Na Rotunda dobre na segunda à esquerda...
Pois é, eu obedecia... Lá pelas bandas das “Europas”
eu inventei de dar uma de Brasileiro culto e “esperto”: aluguei um carro e na
hora me passaram uma Mercedes Benz, daquelas que eu só via em revista. Insisti!
Aluguei um carro popular, o senhor não está enganado? O francês disse: “Ne vous
inquietez pas...” E explicou que não tinha o carro reservado e pelo mesmo preço
eu levava o carrão com um GPS que falava até Português! Menino, eu me animei,
estufei o peito e sapequei “d’accord”!!!
Ali começou minha aventura com três culturas
que não se entendiam: a brasileira, a alemã e a portuguesa. Eu, me achando,
como todo brasileiro metido a malandro; o carro alemão e corretíssimo e a portuguesa
que não aprendeu o ABC imagine o GPS! Liguei o carro e mandei brasa no
endereço: “Cannes”. A portuguesa me mostrou um time de futebol completo de
cidades com o tal nome. Tinha a de cima, a de baixo, a do meio, no rio claro,
escuro, do mato de dentro, etc... Ali começou a briga do brasileiro burro e da
portuguesa inteligente! Não necessariamente nessa ordem. Achei a Cannes que eu
queria após várias consultas ao mapa real e a proposta lusitana! Liguei o carro
e parti todo feliz. No primeiro sinal parei a máquina alemã que morreu... Minha
mulher disse “que coisa é essa? Um carro novinho e já quebrou???” Eu gelei e
acelerei para descobrir que o alemão era “econômico”, bebia pouco diesel e logo
voltou à vida animadíssimo!
Eu não me
acostumava com essa mania de morrer e renascer a cada parada, peguei a estrada
e descobri que a minha professora de direção não sabia o caminho.
- Na rotunda dobre a 2ª à direita;
- Agora à direita!!!!
- Agora á esquerda?????
Sim, eu já tinha
virado para a direita e seguia em frente.
- Se possível retroceder a marcha!
Pensei: fudeu! Não
vou me entender com essa criatura...
- Agora dobre noventa graus á esquerda!
- À esquerda!!!!
E eu lá no meio de um
túnel!!! ????
Realmente me ferrei quando o carro parou e não
andava nem prá frente e nem prá trás... Gelei de novo vendo o cidadão com o
carrinho que eu queria alugar , um Clio popular, buzinando atrás de mim: eu parei na
saída do mercado! Fudeu... Levantei e fui tentar convocar o Frances animado, que
buzinava sem parar, para saber se ele
entendia de Mercedes Benz... “Excusez-moi!”
Voltei triste para procurar um reboque até que
li no painel “pise no ferrão!”. O que será ferrão??? Coloquei, sem querer, o pé
no freio e o bicho começou a funcionar! Que beleza, o ferrão é o freio!!!
Delícia de notícia!!!
Conclusão: não viajo mais para a Europa
estudando Frances ou Inglês, vou é para Portugal aprender a dirigir Merdecedes
Benz! Ou andar de taxi mesmo!!!
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