Paro, olho e escuto
Paro, olho e escuto
tua alma encostar-se à minha
A respiração se faz mais forte e o corpo sente
Há calor, há contato e um silêncio mágico aparece
Não é sexo, não há beijo, só a sensação que invade
Era noite e a cama nos acolhia cansada e corroída
Era tempo de sonhos e descanso, só
Acordei com teu longo suspiro...
Parei, olhei e escutei tua alma encostar-se à minha
Elas se falaram com tal intimidade que o corpo suou
Não era calor, era talvez uma emoção do impossível ato
Elas começaram a se amar, como gente sem peso e sem culpa
Paro, olho e escuto tua alma amar a minha
Louco a olhar, paralisado no ficar, encantado estacionei a
mente
Amor de almas perdidas, de nuvens abraçadas, brisas leves
Amor de flores desconexas em jardins perdidos, beija-flor
único
Amor que sobe e desce montanhas sem medo de nada, puro
Foi assim que senti tua respiração mais pesada, querida
Também nada fizemos, o corpo pesado como pedra assentada
Foi um ato tão obsceno que de imediato foi censurado em vida
Não o será na morte, amor, nunca esquecido, permanecerá
Paro, olho e escuto tua alma beijar a minha
Prometem eterno
silêncio e não pecar jamais
Tu ficas ali deitada a sonhar o que nunca saberei
Só sei que te amei loucamente, sem te tocar, nerudamente
Ficaremos assim combinados: amor em vida e além
Trataremos de gastar beijos e arranhar abraços até o fim
Sem nada a cobrar ou exigir, só carregando o peso carnal
Paro, olho e escuto a minh’alma dizer para tua: te amo.
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