O Desconhecido
Hoje bateu uma
vontade de falar do desconhecido, daquele que nunca vimos e só de pensar nele
tememos. Porque será? Esse medo infantil do que não conhecemos, tal qual uma
sombra ou um vento frio na madrugada quente? Se não o conheço não posso
temê-lo! Sou forte para me defender, me basto. Simples pensar assim, mais ainda
acreditar que nada te derrubará, isso faz a vida muito mais fácil; o melhor é
não pensar neste senhor “O Desconhecido”, esquecer que ele
existe e viver a ilusão da claridade, sem pensar na escuridão. Ele, de fato,
não existe! Até você vê-lo e talvez admirá-lo. Surpresas boas acontecem,
sejamos positivos, otimistas e, sobretudo valentes. E quando o teu inimigo mora
dentro de ti? Teus fantasmas e medos aparecem nos dias mais ensolarados...
Complica muito viver assim. Se, além disso, você tem que viver a penúria de
poucos recursos, na família desajustada, sem apoio de amigos e muito menos da
sociedade: a loucura aponta a sua arma contra o indefeso. É o fim do
desconhecido para você começar a viver tua própria vida sem vida, a depressão.
Voltemos ao ilustre e
misterioso cidadão “O Desconhecido”, sujeito de grande família: sua mãe chama-se “Dna
Morte”, a temida e poderosa, infalível cidadã, dona do tempo e de todas
as vidas; a irmã mais velha é a “Madame Fobia”, mulher esquisita,
vive escondida e gosta de aparecer de repente, atrapalhando as festas, sempre
acompanhada da sua amiga “Loucura”, essa mais popular; o irmão
“Medo”
é terrível, daqueles que dão porrada em todo mundo, assustador criatura do mal,
um pit-boy. O Pai do Desconhecido é muito conhecido:
vistoso senhor “Imponderável”, casado com “Dna Morte” vivem felizes (com a
desgraça dos outros) para todo o sempre, ele um homem fiel (ela nem tanto),
admira tanto a mulher que não tem olhos para as outras. Ela não é flor que se
cheire, e que ninguém fique sabendo (ela é vingativa, viu?) já pulou a cerca
com outros homens, como o Mister Fatalidade, Doutor Acidente
fatal e um famoso professor de medicina o Dr. Infarto Agudo do Miocárdio.
Essa mulher não dá sossego, vai com todos, na moita e o maridão Sr. Imponderável,
não vê ou finge não ver (ele é imponderável mesmo), deixa prá lá.
E assim falei um
pouco desse cidadão tão desconhecido, viveremos com ele, tentando conhecê-lo e
sempre falhando na tentativa. O melhor é esquecê-lo, ou fingir que ele não
existe (como o Imposto de Renda) para ficar espantado no encontro e dizer, olho
no olho, seu filho da puta! Vá tirar tua mãe da zona! E, ao vê-lo sair, tomar fôlego
e dizer todo feliz, “dessa vez foi por pouco!”.
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