para 4 ou 5 % ao ano. Também é indispensável incentivar mais pessoas a entrar no mercado de trabalho, sobretudo mulheres”. Bacana isso! Agora me diga, prezado leitor, quem vai convencer a massa que vive do auxílio alimentação do governo para trabalhar? Quem será o nosso herói? O “ Super-formiga “ que mudará a cabeça das pessoas e o destino político do país das roubalheiras e do dinheiro dito “ fácil “, quem?

 Termina o professor dando um tiro de misericórdia: “O Brasil está virando as costas para a sua derradeira brecha demográfica e, em consequência, está entrando em um caminho sem volta. Ficará velho antes de ficar rico.


 Triste assim...

sábado, 18 de julho de 2015

No dia em que fui mais feliz



                 No dia em que fui mais feliz

 Havia uma praia e um mar deslumbrante
 O vento corria leve acariciando minha face
 O sol ainda presente lutava bravamente no horizonte
 Era verão no meu coração...

Uma sensação se fez presente, de leveza, de quase pureza
Uma vontade de ser jovem, correr e gritar de felicidade
A felicidade sem razão, de estar vivo, tolo e simples, acolheu-me
Aquela emoção turvou meus olhos e confundiu minha razão

Naquele dia descobri que toda felicidade é rápida, solta e desgarrada
Entendi que a vida é breve e curta para ela, uma gazela livre
Tão grande essa alegria que se ficar me mata, saudades ficam
Ao partir deixa recado, sentido, nesse por de sol eternamente divino

terça-feira, 14 de julho de 2015

Aquele povo que dança na praia

Aquele povo que dança na praia

 Hoje li no jornal o texto do Sr. Luiz Roberto Londres que fala da “dívida” do ocidente para com a Grécia, diz lá:

- Foi na Grécia que nasceu a filosofia como amizade à sabedoria;

- Lá nasceu a filantropia, ou o amor ao ser humano, o que gerou o conceito de bem social;

- A democracia vem de lá! Nas praças havia as “ágoras” como um parlamento local onde se reuniam os “ polites” e os cidadões que se interessavam por assuntos de estado. Os “idiotes” eram os outros que não decidiam e chamavam os representantes de “autoridades”;

 Hoje eles estão ainda lá com um PIB de apenas 2% da eurozona, sem dinheiro e sem solução simples, lá no jornal li a opinião de um oftalmologista Nikos Oikonomo: “Quando falamos de um país que não produz nada, até os tomates vem da Bélgica, o que se pode esperar se, a uma dívida de mais de 300 bilhões de euros vai se adicionar outros 86 bilhões?”. Complicado... Na carona do problema virão outros como Portugal, Espanha, Itália... O que fazer?


 Não entendo de economia, entendo que se há rico há pobre, o dinheiro não perdoa! Eles devem e vivem como devedores, os que emprestaram já devem ter recebido juros e não são crianças para perder acreditando em “milagres”. Fica a pergunta: se um quebra os outros vão quebrar também? A Europa não cresce e tem uma locomotiva a todo vapor (Alemanha) reclamando dos vagões pesados. Os EUA estão nadando de costas em mar tranquilo e o dólar sobe, sem dançar na praia, e sem muita festa voltaram a mandar no mundo. Na minha terra já dancei ciranda na praia, hoje tenho muito medo de dançar em praias, isso pode ser muito perigoso!

sexta-feira, 10 de julho de 2015

A idade do sapato



A idade do sapato

 A maior sacanagem que inventaram é a tal “melhor idade”, ora, melhor? Você fica velho e alguém diz que está na melhor idade... Pra morrer? Isso é a maior sacanagem que inventaram. No gancho do pensamento, qual a melhor idade? Os poetas dirão a infância, os tarados a adolescência, os trabalhadores os 30 anos e as mulheres os 22. Cada caso é um caso! Depende de como você viveu cada fase da vida, teus amigos, família e problemas. Eu posso afirmar que, independente dos fatores externos, a criatura humana vive melhor na idade do sapato. Sapato? O que será isso?

 Simples, o pé menor deve ter 34 ou talvez menos e o maior 48 bico largo, certo? Pense aí com teus botões, não é bom ter energia e um pouco de sapiência? A média estará neste conjunto finito de números mágicos! Para as mulheres é melhor ainda! Elas estão completas aos 30 e poucos, e vão reproduzir na idade do sapato, estarão felizes, escolherão seu macho e vão produzir mais. Depois, caro amigo, vem os 50 e os 60, que são meras lembranças do sapato. Os 70 e 80 vão te colocar os pés frios no chão, sem possibilidades de ser feliz (no sentido produtivo da palavra), sem muita expectativa. A vida é ter o pé no chão e a certeza das poucas coisas que você aprendeu e ( ou ) acredita. Só no sapato velho o pé fica feliz, e nele vais ter a idade melhor, andando firme e completamente realizado.


 Quanto você calça?

quinta-feira, 2 de julho de 2015

O poder dos baixinhos




O poder dos baixinhos

 Sempre admirei os baixinhos por serem um “ser” vencedor. Baixinho sofre já na escola e leva umas porradas “corretivas”, o que faz o cidadão “crescer” com uma mentalidade de campeão! Conheço vários que são vitoriosos na vida, pois aprenderam com a adversidade, brigando para sobreviver. Ser baixinho e feio é uma grande promessa de sucesso na vida! Mas, isso é pra outro dia. Hoje o foco é de como me safei graças a uma dessas maravilhosas criaturas pequenas.

 Eu estava de férias curtindo o melhor da vida quando recebo um aviso da companhia aérea: “amanhã haverá greve de taxistas na cidade, façam seu trajeto para o aeroporto por transporte público”. Maravilha de solução! Eu, mais tranquilo que rico contando dinheiro, acreditei que não teria problemas, pois estava “montado” em um carro alugado, percorrendo cidades pequenas de gente calma e tranquila, sul da França, bien sûr! Acordei com a devida antecedência e partir para o aeroporto, as vias livres, delicia de carro e avenida com o mar azul à vista. Feliz da vida... Até, caro leitor, me deparar com a placa indicativa de entrada à direita para “aller” ao aeroporto. Não passava nada! Eu com o carro moderno fiz a minha “baianada” de cortar a fila dos parados até ver que o rolo era grande! Os grevistas fecharam a “rotunda” que dava acesso para meu destino. Apertei o botão do GPS e a portuguesa falou “Entre na entrada!”???? “entre na entrada”???? Ora porra! Vou entrar na saída? “retorne e entre na entrada!” Pensei comigo mesmo” estou fu...” Daí verifiquei que estava entrando em uma “auto-rute “ e iria parar em outra cidade. Dei uma guinada espetacular e apertei o botão da minha parceira portuguesa “siga em frente e entre na rotunda”, segui até parar no meio do bafafá! Você já foi à gafieira? Sabe o que significa “quem está dentro não sai e quem está fora não entra?” Os taxistas mandando todo mundo ir a pé para o aeroporto: era mulher, menino, velho e velha empurrando mala , chien, etc...E o turista aqui parado olhando a galera do” deixa disso”, a polícia, só olhando para o pau não comer! Minha mulher começou a chorar, eu vi que não tinha jeito, voltar e tentar ir de trem para Paris ou simplesmente dormir com os mendigos na Place Macena. Aí vi um baixinho buzinando em um carro velho, o bicho era bravo, cortava um, cortava outro, parecia que estava com uma mulher parindo dentro do citroen. Fui atrás! Macho todo! Eu e o baixinho buzinando, a coisa andava e chegamos na barreira dos grevistas. Tinha um careca à lá Zidane que devia ter 2 metros de altura por outros tantos de largura. O tal “exterminador do futuro” dava esporro e empurrava os carros para o lado como se fossem camisas no armário... O baixinho saiu da viatura e encarou a fera “vous êtes La puta qu’e os pariuô, allez chez casa do caralhô, etc...” Senti firmeza na pequena criatura, meu herói! Davi contra Golias! Disse “mulher, para de chorar e cata o contrato da Hertz que esse baixinho vai entrar e nós vai no vácuo”. Zidane com uma mão levantou o citroen da criatura com a mesma facilidade que vi o povo comendo as baguetes nas ruas cheias de  Paris... Que vontade de pegar o avião... Que saudade das baguetes...

- S’arrete ! Ne mettez pas La mão na voiture!

- Je vais te Tuer !!!! Merde !!!!

 Eu, no meu frances macarrônico entendi que meu plano tinha tudo pra dar certo! E tome de chute no pneu do carrinho velho e o meu herói avançando, acelerou e largou cantando pneu! Eu fui firme atrás do “pole position” até ver a mão do troglodita segurar o meu gógó...

- Où pensez vous aller ???? Où ???

 Senti um aperto no meu “”, uma fisgada na velha hemorroidas e falei fino:

- Monsieur je suis d’accord avec vous , le droit universal de La greve !!!! Je suis amis de LULA du Brézil !!!!

- Brésil ? Lula e Dilmááá ????

- Oui

- Allez, allez, Brézil, Lulá, Dilmá, Cope du monde, tout est FÛ !!!!


 Entendi e larguei cantando pneu atrás do baixinho que já se perdia de vista, já virando a grande curva... Adoro os baixinhos!  

quarta-feira, 10 de junho de 2015

E a revista Veja sumiu... Junto com o Brasil!


 Esses " salpicados " de artigos na revista Veja assustou, tanto quanto o comentário do porteiro " essa revista está tão magra doutor, porque ? " Tentei explicar da crise, etc... Ao ler a tal revista me deparo com os comentários de Luis Stuhlberger e da Lya Luft , quase retorno para chorar na frente do porteiro do prédio! O país está muito mais magro e pobre que a famosa revista ! O Brasil perdeu ! E o jogo da vida continua... Brincamos de ricos quando era para aproveitar e crescer, investir pesado em infra-estrutura e educação; não, nada disso, só o crédito bom e barato para aquecer a economia. Agora nos resta a dívida e , sobretudo, a dúvida ! " Não descarto vivermos uma nova década perdida " , diz o Dr. Luis. E agora ? Vou ter que trabalhar mais 10 anos na penúria... " O estado gastou mais do que podia e devia... agora nos convoca a pagar também as dívidas- que são nossas " , Lya percebe. E aí meu amigo, qual a saída ? O aeroporto ou a penúria ?

 Abraços repletos de desesperança

quinta-feira, 4 de junho de 2015

Uma sensação

Com uma sensação de leveza e de torpor que a vi
Assim comecei um grande amor
Com a mesma indolência
Adormeci

Com uma sensação de leveza e certeza a vi noiva
Assim consolidei um grande amor
Com a mesma inocência
Amei

Com uma sensação de fraqueza e tristeza a vi partir
Assim desconsiderei um grande amor
Com a mesma inocência
Chorei

Hoje choro com a minha leveza e fraqueza no amor
Sem jamais me arrepender da minha inocência
E, com a sensação de pureza
Acordei!






domingo, 31 de maio de 2015

E a vaca não foi pro brejo



E a vaca não foi pro brejo

Leio no jornal: “Economia brasileira encolhe 0,2% e a previsão de retomada só em 2017”.  Vamos ver os números abaixo, desempenho do 1º trimestre em relação ao 4º trimestre de 2014: E a vaca não foi pro brejo

- Agropecuária...................................... + 4,7 %
- Indústria............................................ -0,3 %
- Serviços............................................ -0,7 %
- investimentos..................................  - 1,3 %
- Consumo das famílias....................  -1,5 %
- Consumo do governo....................  - 1,3 %


 E agora? O ano de 2014 já foi ruim e estamos ladeira abaixo. Só para entender melhor: o setor de serviços responde por 70 % do PIB! Para Armando Castelar (FGV) a economia vai piorar no 2º semestre, “O consumo doméstico vai continuar caindo e o mercado de trabalho só começou a piorar...”. Vamos ter que sobreviver com tudo isso e uma inflação correndo em paralelo, roendo as economias, matando por asfixia. Vocês estão preparados para as “vacas magras?”, ficar mais comedido ou mais pobre? Sem esperança? Sem um futuro otimista? Você é jovem e batalhador, trabalha e estuda, inteligente, bom filho, bom menino (a), tudo certo para fazer sucesso na vida, só errou de país... Aqui a vaca não foi para o brejo, está muito bem obrigado lá no interior pastando e engordando, é uma saída! Que tal se mudar para o mundo do “agronegócio?”, plantar e colher pode ser melhor que viver nos grandes e sufocados centros urbanos. O problema é a falta de mercado de trabalho nas grandes cidades, a falta de infraestrutura, de tempo, de vida. Pense grande! Adaptar a vida é melhor que vê-la ser desqualificada. Vamos para o interior? Quem vive por lá deve estar sorrindo...

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Foi um rio que passou em minha vida...



Foi um rio que passou em minha vida...

“Foi um rio que passou em minha vida e meu coração se deixou levar”, ai Paulinho da Viola, ai que saudades do Rio de Janeiro que vivi e não vejo mais. O samba, o esporte, a praia, a mistura deles todos: alegria. Rio de Janeiro é o carimbo no passaporte da alegria, era... Agora vivemos em uma cidade sem identidade, sendo esburacada e modificada, querendo ser moderna com seus atributos femininos, suas curvas, sua beleza quase infinita; pergunto: será que essa bela mulher vai se adaptar a essa cirurgia plástica? Vamos poder desfrutar dos seus encantos escondidos e ir e vir pelo seu corpo na calada da noite? Não creio. O Rio de Janeiro é um caso perdido! Estamos no caminho errado, compramos a receita americana de colocar carros nas ruas e fingir segurança, fechar os vidros blindados e morar nos condomínios fechados, em que poucos podem. Fica lá o morro como referência da cultura popular e das pessoas humildes, só no samba lembramos dele, no carnaval vamos aplaudir seus nobres moradores. E a periferia? São horas perdidas em latas de sardinhas móveis, que lentamente carregam a mão de obra trabalhadora que sonha com um carro e acorda em um metrô lotado, sem vida feliz. Vamos reciclar nossa visão da cidade? Vamos andar mais a pé e de bicicleta? Curtir a natureza e relaxar com a vista encantadora da lagoa Rodrigo de Freitas? Que tal o aterro do Flamengo? A nova ciclovia que vai percorrer o costão da av. Niemayer... Seremos uma nova Amsterdam com muito mais charme! Não! Infelizmente não!

 E agora? Cadê o Rio de Janeiro? Vai ficar pronto para as Olimpíadas? Vai ser um orgulho nacional? Exemplo de eficiência e segurança pública? Hospitais funcionando bem, tudo pronto para receber os esfaqueados, baleados e espancados. Tudo maravilhosamente resolvido!


 Viva! Sejamos otimistas e felizes, o Rio de Janeiro não acabou, só não será o mesmo! O que nos resta é ouvir uma boa música do Tom Jobim e lembrar do tempo em que se podia contar piada no botequim da esquina, fazer uma fezinha no jogo do bicho e torcer no maracanã sem temer o próximo. Ser feliz por morar na cidade maravilhosa, eu era tão feliz e não sabia...

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Músicas na cabeça

Estava à toa na vida com Gonzaguinha
Esperando a banda passar ao lado de Chico
Comendo da farinha do desprezo, eu e Macalé
Com a laranja madura de Ataulfo Alves

 Depois comecei a trabalhar tijolo com tijolo
 Naquelas casas simples com cadeiras na varanda
 Enfeitadas com a rosa mais linda que houver
 Para a noite do meu bem...

 Hoje respeito ao menos os meus cabelos brancos
 Sem querer saber se dois e dois são cinco
 Vestindo minha roupa de general
 Vou entrar naquele velho navio




 Compadre Manuel Bento só faltava tu...


quarta-feira, 29 de abril de 2015

Pensamentos geniais



" Quem mata o tempo é um suicida "


                                                          " Solteirão é o marido da solteirona "


 " Se você acha que está maluco não está. Mas se você acha que todo mundo em volta está , então está "


                                                        " Sincero como um cara apavorado "


 " Nenhum problema é insolúvel, desde que você use a camisinha "


                " Sexo é a única atividade que pode dar enorme prazer a duas pessoas que se detestam "


 " Vai ficar muito rico o sujeito que inventar um remédio pra matar a saudade "


                           " R.S.V.P. é o sujeito que dá mais festa em todo o mundo "


 " O inventor do pôquer foi São Tomé : pagava pra ver ! "


                                      " Uma linda mulher de 40 anos, cara e coroa "


 Que saudade dessa mente brilhante !

 Fonte: A Bíblia do Caos de Millôr Fernandes


terça-feira, 28 de abril de 2015

A benção vinda do céu

                             
 A benção vinda do céu

A manhã de outono vem carregada de preguiça
Atravessa a janela embaçada da noite fria passada
Trazendo boas novas em uma promessa de calor tímido
Acordam operários e donas de casa, escravos do amanhecer

Eu acordo para ver o que a mãe natureza traz para o café
Ela vem linda, sorrindo como as boas mães, com o céu na mão
Não é um qualquer, ele é especial no azul mais limpo que existe
Azul de um sentido maior, em forma de benção divinal, beija-me

Coisas boas da vida: mãe, beijo, benção e manhã de outono

Rio de Janeiro

Coração


Feliz!

quinta-feira, 23 de abril de 2015

A vantagem de ter um pinto


A vantagem de ter um pinto

 Não, não vou falar de granja, galinha e pintinhos. Falarei de pinto, o que nasce com você e, se você gostar dele vai morrer contigo! Ele sim, aquele simpático morador dos países baixos, que te faz orgulhoso (espero...) e foi seu amigo; sim, digo foi, pois pode não ser mais! Depois de certa idade “ele” quer independência ou morte! Melhor dar a independência para o rapaz! É assim mesmo, todo amigo um dia se rebela e se comporta de maneira estranha, não te dá muita atenção e cobra pelos apoios. Absurdo! Amizade tão longa (grande é o termo melhor aplicado) e verdadeira: você nunca deu muita atenção prá ele, aliás, o maltrata, muito... Senta encima, vai jogar bola e esquece que ele já tem as suas, só dá atenção quando vai usar! Triste isso. E quando ele está triste você se revolta! Nunca pode falhar??? E agora, na velhice, ele te ignora, com toda razão! Fica amigo do seu pé, pois olha todo o tempo para seus pés, candidamente.

 Vamos voltar às vantagens:

- Ter pinto é melhor que ter a “outra”;

- Você pode ser feio e ele ser bonito!

- Você pode ser incompetente e ele ser o máximo!

- Fácil de lavar;

- Não necessita de cuidados especiais e nem de visitar um médico periodicamente;

- Sempre que ele funciona é você que recebe os elogios!


 Entenderam? Outra: fazer xixi de forma rápida, higiênica e disfarçada quando preciso. Um bom menino! Pode até utilizá-lo “on the rocks” nas churrascarias, uma experiência agradável! Então, meu amigo, cuide dele, converse mais, entenda a revolta dos sessenta, aceite sua aposentadoria e tenha certeza que “ele” fez muito por você, agora faça por ele!

domingo, 19 de abril de 2015

No coração de José

 No coração de José

 No coração de José bate um amor cadenciado e vibrante
Amor feito de disciplina Beneditina, regado em ora e labora
Tão grande que se expandiu em um sorriso largo e pleno
 Maior que o próprio José que o abriga cuidadosamente

No coração de José nasceram amigos, amores e linda família
Lá dentro, no canto esquerdo vê-se barulhento grupo
São meninos atrevidos que até hoje vivem em São Bento
O menino José sabe que esse amor também é verdadeiro

O grande José se fez maior nos seus sessenta anos vividos
Cresceu em sorrisos e abraçou tantos amigos que sorriu mais
Sorriu mais e maior para viver mais seu amor maior: a família
Que Deus e seu pastor Bento te abençoe, meu irmão José!


sábado, 18 de abril de 2015

Quem é o dono da casa ?



Quem é o dono da casa?

 Amigos sinto uma dor no peito ao ver nosso país afundando, as pessoas sem esperança, a vida ficando difícil, o medo nas ruas. Os jornais só trazem dissabores, tragédias, mortes em balas perdidas, acidentes em estradas abandonadas, até água falta! As contas chegando e trazendo embutido o velho dragão-inflação, corroendo nosso dinheiro e as suadas poupanças. Os velhos, coitado deles, ficando a míngua pela corrosão da sua parca aposentadoria... Se está ruim com uma inflação de um dígito pensem com dois dígitos, estamos muito mal resolvidos. Os jovens que tem oportunidade vão estudar e fazer cursos no exterior, com um pouco de sorte podem morar por lá e tocar uma vida mais promissora; os outros ficarão “ralando” por salários baixos e sem muita chance de progresso, pois o país não cresce o suficiente para gerar renda e emprego, e os desvalidos ficam tentando a sorte no futebol ou no crime. Triste.

 Um dia um coronel lá do nosso pobre e esquecido nordeste foi procurado por um jornalista de São Paulo, rapaz bem apanhado, inteligente e vivaz. Nosso herói estava deitado na rede, à vontade, para contar seus “causos” e responder, dentro do possível, perguntas do sagaz entrevistador. A tarde estava quente, uma pinga foi servida para adoçar as bocas e soltar a língua, o correspondente da Folha de São Paulo sentiu um calorão subir no rosto: cachaça de cabeça, das boas, safra do coronel. “Coronel, posso tirar a camisa? Está muito quente...” E de impulso passou pela cabeça sua camiseta suada... “Um momento seu menino, vou lá dentro e já volto” disse o Coronel. Estavam no alpendre o jornalista, uma linda fotógrafa e motorista quando o nosso comandante retorna só de cuecas! Os bagos balançando dentro da cueca branca... “Coronel o senhor está de CUECAS!” Disse o espantado jovem sem camisa. “Sim” respondeu de pronto o Coronel que ao ver os olhos espantados da moça explicou: “É prá móde de se, por a causo, chegar uma visita saber quem é o DONO DA CASA !!!!”


 Entenderam? O dono da casa tem que ser reconhecido e, se possível respeitado e admirado. E o nosso Brasil? Quem é o dono (a) da casa? Não temos, meus queridos leitores, não temos... O Lula não sabia de nada, o PT não manda mais em nada, a “presidenta” entregou a faixa para seu vice, o PMDB sempre “comendo pelas bordas” e “mamando nas tetas”. E nós? Estamos fazendo o papel do jornalista que foi ao Coronel saber como era a vida dura no nordeste, como sobreviver na seca, com pouco dinheiro, no trabalho semiescravo, no pó e na catinga. Vamos Dilma, levante-se e volte de calcinha e sutiã! Mostre que tens personalidade e que pode mandar no país; ou, se não dá conta peça seu boné e saia de cabeça em pé! 

quinta-feira, 9 de abril de 2015

O jornal está chato

O jornal está chato

 Serei o único a admitir que a leitura dos jornais no Brasil está cada vez mais chata e, principalmente, triste? Notícias de uma política falida, roubos em forma de corrupções para os abastados e mortes banais entre os pobres; assaltos seguidos de traumas, a população como um gado sendo marcada com a dor da dívida, espremida em ônibus.  Uma juventude perdida. A educação colocada de lado, hospitais pedindo socorro, crimes sendo lugar comum no país do “mais esperto”. E as balas perdidas? Mortes no trânsito, nas enxurradas. O futebol horrível! A música péssima, e cachaça ainda sobrou...

 Serei o único? Sou pessimista? Vai tudo melhorar???

 Seremos sempre um povo concordado, gentil e tolo, que aceita a regra do jogo, que prefere chorar a gritar. Como mudar isso? Qual a liderança se fará presente para mudar a cabeça das pessoas? Haverá um jovem idealista com caráter irretocável para chegar lá e ao chegar se manter correto? Um Jesus Cristo virá? Um santo? Um milagre? Não creio... Estamos fadados a sofrer com uma sociedade injusta, com jovens ricos defendendo a ideologia da esquerda poética e alguns pobres esperando a liderança da força, das armas, da privação de uma democracia. O erro está no conceito e na vivência. O certo seria levarmos nossos jovens para morar em países desenvolvidos, por um período, para aprender o sentido do social, do bem comum, da vida compartilhada pelo sustento de um governo que está do seu lado, no guarda da esquina, no metrô funcionando, no jornal confiável. Podiam empresas “adotar” alguns estudantes para gerar um núcleo de opiniões, assim tentar contaminar outros jovens, em uma nova onda positiva de esperança no futuro, pois o presente já era!