Edifício vida
Nas paredes ríspidas do edifício vida encontrei verdades
Muitas, claras ou escuras, todas duras no viver
Sem tantas esperanças subi suas escadas
Com tantas dúvidas fui até seu subsolo ver a escuridão
No edifício vida fui de elevador ao terraço” felicidade”
De lá a vista é longa e a vida fica doce como ventos de verão
Hoje não há mais elevador e a escadaria é longa, pesada
Tenho só um pensamento: para aonde vou me mudar?
Entrei pela porta da frente, sem convite nas mãos
Vou vivendo como um eterno inquilino, mentindo a mim mesmo
Não há mais vagas, sobe tanto o aluguel que me assusta
A transferência virá em forma de pedra e pó, sem carpintaria
Os dias são longos e o aluguel sobe, na minha parca renda
Vivo aqui por falta de opção e, sinceramente, gosto
Ou me acostumei? Sou um bom pagador, em promessas
E agora? As paredes estão cinza, e molhadas de suor
Vou para onde? Outro bairro? Bela vista? Tem jardim?
Sou eu quem procura abrigo, amigo, irmão, vizinho
Têm tantos prédios, tantas vidas, tantas sólidas edificações...
Só quero uma casa no campo, onde eu possa tocar muitos rocks rurais...
É só
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