A moeda ingratidão
Moeda corrente, pouco
apreciada e conhecida. Existe, é fato! Está em todos os nossos momentos, desde
pequenino você a conhecerá primeiro: o brinquedo emprestado e não devolvido, a
bala que você ganhou só uma e teu amigo várias, o carinho maior que a tua irmã
recebeu e você passou batido... Antes de aprender a somar essa moeda (ingratidão)
vai ter que aprender a perder, sofrer e invejar o outro. Normal, c’est la vie,
certo? Não! Errado colega, muito errado! Não é dando que se recebe: se vai praticar
o “dar” faça sem pensar em retorno, ficarás mais leve e sofrerás muito menos,
pode até ser o caminho da felicidade (o mais difícil de todos), Deus está
vendo, só ele. Ponto.
E a relação de amor maior?
Aí complica demais... Amor de mãe, esse é o maior de todos: por força da nossa
sobrevivência, pela febre dos cromossomas, por necessidade da vida seguir. A
mãe é tudo e se faz maior ainda. Ela se doa em sacrifícios mil, em noites mal
dormidas, vivendo a vida dos filhos e colhendo a ingratidão mais natural de
todas: a do filho. Não há filho melhor que possa retribuir esse amor, são
moedas diferentes, contabilidade doida, sem saldo positivo no balanço final, e
ela (a mãe) perde. Mas não pensemos assim! Nunca haverá retorno na doação
materna, ela é a força natural contra a aceitação racional: o filho racionaliza
os ganhos da mãe e, eventualmente, do pai. Normal e correto, na base do “eu
mereço” vai recebendo e querendo mais e mais. Troco? Volta? Tem não... A mãe
nunca pode racionalizar as doações, é fundo perdido, é a regra da vida. Triste?
Fique não querida leitora, você fez a sua parte e essa é a maior, ele vai
contabilizar alguns carinhos e te ver como a melhor mãe do mundo! Mentira! Você
é uma mãe no mundo, tal quais milhões iguais, a porteira da vida, a cicerone,
uma guia, o trilho do vagão vida, até ele criar asas e te olhar de cima para
baixo. Teu avião-filho agora voa no céu, longe, vai pousar alguns poucos
momentos no teu aeroporto, para abastecer, faxinar o coração sofrido, regular
as turbinas e voltar para o ar distante. Sorria e não pense na palavra
retribuição, esse será o seu “castigo”: só dar. Viva tua sina na terra, mãe ou supermãe,
tanto faz, tua moeda é o amor puro (18 quilates); e se tiveres sorte colherás
algumas moedas de prata ou latão mesmo. Assim é essa matemática do coração.
Fique feliz, pois quem aqui escreve tem a coragem de admitir que não é um filho
perfeito e acredita que todas as mães são maravilhosas; solidário sou a ti
mulher, e ganhe uma nota mil de minha gratidão, que não vale lá muita coisa
não... Beijos!
Parabens Solano, por mais um excelente post!
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