quarta-feira, 10 de abril de 2013

Ando, olho e ouço




Ando, olho e ouço

Parado não ando olho e ouço
Andando não paro e ouço
Ouvindo não olho e não ouço
Um pobre

Andando só vejo e não ouço
No chamado da clemência, abstraio
Ouvindo não olho, tenho medo
Da dor

Olhando o olhar do outro me cega
A dor da vida impossível aflora
O coração fica parado, mudo
Eu resisto

Eu ando olho e escuto o clamor
Da rua crua, dos meninos soltos, crueldade
Olho, choro e não me entendo, porque?
Burguês, paralítico, cego e surdo

Acorda!!!!!

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