segunda-feira, 18 de março de 2013

Pensar é difícil



Pensar é difícil

   Lendo o texto do economista Gustavo Ioschpe (poderia ser Ichopes, muito melhor com esse nome sugestivo!) aprendi coisas incríveis! Este texto está na revista Veja de 20/03/2013 na pag. 94. Vamos pensar juntos?

   O cérebro evita pensar: “Pensar é uma atividade dispendiosa, tanto em termos de tempo como de energia, e sempre que possível o cérebro substitui o pensamento por um procedimento automático gravado na memória”. Isso é extremamente importante de conhecermos! Ele exemplifica com o ato de dirigir, um processo cuidadoso e difícil que usa muito de nossa capacidade mental, porém já está no piloto automático da mente, então fica fácil, não é? Você vira a cabeça para o lado, avalia distâncias, freia rapidamente e pré-julga atitudes, em fração de segundos, uma maravilha! O legal é que não há esforço, tudo já programado, fácil fácil. O incrível é o que o Dr. Daniel Willingham diz: “o cérebro pensa em duas direções: quando é estritamente necessário (não há procedimento na memória que nos ajude) e quando nós acreditamos que seremos recompensados por resolver determinado problema”. Isso é o grande “barato” da nossa inteligência! O prêmio que nos damos, a recompensa! BINGO!!! Que maravilha da própria natureza humana, a auto-recompensa, o prazer do acerto, a felicidade da conquista do desconhecido, o prazer do saber! Legal isso! “Pequenas doses de dopamina, um poderoso neurotransmissor, liberado quando se resolve uma questão (e durante o consumo de cocaína). Para que a dopamina seja liberada, o fundamental é calibrar a dificuldade do problema.” Sim, amigos, temos que ajustar a nossa capacidade, pois o cérebro é preguiçoso, MAS não é burro! Se “ele” descobre que o problema é difícil demais o cérebro "desliga-se”, não há chance de ganhar a dopamina pula fora! O bicho é malandro demais! Aí que vem a manobra diabólica do “danadinho”: ele grava o que interessa e vai te dar prazer nas novas e saudáveis conquistas, porém se ele prevê uma grande dificuldade não avança! Assim vamos acumulando conhecimentos e guardando na memória de longo prazo. Mal comparando é como se você tivesse uma mochila nas costas que te ajuda para tudo que precisas; lá dentro tem tudo que você conquistou e de lá vem as soluções pré-prontas, até quando há um novo desafio e você tem as ferramentas dentro da mochila e enfrenta com sucesso! O prêmio é saboroso e vai ser desfrutado para depois armazená-lo na mochila, para uso futuro. “A memória operacional tem capacidade limitada... quanto mais perto ela estiver do seu limite mais difícil vai ficando o pensar”.

   Amigos, eu entendi que temos uma memória “RAM” e um” HARD DISC” para tocar a vida, sendo que a primeira vem da tua genética e do teu desejo de ganhar prêmios, a outra é a tal “ mochilinha”. O engraçado que uma ajuda a outra: “Até a leitura se torna mais fácil se o cérebro já conhece o assunto”. Diz-se que quem lê mal e conhece o assunto entende mais o texto que o bom leitor, e digo-lhe mais “memorizar apenas o necessário para desenvolver as habilidades de pensamento crítico”. O cérebro usa a memória para coisas úteis (coloca na mochila) e descarta o resto: “a memória é o resíduo do pensamento”; ou seja, se vale à pena pensar vai valer à pena guardar, simples assim.

   E aí vem a dica: “Quanto mais espaço livre tivermos na memória de trabalho e quanto mais informações na memória de longo prazo (mochila) melhor será nossa capacidade de pensamento”. Isso realmente funciona! Limpe a sua mente sempre, use a criatividade para seduzi-la e ser premiado com a dopamina e coloque o saldo na mochila. O mais legal vem agora: “A chave para o aprendizado não está no que é ensinado, mas em quem ensina e como”. Isso mesmo, o bom professor é insuperável! Ele te motiva e faz suas conquistas serem “ premiadas”, o prazer do saber é contínuo e estimulante. Outra dica importante dos neurocientistas “o cérebro humano adora histórias. Conte uma história”. Criei meu filho com fantasias e contos que muitas vezes eu inventava na hora, isso creio ter sido a minha melhor contribuição para que ele tenha uma boa memória um uma inteligência crítica. Pensem nisso, no quanto é difícil pensar, e no quão inteligente é viver fantasiando coisas e criando elos importantes (eu gosto de colocar apelidos em pessoas, muitas vezes só na minha cabeça para memorizar) para limparmos a nossa memória “RAM” e enchermos nossa” mochila” de ferramentas. Outra coisa: jogar conversa fora é ótimo, principalmente com pessoas de mochilas grandes e pesadas!

   Palavras de Roberto Ichopes Solano!

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