quarta-feira, 10 de setembro de 2014

A moeda ingratidão



A moeda ingratidão

 Moeda corrente, pouco apreciada e conhecida. Existe, é fato! Está em todos os nossos momentos, desde pequenino você a conhecerá primeiro: o brinquedo emprestado e não devolvido, a bala que você ganhou só uma e teu amigo várias, o carinho maior que a tua irmã recebeu e você passou batido... Antes de aprender a somar essa moeda (ingratidão) vai ter que aprender a perder, sofrer e invejar o outro. Normal, c’est la vie, certo? Não! Errado colega, muito errado! Não é dando que se recebe: se vai praticar o “dar” faça sem pensar em retorno, ficarás mais leve e sofrerás muito menos, pode até ser o caminho da felicidade (o mais difícil de todos), Deus está vendo, só ele. Ponto.
 E a relação de amor maior? Aí complica demais... Amor de mãe, esse é o maior de todos: por força da nossa sobrevivência, pela febre dos cromossomas, por necessidade da vida seguir. A mãe é tudo e se faz maior ainda. Ela se doa em sacrifícios mil, em noites mal dormidas, vivendo a vida dos filhos e colhendo a ingratidão mais natural de todas: a do filho. Não há filho melhor que possa retribuir esse amor, são moedas diferentes, contabilidade doida, sem saldo positivo no balanço final, e ela (a mãe) perde. Mas não pensemos assim! Nunca haverá retorno na doação materna, ela é a força natural contra a aceitação racional: o filho racionaliza os ganhos da mãe e, eventualmente, do pai. Normal e correto, na base do “eu mereço” vai recebendo e querendo mais e mais. Troco? Volta? Tem não... A mãe nunca pode racionalizar as doações, é fundo perdido, é a regra da vida. Triste? Fique não querida leitora, você fez a sua parte e essa é a maior, ele vai contabilizar alguns carinhos e te ver como a melhor mãe do mundo! Mentira! Você é uma mãe no mundo, tal quais milhões iguais, a porteira da vida, a cicerone, uma guia, o trilho do vagão vida, até ele criar asas e te olhar de cima para baixo. Teu avião-filho agora voa no céu, longe, vai pousar alguns poucos momentos no teu aeroporto, para abastecer, faxinar o coração sofrido, regular as turbinas e voltar para o ar distante. Sorria e não pense na palavra retribuição, esse será o seu “castigo”: só dar. Viva tua sina na terra, mãe ou supermãe, tanto faz, tua moeda é o amor puro (18 quilates); e se tiveres sorte colherás algumas moedas de prata ou latão mesmo. Assim é essa matemática do coração. Fique feliz, pois quem aqui escreve tem a coragem de admitir que não é um filho perfeito e acredita que todas as mães são maravilhosas; solidário sou a ti mulher, e ganhe uma nota mil de minha gratidão, que não vale lá muita coisa não... Beijos!


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