segunda-feira, 31 de maio de 2010

Pensar Grande

Pensar Grande



O que será? Ser um otimista? Ser um intelectual atualizado no mundo moderno? Ou ver através do tempo? Meu Pai dizia que uma das formas de saber (ou medir) a inteligência era ver mais longe no túnel do tempo. Vou explicar: Todos seus atos tem reflexos e conseqüências, uma reação Newtoniana, um movimento de pedra no Xadrez da vida, pense assim, nada é por nada, desde o mais bobo comentário a mais séria reunião! Todos te olham, sentem, percebem, você é o ator e o mundo está ali, na platéia, com o ingresso na mão, faça seu bom espetáculo, mas saiba das críticas, duras e tortas, elas virão. Teu ato de hoje é a notícia de amanhã, cuidado... Com quem andas não podes escolher, o que falas sim! Veja-te no agora com uma fantasia de mais uns seis meses “adelante”! Viu algo? Se não viu mude o prazo, que tal três meses? Ou um ou simplesmente uma semana ou amanhã? Viu algo? Estavas bem? Os outros te entendem, teus erros serão sanados?

E o teste é esse, se você é capaz de se ver e se ACEITAR no futuro é bom! Quanto mais longo for esse tempo melhor! E quanto mais querido você seja parabéns! Você pensa grande e “pode” ser inteligente! As pessoas vão te julgar não pelo que você fez e sim pelo que você faz e promete fazer, aí é que mora o perigo! Fale pouco, prometa menos e corrija no teu dia a dia teus sonhos, nesse teatro da vida tente se imaginar platéia, seja menos egoísta, sempre terá alguém vendo teu show! Minta, não prometa! Largue essa cara de “Papai sabe tudo” e olhe prá platéia, e nunca, mas nunca valorize os aplausos, principalmente dos que batem palma de pé para teu sucesso! Esses serão teus maiores inimigos...





Roberto Solano

sexta-feira, 28 de maio de 2010

O que não tem medida

O que não tem medida

Como medir? Esse é o maior desafio do ser humano, medir. Uma amiga me criticou sobre umas palavras minhas que se referiam a uma moeda de troca entre Pais e filhos, uma filosofia de botequim, em um momento de sentimentalismo meu. Ela disse: “A moeda de troca de Pais e filhos é o amor!”, e aí Eu empaquei... Como medir o amor???? O meu amor será sempre o maior, como o meu ego, como a minha cegueira egoísta. A perspectiva do “outro” também indica essa direção perigosa do amor, sempre perverso e absoluto, sempre dono da verdade e perfeição. Como alguém ousa amar mais que Eu? Isso é um absurdo! Os Pais acham e conservam essa loucura para sempre, vide as sogras... Nesse embalo vem o ódio, o mortal, o para sempre, veneno maior! Com um pouco de boa vontade e muito tempo tem gente que diminui essa chama, poucos, os mais sábios. Mas e o amor? Como apagar o amor? Você lembra mais da primeira namorada ou da primeira briga? Do beijo ou do fora? Eu me lembro e sinto a falta dos dois, da emoção adolescente, da ingenuidade, da tolice, o bobo vive mais e pode ser feliz! Voltemos ao racional, você já mediu teu amor? Já comparou com o dos outros? Meu Pai dizia ser a coisa mais difícil o “Dar”, verbo direto, duro, sem volta! Deu-esqueça! Vamos pensar assim: Dar-esquecer, give-forget, Offrer-oublier, etc... Isso é bom, alimenta o coração, fortalece a tua alma, dê, dê muito e esqueça. Não pese, não meça, só respire fundo, e estenda teu braço, ofereça, e corra! Apague qualquer reação positiva, o presente é uma bomba, a alegria é do outro, a incerteza é sua. Tudo que dei me foi negado. É dando que se recebe! Uma furada, pensamento torto, bebo. É dando que se dá e ponto final! Dá quem quer! Assim já gosto, mais inteligente e autêntico. Dê um presente á uma criança, compare com os outros presentes, e na festa veja a alegria egoísta dos convidados, mendigando a preferência do aniversariante, o a criança vai eleger seu favorito pelo momento e pela fantasia de sua cabecinha alegre e esfuziante. Não há lógica, o que rege o prazer é o desejo, o que guia o desejo é a fome. Ter tudo é muito ruim... O bom é querer ter, imaginar, criar fantasias, aquele conversível vermelho correndo na pista plana sob um sol delicioso do caribe, ao lado da pessoa amada! Sonhar, sonhar, é bom, realizar é um ato final, depois só resta o retorno à vida normal. O sonho é teu, regulável, maluco, irresponsável, mas teu; sendo grande ou pequeno, teu. O amor não é teu, sem medidas ele brota, foge, cresce desama. Um filho é assim também, solto, sem retorno, vento do mar...
Vamos tocar a nossa vida com esse mistério eterno do amor sem medida, sonhando...

sábado, 15 de maio de 2010

Só sabe quem mora na Barra da Tijuca

Só sabe quem mora na Barra da Tijuca

Sim, essa sensação de ver passarinhos de manhã, um sol meio escondido atrás da pedra da Gàvea, a possibilidade do Mar... O Mar aqui se estabeleceu, o maior bairro oceânico do mundo ( dizia meu Pai ! ) e uma lagoa esquecida pelo trânsito. Os que passam não sabem da beleza perdida atrás dos prédios, das montanhas de concreto. Eu fui um previlegiado, aqui aprendi a morar, a ser esquecido, suburbano sem trem, mas com muito mar! Aqui aprendi a nadar, com salva-vidas atléticos e heróis, sem opções de ferramentas auxiliares, sem helicópteros, sem rádios, sem nada ! Era o braço, a coragem, e o pé de pato ! E os camarões, quem lembra ? Era só colocar a rede debaixo da ponte e ir dormir... As ostras ??? Uma loucura, frescas, disponíveis a toda hora, eu comi 12 dúzias ! Façam as contas ! A Olegário Maciel, a rua, única, asfaltada, um luxo ! O resto era terra e mais terra, e felicidade, sim só felicidade... O Carrefour! Lembras ??? Só ele, o monstro francês pousou em terras extranhas, só e só lá, na Barra ! Era moda, vamos viajar até o Carrefour ? Comprar tudo, de tudo, moderno, francês ! E vinham as caravanas da zona sul e norte, não tinha linha amarela, não tinha linha, só de pescar ! E nós aqui, firme e forte, na Barra ! Somos uns verdadeiros heróis, vivemos no melhor lugar que existe, e Eu no melhor do melhor : Jardim Oceânico ! Podem ter inveja, e chorar, é verdade! Tudo posso á pé, a cidade cresceu, e a a Olegário se dignificou, ficou prestativa, linda, o único caminho direto de Deus para o Mar, ele sabe escolher esses caminhos divinos, ele é um fã da Barra da Tijuca!
Roberto
Solano

terça-feira, 11 de maio de 2010

Uma manhã de Maio

Uma manhã de Maio


Acordo às 6 horas da manhã, “reveillez-vous?”, lembro do curso de francês, e vou para a cozinha, água no fogo e ao olhar à frente vejo o céu. Um azul mais forte, meio roxo, querendo morder o céu, parei. O tempo passa lento como a água no fogo, faz um frio agradável, sem vento, tudo parado, o sol se mostrando em forma de luz, atrás da pedra da gávea, solitário. A rua morta, não há movimento, meio escura, e o show começa! Um espetáculo difícil de se ver, impossível de gravar, são espectros de cores azuis, violetas, que vão mudando segundo após segundo, o azul perde força a claridade domina, o sol avança. Fico ali meu bobo, com resquícios de sono, mas de olho aberto, estarrecido. Continuo a sentir o azul ficar claro, na linha do horizonte quase uma lanterna de luz, o calor querendo chegar, mas o ar límpido da manhã se impõe!
Agora o café, trocar de roupa, mais um dia de trabalho. Vou á rua e vejo o céu portenho me incomodando, chega de azul, está demais, uma nuvem branca vem dizer que ela existe, só para me distrair. E ele está lá, mais alto que nunca, mais amplo, abraçando a terra, trazendo a alegria única de uma manhã de Maio. Lembro do Tom Jobim que dizia ser o mês mais lindo e mais agradável na cidade Maravilhosa. A cidade pode ser maravilhosa e com o céu de Maio fica esplendorosamente linda! Venham ver e viver, prestem atenção, é só uma vez por ano, no mês de Maio, e aproveitem para comer um caqui.

Roberto Solano

domingo, 2 de maio de 2010

A vantagem de ser Engenheiro

A vantagem de ser Engenheiro

Sim há uma vantagem fundamental: Ser engenheiro é PODER não ser matemático! A matemática é como a poesia, não tem limites, se encontra e se desencontra em infinitas curvas. Os grandes matemáticos abriram a barreira do impossível, abraçaram essa causa tão estranha de pensar no nada, no tudo, no vazio do tudo, no tudo do nada! E nós engenheiros somos os operários dos matemáticos, fazemos acontecer, como os escravos, obedecemos à razão, a força, os vetores. O matemático sonha os mais belos sonhos, os sonhos dos loucos varridos, dos bêbados das esquinas, das putas da zona, dos desesperados! Eles são corretamente desesperados, em busca da linguagem torta, da reta curva, dos teoremas improváveis e absurdamente lindos. Os axiomas não interessam mais, são completos em si só, simples. O simples é a arma do engenheiro, não do matemático. Como o velho Chacrinha dizia: “Eu não vim aqui para explicar, vim aqui para CONFUNDIR”!!! E isso é a vida do matemático, confundir para mais. Gauss disse :
"
Eu protesto contra o uso de uma quantidade infinita como qualquer coisa completa, o que não é nunca possível em Matemática. O infinito é meramente uma maneira de falar, significando em verdade um limite do qual certas razões se aproximam indefinidamente perto.
"

O grande Cantor, o mestre incompreendido na sua época, viu um mundo infinito cabendo em outro, a unidade do infinito não foi entendida. Hoje a idéia dos conjuntos possibilitou a matemática moderna e no seu rastro tudo que hoje usamos. Os computadores fazem o serviço " sujo ", os matemáticos já fizeram a sua parte, são agora os verdadeiros poetas da ciência, são compreendidos, pois têm as máquinas, as provas são feitas nos números, nas contas infindas, no hoje. E agora, os engenheiros podem ser as máquinas humanas da simplificação, trazendo o óbvio á tona, pensando curto e grosso, dando seu poderoso direto de direita no mundo moderno. Sou um feliz lutador, em busca do caminho simples e fácil, sou engenheiro, um total escravo das tecnologias, mas por uma vingança divina posso não ser matemático e posar de inteligente!

Roberto Solano.

Vamos tirar férias ?

Vamos tirar férias ?

Sim, uma bela idéia ! Mas lugar comum... Estou falando de tirar férias de você mesmo ! É isso, você merece se separar de você ! Porque ??? Você é chato, ou mais ousado, ou não é você mesmo. Será ? Agora a vida te pergunta : Vais tirar férias ? Dá um descanso prá pensar da tua chatice , da tua ignorãncia, de não te conhecer a si mesmo. Eu preciso dessas férias, preciso ficar calado, como um figurante de MEU filme, assistir de dentro, analisar comportamentos e atitudes, deixar de ser o foco para ser o todo. Sim é isso ! ser o todo ! Não ser você que te interessa, ser o outro ser mais um, mais dois, mais tudo ! Pense no outro, mas não muito, pense em todos, num conjunto de somas infinitas, você pode virar parte do todo. É um papo de maluco, uma mecânica quântica, uma teoria do matemático Cantor, um Aleph ! Podemos ter vários infinitos no infinito! E isso não é besteira não , nem maluquice da minha cabeça pseudo-matemática, é verdade! I am sure ! Agora tente você aí se colocar nesse jogo: Você é a unidade? Você é o infinito ? A unidade é o infinito ? Ou o infinito é a unidade ( esse é o papo político da esquerda, dos comunistas ! ). Parando por aqui...
Voltemos ás férias : Vou sair de férias internas, ficar calado, mover menos, observar, sem sair do filme ! Mas me obrigando a essa lenta observação de minh'alma. O ator principal pode ser o figurante do seu próprio filme ? Alôooo galera que vê filmes e entende, já houve isso ? Qual o filme ? É urgente saber ! Quero ver e rever a película para aprender a ser ator e figurante, unidade e infinito, tudo junto, mascado, moído, um molho infernal de minha verdade. Vou sobreviver ? Sim, tenho que penser mais nessas férias, não é uma temporada de esqui em Bariloche ( com certesa quebrarei as pernas ! ), não é um passeio na beira do Sena, nem um safari, é o meu filme-verdade, em forma de férias. Tenho mêdo, muito mêdo de não sair desse filme como entrei, de perder-me no papel principal e ser demitido como figurante, e o pior : Um fracasso de bileteria ! Meu terapêuta vai gostar, vai faturar muito encima do maluco-beleza que vai surgir da película. Por isso peço ajuda, você que leu o texto até agora, já tirou férias ? Prá onde você foi / Se encontrou ? Desencontrou ? Um mais dois é cinco ?
É complicou.... SOCORRO !!!!!