quarta-feira, 20 de maio de 2015

Foi um rio que passou em minha vida...



Foi um rio que passou em minha vida...

“Foi um rio que passou em minha vida e meu coração se deixou levar”, ai Paulinho da Viola, ai que saudades do Rio de Janeiro que vivi e não vejo mais. O samba, o esporte, a praia, a mistura deles todos: alegria. Rio de Janeiro é o carimbo no passaporte da alegria, era... Agora vivemos em uma cidade sem identidade, sendo esburacada e modificada, querendo ser moderna com seus atributos femininos, suas curvas, sua beleza quase infinita; pergunto: será que essa bela mulher vai se adaptar a essa cirurgia plástica? Vamos poder desfrutar dos seus encantos escondidos e ir e vir pelo seu corpo na calada da noite? Não creio. O Rio de Janeiro é um caso perdido! Estamos no caminho errado, compramos a receita americana de colocar carros nas ruas e fingir segurança, fechar os vidros blindados e morar nos condomínios fechados, em que poucos podem. Fica lá o morro como referência da cultura popular e das pessoas humildes, só no samba lembramos dele, no carnaval vamos aplaudir seus nobres moradores. E a periferia? São horas perdidas em latas de sardinhas móveis, que lentamente carregam a mão de obra trabalhadora que sonha com um carro e acorda em um metrô lotado, sem vida feliz. Vamos reciclar nossa visão da cidade? Vamos andar mais a pé e de bicicleta? Curtir a natureza e relaxar com a vista encantadora da lagoa Rodrigo de Freitas? Que tal o aterro do Flamengo? A nova ciclovia que vai percorrer o costão da av. Niemayer... Seremos uma nova Amsterdam com muito mais charme! Não! Infelizmente não!

 E agora? Cadê o Rio de Janeiro? Vai ficar pronto para as Olimpíadas? Vai ser um orgulho nacional? Exemplo de eficiência e segurança pública? Hospitais funcionando bem, tudo pronto para receber os esfaqueados, baleados e espancados. Tudo maravilhosamente resolvido!


 Viva! Sejamos otimistas e felizes, o Rio de Janeiro não acabou, só não será o mesmo! O que nos resta é ouvir uma boa música do Tom Jobim e lembrar do tempo em que se podia contar piada no botequim da esquina, fazer uma fezinha no jogo do bicho e torcer no maracanã sem temer o próximo. Ser feliz por morar na cidade maravilhosa, eu era tão feliz e não sabia...

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