domingo, 4 de novembro de 2012

Corrida de submarino




                              
                                               Corrida de submarino


     A turma com mais de 50 anos vai se lembrar do termo. Os mais novos, se quiserem podem continuar a leitura para adquirir a famosa “cultura de botequim”, coisa dos mais velhos também.
     Vamos lá: no passado os jovens não podiam transar! É verdade, meninos(as)! Incrível isso! Casar virgem então era um sonho (pouco realizado é claro...), mas contava pontos a favor da mocinha. Não acreditas? Pergunte a tua mãe que ela dirá que casou virgem! Uma grande mentira, mas com um belo perdão: ela deu para teu pai antes do casamento, isso é possível sim, e ele vai confirmar a veracidade da pureza materna. As coisas eram difíceis, os pais faziam jogo duro ou disfarçavam bem. Sexo era tabu para teus avós, depois virou pecado venial e hoje é banal. Transar é fácil, na tua ou na minha casa (do teu ou do meu pai?), melhor ainda: com a maioria dos pais separados você, querido (a) jovem leitor (a), tem a solução dobrada! Na casa do teu pai ou da tua mãe, na casa da tua “futura sogra” ou sogro? Se tua Mãe é separada e namoradeira, quem sabe não vais se divertir em Búzios com o Marcelo? Ricardo tem casa em Araras e pode rolar um convite para curtir uma lareira com uma belo fondue ao lado da mamãe gostosa (com todo o respeito, tá?). Namorar ou ficar? Transar é certo! E no conforto! Que beleza...
     Só para efeito de registro. Já transou escondido na escada do prédio? De pé mesmo, com as “antenas ligadas” para uma fuga rápida? Na praia, com areia para arranhar os possuídos? Na casa de máquinas? Na sauna do prédio? São tantas emoções que você perdeu, meu jovem garanhão, tantas que vou para por aqui para não deixá-lo mais triste ainda já que não vistes aparecer o rock progressivo, o Led Zeppelin, Chico e Caetano, Mutantes, etc... Hoje falta boa música e sobra boa cama, é a vida. Porém tínhamos o fusca! E quem sabe um Dodge Dart! Não como um carro, meu amigo, como uma cama mesmo! E sempre com vista panorâmica para porra nenhuma! Era a corrida de submarino. Pergunte a teu pai se ele já comeu tua mãe em um drive-in ou na beira da praia olhando as ondas (nos dias de lua cheia), ou quem sabe nos parques cheios da cidade. Não tinha ladrão não! Ufa... Tinha era a polícia querendo te dar um flagra para faturar uma graninha. Não dava prá ficar peladão não! A transa era por etapas, comida a kilo, do tipo bufê: primeiro as saladas (beijos, mão naquilo, etc...); um segundo prato de proteína (dentro de lá ou de cá); sobremesa não tinha não! No máximo ficar curtindo um bom som no toca-fitas e jurando amor eterno com o vidro semiaberto para aliviar a sauna. Isso mesmo, se comia pouco a pouco, dentro de uma sauna e com malabarismo, você ficava em forma, uma academia sexual! Saúde em primeiro lugar! Depois, meu amigo, você tinha direito a encarar um belo cachorro quente no Geneal ou na Tia Augusta, se lambuzava todo e encontrava outros amigos também desarrumados e com sorriso de santo no rosto, com a cara mais cínica do mundo, rapazes fortes e meninas virgens, ninguém comeu ninguém, era o pacto. Virgens sim! E nada dessas dietas chatas e (ou) frequentar academias diariamente! Elas eram muito mais felizes, comendo bem e sendo mal comidas, todas mais felizes, casando virgens como santas... Do pau ôco! Mas casavam... Hoje nem isso... Dá muito trabalho!


 Roberto Solano

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