quinta-feira, 24 de setembro de 2015

A dança dos números



A dança dos números

 Um amigo disse pra mim “os números são torturáveis” e isso me impressionou! Na verdade, no campo comercial, ele tem razão: podemos fazer os números crescerem ou minguarem ao gosto da necessidade do vendedor e da força do comprador, uma lei que o mercado entende como livre. No item liberdade temos o nosso grande sócio “invisível”, ganancioso e libertinoso, o governo do Brasil. Fugindo um pouco do lado político da conversa vamos para o prático, o dólar americano valendo R$ 4,00. O jornal de hoje (24/09/2015) traz alguns raciocínios sobre o tema:
- Ano 2002, dólar valendo R$ 4,00;
- Ano 2015, a mesma cotação;
- Inflação no período no Brasil de 127 % e nos EUA de 72,55 %.


 Se o dólar é uma moeda forte eu perdi 72,55 % das minhas aplicações no colchão, ou seja, meus 1000 dólares viraram 579 obamas! O período é de 13 anos, ou seja: 72,55 / 13 = 5,58 % ao ano! Isso mostra que meu “clone” americano tem que fazer o dinheiro dele render pelo menos essa taxa que o dragão (inflação) come, então ele produz ou vai aplicar nos mercados emergentes. Eu, por aqui, tinha 1000 reais e fiquei com 1000 / 2,27 = 440 reais! Ou 127 / 13 = 9,77 % ao ano! O dragão tropical é muito guloso! Eu teria que trabalhar 9,77 / 5,58 = 1,75 vezes mais do que meu clone (vamos chamá-lo de Bob); só que aqui a economia vai no sobe e desce constante e eu tenho que ser um artista de circo para repor meu poder de compra nessa imensa taxa de inflação média de 9,77 % ao ano! Um verdadeiro herói! Bob pode andar com um carro mais moderno e pagar uma gasolina mais barata que eu (com R$ 4,00 eu colocava 2,32 litros de gasolina e hoje coloco 1,29 litros). Em reais hoje o macarrão subiu de R$ 1,49 para R$ 2,2 (+ 47 %); o carro Gol 1000 (+ 108 %); a máquina de lavar ficou mais barata 13 % (compre logo!); o arroz subiu 103 %! Só que Bob tem emprego e vive em um país organizado com polícia nas ruas e, garanto a vocês, não guarda as economias no colchão...

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Galinha tonta


terça-feira, 15 de setembro de 2015

Manteiga ou margarina ?




Manteiga ou margarina?

 Os entendidos dizem que as duas fazem mal: a manteiga com a gordura saturada e a margarina com a gordura trans“O óleo vegetal não tem como virar pasta, então a indústria descobriu que, quando joga hidrogênio no óleo, ele fica com aquela textura. Essa gordura é muito maléfica à saúde, muito mais que a gordura saturada, faz um estrago muito maior nos vasos sanguíneos, eleva risco de infarto e AVC por entupir os vasos”, explica Navarro. Agora vamos fazer uma comparação com nossos ministros, o Mantega e o Levy, os dois fazem muito mal à nossa saúde! O jeito é azeitar esse governo! Aumentar impostos e ainda dizer que é investimento, só cozinhando com banha de porco, pelo menos combina com essa porcaria que estão fazendo!

sábado, 5 de setembro de 2015

Afinal temos conversado pouco

Afinal temos conversado pouco

 São os tempos modernos, os celulares, as crianças, o chefe e a diarista apressada, o batom e o creme facial; sua malhação e seus amigos do trabalho, seu amor pelo futebol e o maldito chope no fim do dia: nossos relógios estão com problema de fuso horário, ou melhor: um verdadeiro confuso horário. Trepadas homéricas, lembras? No carro, na escada do prédio, onde não deveríamos e queríamos. Hoje não queremos e não devemos! Sexo sem graça, computado em segundos de alívio carnal, pouca criatividade ou, como disse o meu analista “sem queimar as expectativa do seu desejo animal”. Pausa para pensar: que porra é isso? Saí de lá encucada, sou gente, sou animal ou o meu desejo ficou racional?

 Amor, querido, companheiro, estamos sendo dragados pela vida, não há muita salvação, nesse mar repleto de refugiados fugindo do terror da guerra estamos os dois na balsa, dentro do mediterrâneo, eu na ponta do barco, e você lá atrás, com medo... Precisamos conversar... E muito!  Discutir a relação? Vamos começar por não discutir? Ouvir mais e falar menos. Ficaremos mudos, combinado? Tua palavra me fere como espada medieval e minha língua é uma bala de fuzil. Então vamos combinar uma conversa as cegas? Sem se olhar, costas coladas, mãos sem armas, só o tato do corpo, só a vontade de ficar juntos sem cobrança, sem horário, sem compromisso. As crianças ficarão bem acampadas na casa de mamãe ou na da tua, ou melhor, na casa daquela tua amiga maluca que fuma um baseado na presença das filhas, elas ficam tão calmas... Ela convidou para deixar as meninas lá. Que tal aceitar? Você quer fumar um? Eu não gosto... Vamos viajar? Praia, ou acampar para alimentar os famintos mosquitos? Ou simplesmente matar uma segunda feira sombria e tomarmos todas no bar da esquina? Olhar nos olhos, contar piadas e quem sabe conversar um pouco? Olhar o pra trás e comparar com o prá frente. Tens coragem de se achar mais velho ? Terás olhos para as minhas rugas? Meu peito já um pouco caído? Deixaremos a conta pendurada no bar do seu Manuel, gente boa, sei que você gosta dele. Depois de conversar as besteiras que todos os bêbados falam no começo da bebedeira eu te proponho (no estilo Roberto Carlos) a chorarmos juntos, no começo da fossa alcoólica, e trocarmos lágrimas. Meus desejos serão pisados pelos seus, e seus absurdos vão derrubar minhas verdades absolutas, tudo com perdão, então choraremos muito! Hora de voltar pra casa, pedir uma pizza e treparmos no sofá, tomar uma aspirina e dormir um pouco, acordar e ligar para as meninas. Dor de cabeça, ressaca, arrependimento e uma enorme vontade vai renascer, meu amor, aquela de conversar novamente; afinal minha querida temos conversado muito pouco...