terça-feira, 11 de janeiro de 2011

O efeito bicicleta

O efeito bicicleta

Na vida devemos parar atividades e começar outras, uma troca de função que trás tristezas e melhorias (ás vezes), temos que aprender. A primeira troca é a chupeta, duro de largar, um vício danado, acalma e lembra a mãe usando a boca. A boca é o problema maior nessa tarefa da troca. Você já fumou? Parou? Meus sinceros parabéns! A tua boca provavelmente não gostou... Ela quer continuar, bichinha teimosa, briga pelo último cigarro, trago, doce, etc... Insaciável e também fala, reclama, chora. A vida seria menos dura sem a boca, no quesito vícios.
Você vai crescendo e tem que abandonar hábitos, esportes, roupas, amigos: Uma chatice ver teu corpo fugir da briga e cansar. Já corri, fiz futebol, judô, jiu-jítsu, caratê e outros esportes prazerosos. Hoje dou uma caminhada na praia e só. Pifei. A cabeça ainda está jovem e quer mais, pede o gole extra na cerveja, a feijoada com pimenta, um sorvete, coisas boas da vida. Fica a briga do corpo com a mente e a saudade, muita, do tempo que não tinha erro, dava tudo certo! Farras, noites mal dormidas, fome, frio, nada incomodava o corpo forte, quebrava e consertava, o tempo era o remédio, logo ele (o tempo) que hoje é meu inimigo maior.
A bicicleta continua andando e vai parar ou cair com você, perigo. Tenho que entender a hora de parar para não me esborrachar no chão. Quando? Vivo nesse País de velhos desvalidos, sem aposentadoria digna, um sistema há muito falido, e parar pode ser a morte, a vergonha maior, ver tua bicicleta se estraçalhar no caminho e não poder andar á pé. Parar, parar de reclamar, tentar carregar o corpo com fé, brigar com as dores e incômodos, trabalhar mais e mais, fingir a juventude que não tens, se encher que vitaminas e Viagras, macho, poderoso ciclista incansável, morro a cima, eternamente. Não quero parar e sim trocar a bicicleta por uma vespinha que me leve, tranqüilo no caminho, assoviando. Está difícil...
E agora, o que fazer? Esquecer o amanhã é o plano melhor, curtir a “laminha” de saúde que sobrou aproveitar e esquecer o velho que está crescendo dentro de você. É legal aquele papo, 60 anos? Tá novo! Morreu com oitenta... Olha o Oscar com 103, e animado com seus projetos infindáveis. A verdade é uma só, parar e não cair, ou não parar nunca, estilo Niemayer, forever! Escolha logo e vá se enganando por aí, eu já comecei meus dois planos: Ficar rico e parar ou não parar nunca! Comecei a me interessar por arquitetura...

Roberto Solano

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