Maio
Começou em Abril, irresponsavelmente solto, chegando, macio
O céu já se descolore em azul pálido, a brisa já é seca, cálida ou fria
O sol já não machuca, sai feminino e pousa suave na janela, passarinho
Calor é só um nome passado, descrentemente se recolhendo, derrotado
Abre o meu peito nas manhãs frias, esperançoso de alcançar, general
O que? Não sei... Não me importa mais, sou o ar e respiro o céu, basta
Estou leve e com asas flutuo no improvável, sem peso existo, ou não
Sou o que nunca fui! Sou parte e testemunha da força invisível, presente
A maior de todas, a gloriosa mãe natureza, acalmada, outonada
Venha me benzer, trazer sorrisos soltos, cobertores e sonhos, mais preguiça
Vai e vem, em anos vividos, alegrar esse coração dividido entre verão e inverno
Tendo faca amolada, corte, desfaça o abril e faça maio, sem frio, com sol
Sejas precisa no talho, esculpa, desenhe cores impossíveis, folhas amarelas
Seja também piedosa e não me faltes, sem chuva, com sol e pouco vento
Azul, muito azul no coração abatido, venha me amar, sem pressa, sem pudor
Maio, minha noiva eterna, não te possuo só te quero olhar, com desejo e amar-te
Sempre!
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