sábado, 27 de fevereiro de 2010

Muito loucos !


Uma turma de malucos !

Um xixi criativo e inteligente !


Vi, em Amsterdan, um sistema prático e barato para se fazer xixi na rua ( os homens ), Eu testei e aprovei ! Todo em fibra de vidro com um tubo central que transfere a urina para a rede de esgoto, é usado á noite.

Um prédio executado com as lajes REDUZCON







Amigos

Esse prédio está na Av. Genaro de Carvalho, no Recreio dos Bandeirantes, Rio de Janeiro. A construção foi da SQA e a cálculo estrutural do Navarro Adler, todo executado com o sistema de lajes nervuradas REDUZCON, vejam:

A idade da troca ou do desamor

Um pensamento me devora : o que fazer para administrar a minha velhice, mesmo que precoce ? As pessoas vivem a vida, a cabeça é atemporal e sempre otimista, casa dia sonha ( ela ) ser melhor que o outro. Eu nasci, cresci e fui provando os sucos doces da vida, algumas frutas amargas, uma feijoada de desgosto aqui uma macarronada de alegria ali, o jiló da morte vez por outra, um docinho de côco de um beijo roubado, aquela pimenta brava da grande besteira juvenil, o vômito do arrependimento, sofrendo e amando, MAS sempre achando que o dia de amanhã será melhor que o de hoje...
Emplaquei os 50 anos garboso e formoso ( pelo menos " ela " achava ), todo feliz ao lado de um grande-irmão-e-amigo, uma festa para o coração. Agora, já nos 55, vou sentindo uma " vontade burra ! de mudar.para não sofrer na briga de foice interna, vou explicar: A mente ( " Ela " ) continua achando que o dia de amanhã SERÁ ( " ela " sempre é IMPERATIVA ) melhor, MAS o danado do corpo NÃO concorda ! Que cara CHATO não é mesmo ? "Ele " ( o corpo ) começa a avisar que " ela " está incomodando: Uma briga de casal. Ela quer sair e ele ver TV, um joguinho; Ele quer dormir e Ela acorda ( chata, começou a despertar cedo e querer caminhar na praia, saco !!!! ); Ela quer comer de tudo ( gulosa ) e Ele fica na balança , sofrendo na academia; Ela quer viajar pelo mundo real e imaginário ! Gosta da noite, shows, tomar um porre com os amigos, se sentir RICA e PODEROSA ( acho que é da idade, pois não é do feitio da mesma " se ligar " nisso... " Dinheiro não, a carne dura... " como disse Caetano ) e agora QUER MANDAR NELE ! Cacête, briga feia de casal, um princípio de separação à vista ! O corpo se separa da mente, dizem os amigos dele e lamentam as amigas dela; sim as amigas dela são um terror, TODAS unidas " se achando ", fazem um belíssimo grupo, fofocam muito, são coesas, coisas de mulheres de academia... O grupo dele é mais cordato e entende o sofrimento imposto por elas, e até aprovam a separação, sabendo que o recomeço será mais difícil prá ela.
Bem, aqui estou EU no meio dessa briga de casal, sofrendo pelos 2, querendo uma conciliação, buscando uma saída. A idéia surge dentro " dela ", acho que ela dormiu no ponto e não percebeu que será traída. Sim, o pensamento abstrato livre e solto, quase poesia, descamba para o racional e PIMBA ! EURECA!!!! ACHEI... O DESAMOR !!!! O que é isso ? Vou tentar explicar : Você já desejou aquele brinquedo , dos sonhos do Natal ? E Papai Noel te deu outro ( até mais bacana, viu ??? ) e você chorou um pouco MAS , com outros olhos ( talvez da sabedoria social ), abraçou a idéia recheiada de elogios dos convivas " chora não, olha que bonitinho, ele acende a luz e buzina !!! "; lindinho, Papai não pode comprar aquele SUPER-TRANSCENDENTAL-
REMOTOCONTROLER-ATOMICPLUS-DA-TROLL ( Troll é PHODDA, tô velho mesmo...) e você vai gostando de que não queria, lembras ??? Pois bem, agora você tem que fazer o mesmo, mas sem o Titio ajudando, sem chorar e concordando com a troca. Sim, a TROCA e o DESAMOR, duas palavras de ordem para salvar o SEU casamento ( " ele " + " ela " ), para os mais burrinhos e desatentos não é da patrôa que estou falando !
A regra é clara : " A TROCA deve ser feita com o menor desgaste físico, sem contato direto ( pode ser falta ou penalti ! ), em tiro livre-e-direto ao Gol do coração ", " pode-se cobrar a TROCA em 3 tentativas para o Gol e se o Coração agarrar acaba o jogo ! " É danado, o Coração ( puta goleiro, meio gordinho e redondo ), que normalmente não agarra mais nada, defender uma TROCA bem batida ! Mas, acontece, é raro mas acontece e se ele agarrar a sua TROCA você vai ser feliz sem sofrer, caso contrário continue tentando " com o menor esforço físico " , certo?
Tô no jogo, tentando TROCAS, com meu coração peladeiro no gol tentando AGARRÁ-LAS. O campo é encharcado, jogo duro, mas vou tentando minhas trocas : A cerveja pelo suco, o suculento spaguetti " Al carbonara " pela saladinha, a corrida na areia frouxa pelo caminhar " idoso " no calçadão, a noitada no Bar pela insônia ( vejam a hora do e-mail, por favor ), a barriga de tanquinho pela Brastemp escondida na camisa solta, o olhar desviado da linda morena para o caloroso remorso " já fui bom nisso !! ", e por aí vai... Só que, atenção, na arquibancada tem torcida e a do contra é maior que a do teu time viu ?


Roberto Solano

Um Rio em Janeiro

Um Rio em Janeiro

Certa vez ouvi, em um bar, a tese de que a cidade do Rio de Janeiro teria este nome em virtude das fortes chuvas de verão, e em particular no mês de Janeiro. A cidade se transforma em um grande RIO, em JANEIRO, daí o apropriado nome de RIO DE JANEIRO. Bebidas à parte, essa cultura de botequim tem certa razão, vemos essa terrível transformação de uma cidade em rio, de uma população despreparada para fugir das águas, de uma metrópole afundando. Lembro-me, do fatídico ano de 1966, no qual era Eu um morador dessa cidade no bairro do Alto da Boa Vista, lindo recanto incrustado na floresta da Tijuca. Na época a cidade sofreu uma das maiores chuvas de verão, forte e duradoura que destruíu grande parte da cidade, em particular os pontos altos e íngrimes. Era menino e presenciei uma tarde escura, ventos e uma chuva forte, cada vez mais forte, em um início de noite, já abrigado em casa, com meus irmãos e minha querida Mãe. Não tínhamos a noção do que iria ocorrer, era sobrenatural, era imprevisto, era uma força maior e incontrolável, a natureza atacando de cima prá baixo, com fúria, com raiva...
Bem, a memória de menino registra uma casa sólida, com 2 pavimentos, uma sala ampla, tranquila em seu normal e naquela noite abrigando uma família unida esperando o provedor chegar para um jantar agradável. A forte chuva já incomodava, fazendo graça, brincando com o amigo vento de fazer barulho, nas janelas, assovios nas frestas das portas, batuques no telhado. Um menino via aquilo como algo até divertido, tínhamos luz, casa, televisão, estava de férias, nada à temer, mamãe do lado, um pai forte e poderoso a chegar, uma vida pela frente, peladas, pipas, jogos de botões, caçadas de passarinhos, coisas que naquele sítio eram comuns e divertidas, um pouco mais de cidades de interior do que de cidade grande; mas Eu era do interior da cidade do rio de Janeiro, estava no mato, estava na chuva! E que chuva, tudo escuro, fortes e grossos pingos incomodavam, minha mãe já tinha um breve olhar de preocupação com o meu tardio pai, o tempo passava e um estrondo se ouviu. Não era um barulho normal, que navega pelo ar, era um tremor de terra, leve mais perceptível, vinha como um rugido de Leão enterrado vivo, ressurgindo do centro da terra, cavando para chegar à superfície, uma fera rouca e brava; não tínhamos jamais sentido essa sensação de som vindo de baixo e chegando aos ouvidos depois. A coisa mudou, a terra tremeu a luz apagou e, em frações de segundos, um clarão azul e amarelo tingiu o céu escuro ( uma fábrica inteira tinha sumido sob a lama, na estrada das furnas, soubemos depois ), uma pintura surrealista, nada compreenssível, nada agradável, mêdo. Sim o terror se espalhou nas faces de meus irmãos, minha Mãe trazia a coragem nordestina no peito e demonstrou uma força felina , protetora, decisiva : em passos calmos, escondendo o temor, foi buscar uma vela. Sim, o silêncio chegou, as luzes visíveis vinha do céu, em raios e trovões, e ela nos entretia dizendo que a chuva era bom para as plantas, e outras babozeiras que toda Mãe sabe fazer nessas horas.
O pior estava por vir, sim, ali era o começo do desastre. Uma explosão, no momento seguinte, fez o imponderável: uma boca enorme, como um crocodilo, adentrou a sala, nem pela porta a besta se deu trabalho de se apresentar, ela queria um show, e o fez. Uma placa do piso sólido se abriu, como uma boca de jacaré, sem comer, sem fome, vômitos. O animal estava mal, enjoado, jorrando sua massa escura pela boca, a água pulou do chão com força animal, uma boca no chão encharcado, sufocado, procurando ar...E estavamos ali, com uma fonte vigorosa de água turva jorrando do chão, casa a dentro, com força, nos movemos andar acima, minha Mãe comandou a debandada geral para uma escura escada, também já molhada, já prometendo cachoeira. No andar superior o mêdo já habitava, estava lotado de monstros, uns mais barulhentos outros mais silenciosos, em clarões e puxões, fomos casa à fora, fila indiana, com travesseiros e cobertores para a garagem externa da casa, rumo ao abrigo longe do desastre, aos carros que ainda tinha luz e força, e quem sabe um jeito de fugir.
Imaginem o pânico em uma época que não havia telefone sem fio, diria celular? Isso era ficção, só " National Kide " poderia nos salvar, daria tempo ? O cidadão viria do Japão ? Sabe nadar ????? Sei não, na minha capacidade de equacionar problemas essa não era a solução, vou seguir conselho materno : Vamos dormir, aqui é seguro, teu Pai vai chegar, calma, essa chuva vai passar. Dormi. Uma luz me acorda , horas depois, um carro vem com luz alta, buzinando forte e firme: Meu Pai. O herói chegou, molhado, assustado, mas sem perder o otimismo que sempre foi seu alimento diário. Dividimos o fardo, podíamos agora dormir melhor, 2 carros, 5 pessoas: São 2 prá lá 3 prá cá, um bolero sem gosto, úmido e sombrio, um tango de terror, uma noite morta e apagada, ao som da orquestra sinfônica da mãe natureza. Foi duro dormir, meus Pais não conseguiram, o dia chegou e as luzes que trariam a felicidade trouxe a visão da desordem. Tudo que era sólido virando pasta, o chão era uma pista de lama, a grama um charco, a sala um brejo, mas os monstros da noite foram trabalhar, foram derrubar viadutos, casas, fábricas, afogar os pobres, trazer cobras e aranhas, sapos e vermes para a cidade. Naquela semana a cidade naufragou.
Hoje vemos esse Rio ressurgir, aqui e ali ele volta, derruba tudo, um Rio em janeiro, um pensamento de botequim, uma bebida amarga que temos que tomar, cariocas da gema e paulistas da clara. Estamos afundando em cidades que não foram e nunca serão aptas a enfrentar as forças das águas de Março, nem de Janeiro. Minha felicidade caminha nas palavras de Tom Jobim " A melhor cidade para se viver no mundo é o Rio de Janeiro de Maio a Setembro ", que Deus o tenha !

Roberto Solano.

Água

Água

Não quero a água que leve, sim a que lave

Não quero a água limpa, prefiro a lama

Lama medicinal, que me lave por dentro

Que transforme meu sangue em lava


Água que rola, empurra, castiga, força maior

Ela fez o homem, o sangue, é dela o poder

Destrói quando quer, o que é dela:

O homem


Vivamos dela, para ela, mas cuidado !

Não há vida sem ela, mas ela é a vida

Vai te afogar, não a prenda, não se surpreenda

A água tem você, é você, respeite-a


Em terra firme cave, em terra frouxa corra !

Em beira rio pesque, olhando as nuvens...

Em chuva reze, se esconda, grite !

Ela é onipresente, ela te têm, pense


O castigo vem do céu, para molhar

O domínio é de cima para baixo

Reze, olhe para o alto

Viva a alegria da chuva

Chore a tristeza do temporal !


Líquido, duro na constância, no ir e vir

Só ela está em tudo, na força do vento

No chão duro, na tua lágrima

Respeite a Mãe natureza

Respeite seu leite : a água

A digestão do tempo

A digestão do tempo


Aprendi a comer, desde menino. Mamãe dizia " não coma depressa menino ! ", eu obedecia. Aprendi a mastigar, a sentar na mesa, do pecado da comida largada de lado ao fim da refeição, da boa educação. Comer coisas materiais é fácil, e o tempo ? Sempre me questionei do sentido do tempo, suas garras perigosas, seus segundos voláteis, seu charme amoroso. Sempre quis pegá-lo, colocar um pouquinho no bolso, uma reserva estratégia para prolongar delícias e sabores. Meu maior desejo sempre foi de digerir o tempo, poder colocar no prato aquela fatia suculenta ( mal passada de preferência ), acompanhada de uma linda batata-do-amor e um molho de felicidade pura ! Um vinho do desejo adolescente serve bem, acompanha, completa. Esse é o meu bife de chouriço, um tango maluco da minha cabeça ansiosa, um sonho: Comer o tempo ! Sim, poder tê-lo meu, dentro de mim, digerir essa criatura impalpável e misteriosa, antes que ele me devore por completo ! Uma vingança adorável, com sabor portenho, com toda a magia dos poetas cegos, dos bêbados das cidades grandes.
Será um loucura ? Querer comer o tempo ? Sem antes entendê-lo ? Mas como ? Sou um ansioso nato, não posso, por maledicência genética perceber e acompanhar o tempo, sou ansioso ! A ansiedade é a cegueira, não dá para ver o tempo, um cego não vê e o ancioso não tem o tempo. O tempo passa como uma brisa de verão, vem pelas costas, agradável e se vai rápida sem destino ficando o meu calor interno, sufocado, procurando alívio. Como não administro o vento também não detenho o tempo e não sei usá-lo, ele para mim é sopro. Os desejos são terívelmente aliados ao senhor tempo, quero realizá-los, mas como ? Faço o trabalho teórico de imaginar o desejo, projetar suas cores, como um filme em preto e branco, mudo, sou um Carlitos, um eterno artista do desejo futuro, tentando aproveitar o que nunca aproveitarei: O ansioso não vê e nunca vai digerir o tempo. Fico então com essa arma secreta de sonhador, caçador de emoções, fazendo o tempo meu escravo, neste filme antigo " Em busca da felicidade ". Ás vezes me abraço com a medicina moderna e PIMBA ! Tomo um frontal ! Não conheço a fórmula, nem o gênio que a criou, mas é o oasis no deserto da aflição, que maravilha! Tudo para, o suor, a angústia, o tempo espera por mim, e pouco a pouco o meu filme preto e branco vai ganhando cores, música, encantamento, quase um desenho da disney: A pequena sereia. Agora estou, meio Rei-leão, dentro do meu filme colorido, com os personagens felizes, sentado á mesa, dentadura nova e brilhante, pronto para comer o meu tempo. Saúde ! Vamos brindar à medicina !

Roberto Solano

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Cunhado não é parente...



Vejam a linda cueca erótica-clássica que meu Cunhado colocou no dia de Natal ! Eu mereço...

Um amigo de praia !



Esse simpático e alegre rapaz vive e trabalha em Porto de galinhas, ele não tem as pernas MAS um sorriso que anda melhor de que muita gente inteira por aí !

Uma forma ecológicamente saudável de tomar Chopp



A idéia é de uma bicicleta comunitária com uma mesa central e muito Chopp ! Viva Amsterdan !

Um bela laje Nervurada : REDUZCON




Amigos

Um produto que muito me orgulha, nascida e criada na ARCTEC, a laje nervurada REDUZCON, visite o nosso site:

www.reduzcon.com.br

Vejam as fotos :

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010




É chato morar no Rio de Janeiro...


Obras de francisco Brennand, em Recife.
Eu só penso em dormir...
Mimi


A rainha da casa !

Uma foto

Uma foto

A foto brotou na minha frente

Era viva, linda como uma flor

Vinha de gente querida, de um amado

Esse amado já passou, mas seu calor ficou



A surpresa da imagem, do sorriso calmo

A camisa branca, da alma branca, das Camélias

Ele estava lá vivo e lindo, bulindo comigo

Aquele saudoso amigo...



Tive o susto da memória fraca,

A alegria da descoberta

O calor da coberta, da amizade eterna !



Fico aqui pensando

Pode Deus ser cruel ?

Ele leva e trás anjos ????



Só sei que essa foto é iluminada

Clara como os mais belos dias da primavera

Veio com força me desarmar

Me fez triste e feliz ao mesmo tempo



Agora ficou gravada, cunhada em minh'alma

Estou feliz de guardá-la no coração

Um amigo de sempre e para sempre

Jeferson!




Roberto Solano

trocadilhos...

UN PEU D'ANGLAIS

En français :
"Trois sorcières regardent trois montres Swatch. Quelle sorcière regarde
quelle montre Swatch?"
En anglais :
"Three witches watch three Swatch watches. Which witch watch which Swatch
watch?"

Et maintenant pour les spécialistes......
En français :
"Trois sorcières suédoises et transsexuelles regardent les boutons de
trois montres Swatch suisses. quelle sorcière suédoise transsexuelle
regarde quel bouton de quelle montre Swatch suisse?"
En anglais :
"Three Swedish switched witches watch three Swiss Swatch watch switches.
Which Swedish switched witch watch which Swiss Swatch watch switch?"

Um pouco de Sevilha

" Cantei mal teu ser e teu canto

Enquanto te estive, dez anos;

Cantaste em mim e ainda tanto,

Cantas em mim teus dois mil anos.




Cantas em mim agora quando

ausente, de vez, de teus quantos,

tenho comigo um ser e estando

que é toda SEVILHA caminhando "


João Cabral de Melo Neto


" Quién no vió a Sevilha no vió maravilha " ( Popular Espanhol )

Um sabor Rubro-negro

Voltava prá casa, sexta-feira, dia de pensar no jogo de Domingo. O jogo era uma final de um Brasileirão, com o " mais querido " em busca de mais um grande título, e Eu ali no sofá de casa imaginando a festa e decidido a ficar no sagrado recanto de meu Lar. Uma ligação, um amigo solidário, um convite natalino : " Vamos ao Maracanã ? "... Imagine o coração do Rubro-negro aqui, meio cansado de guerra e disposto a não sair de casa no domingo. Dá-lhe Gonzaguinha : " Explode Coração... ". Resgatei a camisa do time, e entrei em compasso de espera, uma anciedade varou meu peito, um menino escondido renascia, um torcedor sofrido do passado acordando, e com esperança !
O Sábado passou sem emoções, o Domingo virá, e chegou ! Como será voltar ao Maracanã depois de tantos anos ? Será o mesmo, como um Papai Noel, o Maraca continua um bom velhinho ? Me lembrei das aulas de Concreto armado, com o professor German explicando os detalhes das armaduras dos pilares do maior de todos os estádios, uma glória para a engenharia nacional, uma verdade verdadeira! Meu passado de estudante anima minha alma e alimenta a saudade do " bom velhinho ". Agora resta esperar pelo jogo, pelo sol, por um Rio de janeiro belo, carioca e feliz ! Ligo para uns amigos e desfraldo o orgulho de ir ver o jogo do ano, a torcida maior, a felicidade adolescente... Pedi um táxi, e não tinha ( fiquei animado ! O jogo vai bombar ! ), peguei o carro e rumo ao mundo dos torcedores. Plano A : Parar no shopping tijuca e seguir à pé para encontrar o José Luis no restaurante, depois seguir pro Maraca. Plano B : Parar em qualquer lugar, o que ocorreu ,no shopping tinha mais flamenguista que formigaem pote de açucar; lojas vazias, praça de alimentação cheia, a galera estava calibrando a alma para fortes emoções. Cheguei no meu encontro, 2 chopes e seguimos em direção ao enorme palco do futebol.
Bem, como bom Carioca fui curtindo as ruas lotadas de som e alegria, os bebuns já dançavam na rua, os vendedores de latinhas fugindo da PM, as meninas agarradas aos fortes namorados, os bares lotados, as bandeiras flutuando no ar, a negona mostrando seus predicados, velhas catando latas no chão, crianças assustadas e pintadas de vermelho e preto, ruas cheias, esperanças, energias, excitação coletiva e mais à frente o velho Maraca, de pé, moderno, reformado e elegante.
Chegamos duas horas antes, e já tinha muita gente, a Charanga tocando e a alegria brotando dentro de cada um. Sentamos e por sorte ficamos ali estacionados, foi chegando mais e mais gente, acabando as cadeiras e aumentando a disputa por uma. Acabou, se sentou sentou, e vamos segurar o mijo e esperar. Gente jovem, bonita, mulheres famosas, artistas, ex-jogadores, uns gringos, uns bêbos. Os minutos passando a charanga alegrando, um cidadão sacou de seu ingresso numerado e achou sua cadeira " O senhor queria ceder o meu lugar ", resposta: " Sou militar e não vou sair ! ". Vou chamar a POLÍCIA !!!! Sim, mas aonde, tem polícia ? Sorveteiro, tem polícia aqui ? Não, só Eskibon ou picolé de uva !!! O sujeito olhou pros lados e mediu o tamanho do militar, o tamanho do Maracanã e o tamanho do problema: ficou de pé e feliz " Sou do flamengo de coração, Eu sou do time que é Hexa campeão , olê olê olê olá !!! " Não deu outra, mais gente de pé que sentada, pouco importa vamos viver este " momento lindo ". Fogos, bolas coloridas no Céu, o Mengão no campo a alegria subindo as arquibancadas.
Bola rolando e um gol... Do outro... Caracas, um banho frio, um Flamengo nervoso, a bola queimando nos pés, o Pet apagado, um Imperador sem império, o meninos do sul correndo, mostrando serviço. A Negona em minha frente nervosa, a Carolina Dickman preocupada e Eu também. Um lance, um Imperador dando uma peitada e um súdito mete o pé ! Uma bomba, a rede estufando a alegria subindo com os braços e abraços, volto a respirar... Segundo tempo, o time melhora e a aflição piora, os técnicos de plantão aparecem com palavrões e conselhos pouco ortodoxos, nossa... Haja coração... A noiva ( o goleiro Bruno ) fazendo gracinhas, os gaúchos correndo, o relógio também. Nesses casos só chamando " Ele ", São Judas Tadeu, que veio ! Cara de retirante, magro, nordestino, cabra macho, um pequenino que com um pulo torto subiu e desviou a bola para as redes do Paraíso !!! Loucura geral, lágrimas de felicidades, a Negona me agarrou (cadê a Carolina ????? ), sapequei um beijo no meu amigo Zé, outro na Jô, me livrei da Negona e me aguarrei ao tempo, ao teimoso relógio, aos minutos cansados, ao placar, do olho na Noiva, de olho no Andrade... Tem que dar e... DEU !!!! Ou Deus !!!! São Judas foi o verdadeiro herói, o milagre está feito para os pobres, pretos e magros torcedores do nosso País, pedreiros, ladrões, putas e padres, médicos, vagabundos e milagreiros, orai por ele São Judas Tadeu ANGELIM.

Roberto Solano.

Uma cidade sob 40 graus

Uma cidade sob 40 graus


Sou nascido e criado no Rio de Janeiro, e não quero ser um chato saudosista, mas esse calor é nunca antes sentido ! Rio 40 graus ! Não é novidade, até um filme já foi, MAS Rio 50 graus sim !!! Loucura, á sombra e delírio ao Sol. A minha ida à Praia , no domingo passado , dia 07/02/2010 foi realmente diferente : Um céu de brigadeiro sobre uma areia do Saara, junto do mar de Porto de Galinhas! Uma combinação louca e improvável de fatores climáticos, um samba do crioilo doido ( ou assado ) de mar, céu e terras distantes que numa combinação diabólica resolveram começar o carnaval dos infernos ! Cheguei cêdo na Praia, a vista sorriu, que beleza ! Um mar caribenho, sem vento, calmo e sereno, uma promessa de lindo e saudável Domingo à beira mar... Engano, um tremendo engano ! O astro Rei, tal qual um belo forno de assar, sendo " pilotado" pelo capeta, foi dando às ordens ! Almoço ao meio Dia !!!! E tome calor... O " tinhoso " estava com fome, e de gente de carne branca, de preferência, acho que ele está de regime... Vamos voltar à cozinha natural e frente pro mar: As vítimas estavam por ali, se divertindo, umas sem noção outras sem opção; já que é prá morrer vamos de Dorival Cayme :" È doce morrer no mar, nas aguas fundas do mar ", sim MAS morrer na AREIA ??? Não é doce não, é de lascar e descascar... Deu 11 hs da matina e o cozinheiro declarou : Almoço será servido ao meio-dia, vamos trabalhar ! De entrada serviremos pés queimados à milaneza ! Uma delícia , fica crocante com os ossinhos bem tenros. Temos também bêbes doirados, uma delícia, aquela pele rosada e a carne bem parecida com os leitôeszinhos portugueses, Eu recomendo! Para o prato principal teremos famílias cozidas com protetor solar, ou Negão torrado no seu próprio sumo e suor. Para os que gostam de carnes passadas que tal um velhinha com chápeu de palha ou um velhote magro no molho vinagrete-do-Atlântico ???
Enfim, sobrevivi, mas vi gente correndo e desmaiando, antes do almoço diabólico... Sobrei para o jantar...

Um verão que se vai

Um verão que se vai


A vida terá ela estações ? Ou somos nós que nos sentimos quentes, frios ou agradáveis ? Sei que os verões quentes e ensolarados são raros: As chuvas desfazem as alegrias solares com raiva, tenho mêdo delas, sei de sua força e poder. Esse verão de 2010 veio, como uma forte manta de cores , alegrar os Cariocas e como uma compressa destruir Paulistas. Uma barreira de ventos e fatos inexplicáveis deixou as águas caírem por lá, com direito á uma amostra " grátis" na Costa verde. Isso alegrou os Cariocas e desesperou os amigos mais ao sul. Será um castigo, uma prova que a imperfeição tecnológica-humana é falsa? Mas o nosso lindo Rio de Janeiro caminha para virar uma São Paulo aleijada, cheia de calombos, com uma pele rugosa e estragada, fazer o quê? Sorrir ? Somos mais felizes aqui ? O castigo virá ! Agora, voltando ao tema principal, o verão foi lindo aqui no Rio de Janeiro ! Vi manhãs quentes, de céu tom azul e rosa nascerem. Os felizes indo para a praia simplesmente respirar essa felicidade, o carioca sabe viver um verão ! São velhos, meninos, atletas, se jogando no quente desabrigo do Sol, sem receio, com uma quase bravura. Os tristes caminharam para o inferno, onibus lotados, gravatas esbaforidas, falta de ar, cansaço... Vi pessoas mal dormidas, como um bando de zumbis caminhando pelas ruas abrasivas, sobre a enorme frigideira da cidade, um calor de fazer o nordestino não crer, parece piada né ? Vem morar aqui, seu Pernabucano cabra-da-peste ! Você vai virar um bode abafado, não venham com essa de que por aí o calor é menor mas a " sensação térmica " é pior, não acreditarás no que se sente por aqui, deixe seu orgulho calorento prá lá. De novo ao tema, acabando está ! Por mim melhor, sou do time que gosta do suave e não frio inverno, de Maio até os ventos de Agosto. Admiro o verão como um quadro maluco de Salvador Dali, o gênio do pincel; não quero viver essa loucura, só olhar, só olhar, baba baby, baba... As mulheres enlouquecidas e aquecidas, na nudez natural da estação se mostrando, a quem quizer admirar. Vou, de novo provocar, que venham as baianas melosas, as meninas lindas de olhos claros lá das bandas do sul, as caboclas do norte, todas lindas, venham ver a perfeição da forma, do balanço brejeiro e do soriso maroto das meninas do Rio, simplesmente IMBATÍVEIS, Dez, nota dez ! Lembram ? Não tem chance, elas são as donas do verão, os gringos não podem suar, derretem ! Nós, os malandros daqui, tiramos " onda ", fazemos aquela cara de normal, de acostumados, não incomodados com a beleza fulminante delas, somos vacinados. Todos vivem o verão com suas armas de defesa, a minha é a contagem regressiva até Maio, o mês da minha felicidade em vida, do céu azul portenho, da brisa suavemente fria das manhãs, do caqui nos sinais, saladas lindas, das noites bem dormidas sem ar condicionado, delícia pura ! Convido todos os que aqui, por ventura ofendi, venham desfrutar o mês de Maio da Cidade, sim, maravilhosa ! Outros se protegem do verão com o descuido do tempo perdido nas longas tardes de chopps e boas conversas de botequim; tem os fugitivos polares que não saem de seus poderosos ar condicionados, felizes de não suar nunca, de serem superiores aos outros calorentos mortais. As mulheres velhas e pobres dos subúrbios com suas sombrinhas e andar quase parado enfeitando as ruas, os meninos correndo no sol, nas pipas felizes. Cada qual se defendendo do seu jeito.
Segue a vida, rumo à primavera. Mas fica aqui o registro do maior verão que vivi, colado na minha camisa, do meu Mengão Campeão maior, do renascimento de um Carnaval de Rua magnífico, do xixi nas ruas, da criatividade. O carioca sabe viver seus verões.
Somos felizes !


Roberto Solano.