Está lá no jornal uma
entrevista com o jornalista sueco Henrik
Brandão Jonsson, que mora no Brasil há 12 anos. Quem vê nosso País de fora
tenta entender, outros que migram para cá e vivem a nossa realidade tem que se
adaptar; e ele fez isto, tendo que enfrentar uma cultura diferente, diz ele “O
Brasil é céu e inferno. É tudo ou nada. É um país Bipolar. Não basta perder de
2 x 1; tem que ser de 7 x 1. São extremos.”.
Gostei dessa visão. O
bipolar vive momentos de picos, não há equilíbrio, são ondas de emoções a
surfar. Ele diz que na Suécia o povo é “adulto demais” e que um adulto
colecionar figurinhas da copa é incompreensível! Mas somos adultos e crianças
ao mesmo tempo, otimistas extremos com um time “meia-bomba” em uma Copa do
Mundo dentro de casa. Deu no que deu... Outra dele: “Conseguir falar com o
Galvão Bueno é mais difícil do que falar com o Neymar. Quando consegui ele
disse que era um Popstar, um Bono Vox do Brasil!” É prá rir ou prá chorar? Esse
é o nosso país bipolar, aonde criamos mitos e vitórias antecipadas, só que o
verdadeiro futebol malandro está aposentado, sem navalha, e anda no trem da
central (como diria o Chico Buarque). Só restam os jogadores europeus-brasileiros
que estão ganhando a vida (e muito bem!) no futebol milionário, um time sem
muito compromisso com a nossa realidade.
Então vamos viver a
bipolaridade? Um dia de Rivotril e outro de 51, um dia no churrascão e outro na
fila do INSS, um dia de carro e outro no Buzão! A loucura não tem cura, disse
um médico amigo, mas podemos administrar (é como morar com a sogra!). A vacina
é essa: sofrer e amar ao mesmo tempo, ser campeão tendo o rei do futebol e
agora aturar os argentinos na final, ser malandro é a nossa regra de
sobrevivência, infelizmente...
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