quinta-feira, 10 de julho de 2014

Um país bipolar




Um país bipolar

 Está lá no jornal uma  entrevista com o jornalista sueco Henrik Brandão Jonsson, que mora no Brasil há 12 anos. Quem vê nosso País de fora tenta entender, outros que migram para cá e vivem a nossa realidade tem que se adaptar; e ele fez isto, tendo que enfrentar uma cultura diferente, diz ele “O Brasil é céu e inferno. É tudo ou nada. É um país Bipolar. Não basta perder de 2 x 1; tem que ser de 7 x 1. São extremos.”.
 Gostei dessa visão. O bipolar vive momentos de picos, não há equilíbrio, são ondas de emoções a surfar. Ele diz que na Suécia o povo é “adulto demais” e que um adulto colecionar figurinhas da copa é incompreensível! Mas somos adultos e crianças ao mesmo tempo, otimistas extremos com um time “meia-bomba” em uma Copa do Mundo dentro de casa. Deu no que deu... Outra dele: “Conseguir falar com o Galvão Bueno é mais difícil do que falar com o Neymar. Quando consegui ele disse que era um Popstar, um Bono Vox do Brasil!” É prá rir ou prá chorar? Esse é o nosso país bipolar, aonde criamos mitos e vitórias antecipadas, só que o verdadeiro futebol malandro está aposentado, sem navalha, e anda no trem da central (como diria o Chico Buarque). Só restam os jogadores europeus-brasileiros que estão ganhando a vida (e muito bem!) no futebol milionário, um time sem muito compromisso com a nossa realidade.

 Então vamos viver a bipolaridade? Um dia de Rivotril e outro de 51, um dia no churrascão e outro na fila do INSS, um dia de carro e outro no Buzão! A loucura não tem cura, disse um médico amigo, mas podemos administrar (é como morar com a sogra!). A vacina é essa: sofrer e amar ao mesmo tempo, ser campeão tendo o rei do futebol e agora aturar os argentinos na final, ser malandro é a nossa regra de sobrevivência, infelizmente...

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