No choice
Em inglês quer dizer
sem chance, sem escolha. O maior castigo depois da dúvida é a “não escolha” o
famoso "tem que agüentar”, duro isso: o sujeito não gostava de doce e o médico
corta o açúcar, moleza não é? Que nada! O tadinho fica vidrado nas guloseimas
das festas, doidinho por um brigadeiro, é o castigo de nossa mente acostumada a
escolher. Escolher é bom demais! Vou prá praia primeiro ou dou uma passadinha
na academia antes? Tomo mais uma caipirinha ou entro no chope logo, antes da
feijoada? Saio com Clarinha ou ligo prá Cláudia? Vou para Madrid ou Barcelona?
Paris não abro mão! E por aí vai o cidadão nadando nas dúvidas prazerosas da
vida boa, sem regras fixas, sem ter que mudar de rumo contra a vontade e
podendo dizer “não”! Delícia maior não há do que o não grosso e curto, de quem
pode dizer e calar o outro lado.
- Moço quer amendoim? Não!
- Moço dá um trocado aí... Não!
- Amor vamos para Nova yorque? Não querida, já gastamos de
mais esse ano...
- Vamos para um hotel ficar mais a vontade? Não... Querida é
no Copacabana Palace, vista para o mar e champanhe francesa, topas??? SIM !!!!
Pois é, o dinheiro
serve para acelerar o sim sobre o “não” alheio e engrossar o teu “não”. Mas
temos outra moeda: o tempo. Essa é muito mais valiosa que o dinheiro e não se
compra! Fique preso na tua casa de campo sem luz e debaixo de um temporal, com
medo que tudo venha abaixo, sentiu como o tempo te incomoda? Esteja na maca
indo para a mesa de cirurgia sem saber se voltas e como... O tempo vale ouro e
ele manda em você! O prisioneiro vendo o mundo correr na mão dos outros e
contando os dias que são anos dentro da eterna espera. Sofrer é não poder dizer
um “não” e não entender que nada é eterno, sem saber que tudo é o que o momento
te oferece agora! Coisa doida essa, viver sem saber quando o teu não vai acabar
e ficar refém do sim dos outros, catando as migalhas da vida que já não é mais
tua, simplesmente ficar calado olhando o tempo te levar...
Roberto Solano
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