sábado, 27 de março de 2010

A criação das cores

A criação das cores

Em uma terra infinitamente pálida

Em um triste dia

Amanheceu...



O cheiro das cores percorria o céu
Os pecados bailavam
As belezas procuravam sua cor...

Vi um traço de Picasso cruzar com outro de Van Gogh
Uma luz procurando um canário ser cor
Um pecado pálido e sem graça atrás da felicidade

Nesta procura veio um homem todo preto, forte, másculo
Uma lindíssima mulher, alva e imaculada surge
Deu-se a união carnal e metafísica
Um amor sem sentido porém verdadeiro

E vieram as criancinhas
Umas pretinhas
Umas branquinhas
Outras ruivas, loiras, e amarelas

Elas brincaram muito à valer !
Sacudiram as arvores, comeram seus frutos
Cavaram o chão e descobriram minhocas
Saídas das entranhas da terra, do nada, as cores

E nesta pálida terra haviam sons
Todos reunidos e ali parados, esperando a organização da música !
E num toque de mágica fizeram os cegos sentirem as cores
Tudo graças àquelas criancinhas...

Hoje o vermelho brinca de fogo
O azul de Céu e infinito
A rosa de amarelo e outras travessuras
E a música de mágico tece na retina dos cegos a alegria de ver !

Roberto Solano

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