A vantagem de ser
Pernambucano
Para começar: não sou
Pernambucano! Sou nascido e criado no Rio de Janeiro, com um detalhe marcante
por ser filho de Pernambucanos e casado com uma, isto faz a diferença. Vi os dois lados da medalha, ser um rapaz de
Ipanema nos revolucionários anos 70, do píer, da vanguarda; e, no contraponto
ver e viver Recife em breves momentos de carnaval. Os primos vinham conhecer o
Rio de um primo cabeludo e “metido a besta”, que” se achava”, tirei alguns
afogados no mar gelado (eles sempre acham fria a nossa água...), fui ao Cristo
pedir por eles, meus primos de Recife. Na verdade fui fisgado pela cultura que
a minha amorosa mãe ensinou, como toda imigrante: A porta da casa está sempre
aberta para os irmãos do Nordeste, com direito a ficar por quanto tempo quiser
e comer bem! Comida nunca faltou, graças a Deus! E bebida também não. Sobravam
conversas, mitos e boas mentiras. Encantei-me!
Ser Pernambucano é
ver o mundo aberto às possibilidades, o verdadeiro Recifense é destemido e “arretado”;
o mundo é pequeno para a rádio Jornal do Commercio, entendes? De Recife para o
mundo! Assim não há limites para voar alto e eles (imigrantes) fizeram com
valentia, nesse grupo incluímos Dr. José Solano e Maria do Carmo. Os que lá
ficaram optaram por ser felizes na melhor terra do mundo, orgulhosos sempre!
Dançando cirandas e no batuque do Maracatu fazer o dever de casa, trabalhar, acreditar
na sua superioridade, lendo Joaquim Cardoso, Manuel Bandeira e Carlos Pena
Filho, quer mais? Não vou falar para não humilhar os nossos irmãos do Sudeste:
somos humildes! Até tomar uma dose de “Red” e, falando muito alto (característica
local), contar vantagens! Se a plateia permitir até uns passinhos de frevo arriscamos!
Poucos vão entender essa cruel superioridade...
Hoje estou maduro e
tenho a alma nordestina dosada com a “esperteza” do Carioca! Que posso querer
mais? Feliz sou, misturado, atrevido, um verdadeiro Robertinho do Recife!
Lindo Roberto! Parabéns.
ResponderExcluirBeijos,
Adelaide