A liberdade
Muito se fala dela,
pois têm-se a impressão de que ela existe
Todos procuram tê-la de forma pura e quase infantil, no amar
Ela foge de todos com passos largos e de mãos dadas com o
outro
Nunca a terás, pois não é de ninguém, é fugaz e mentirosa, ardilosa
Só talvez no ato extremo da morte possamos ser livres do
corpo, da dor
Talvez lá no infinito incerto da linha do horizonte a
tenhamos nas mãos
Viver é nunca ser livre! Temos que comer, beber e amar: não
tê-la nunca
Somos todos dependentes do outro e nunca seremos livres,
nesta vida
Liberdade, liberdade, abra as asas sobre nós, venha em
sombra aplacar o sol
O sol que queima a alma de quem se acha e pensa ser livre,
solto e dono de si
Somos todos amarrados no meio e sem possibilidade de fugir
acabamos presos
Presos na dor, no amor e na eterna ilusão da vida, sonhamos
ser livres sempre!
Assim padecemos,
Amém.
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