O cirque du Soleil é
aqui em casa!
Tenho um filho
adorável, que com sua também adorável namorada tiveram a não tão adorável ideia de resgatar um gato na rua. O dito gato
foi apelidado de Robert Fripp (um guitarrista da pesada), nome bem aplicado
para o roqueiro cidadão que tem todas as características de “gato de rua”:
malhado em preto e branco, olhos esbugalhados, bigodes enormes e a esperteza de
quem viveu catando migalhas na rua. Acertou na loteria! Sim, casa, comida e
carinhos a toda hora. Minha mulher disse “não vou cuidar de gato!” e
acrescentou” e quando vocês viajarem??? Quem cuida do gato???” Silêncio
mortal... Eu fiquei quieto...
Bem, o tempo passa e
o cidadão de bigodes cresceu, e muito! Hoje é um gato do tipo “Frajola” do
desenho animado, pelo bonito, gordo e sem vergonha aos extremos. A funcionária
aqui de casa detesta gatos e, um belo dia, a vi desfilando com o felino nos
ombros! Incrível (pensei eu) essa moda de inverno vai pegar! O gato esparramado
no pescoço da moça que sorridente desfilava pela casa, vassoura na mão,
cantarolando, na fria manhã de inverno... Pode??? O gato conquista a todos! Sua
técnica é infalível: eu te olha, se esfrega na tua perna e TIMBA! Dá uma cambalhota
de palhaço de circo! Então a paixão vem te invadir o coração! Cuidado!!!! O
artista é uma figura e vai te aprontar!
O gato “ F “, vamos
chamá-lo assim, ficou sob nossa guarda nas férias do casal. As malas sendo
prontas e o “F” caminhando por cima das roupas, entrando nas malas, pressentindo
a separação. Afinal o quarto que ele “habita” é do meu filho (alias era... O
gato tomou!) e lá ele passa as tardes dormindo e a noite também! Diz o jovem rapaz
que ele é muito carinhoso e todas as manhãs vem acordá-lo com lambidas e
delicadas mordidinhas... Não é lindo??? Sim até ficarmos eu e minha mulher com
a missão impossível de cuidar do bichano.
Primeiro dia: O “F”
ficou cabisbaixo, triste mesmo, na cama sem abrir o olho, sem comer. De noite
oferecemos um biscoito apetitoso que foi comido sem muita disposição: fossa das
bravas, o animal sente a falta do dono...
Segundo dia: “F” já
demonstrava algum movimento, começou a comer e resolveu pegar um sol pela
manhã, com passadas curtas ele se mexia ao longo dos corredores, pelas paredes,
triste...
Terceiro dia: “FD” já
estava se” mudando “, ele resolveu adotar o novo quarto para passar a temporada
de férias do dono e já se posicionava em nossa cama, carinhoso e ainda quieto,
se recuperando, se recuperando...
Quarto dia: O “FDP”
acordou! Em movimentos dinâmicos já estava de pé e saltitante ás 5 horas da
manhã! Acordamos felizes! Nas ruas as manifestações por um Brasil melhor e no
meu quarto a alegria imperava no felino que subia e descia da cama, derrubava
as coisas na mesa de cabeceira, ronronava, feliz da vida. Que alegria! O nosso “gatinho”
saiu da crise de depressão e parecia um Rivotril de bigodes! Que felicidade!
Minha mulher fez sua sopinha predileta de “cordeiro com carne moída”, coisa
fina de gato de madame! E tocamos a nossa vida enviando fotos do sacana deitado
no colo da nova mãe adotiva, todo feliz...
Quinto dia: O Filho
da Put%$#@#! Fez o mesmo ás 4 da matina...
Sexto dia: ÁS 2 horas
da manhã! Deus meu, e agora, quem tem que trabalhar cedo sou eu e minha
adorável companheira colocou o gatuno para fora do quarto e trancou a porta!
Ufa! Que se dane a depressão dele, tomei meu frontal e tentei dormir! Qual
nada, meus amigos, a fera resolveu dar saltos ornamentais e se pendurar da maçaneta
da porta, sem antes soltar os “miaussss, miausss, miauss” e tome de porrada na
porta!
- Amor, vou com ele
para a sala, você precisa dormir...
Eu adoro a minha
mulher, nesse dia ela deu a prova mais sincera de amor eterno.Quando acordei vi
uma pessoa debilitada, olhos cansados, deitada na sala:
- Não dormi nada! Tentei de tudo, mas o FRIPP não parou
quieto, subiu nas estantes, deu a volta olímpica nas poltronas da sala e depois
veio deitar sobre as minhas pernas dobradas e , com uma chave de pernas dormiu ½
hora, quando eu não aguentava mais a posição tive que mexer, daí ele recomeçou o “cirque du soleil”, estou
morta!
Agora vou sair para o
trabalho e o nosso atleta da madrugada está enroscado sobre a cadeira, barriga
cheia, feliz e sonhando com o pai dele que está passeando e pedindo fotos do “filhote”,
cheio de saudades do mimoso gatinho...
Volta Leo, volta, por
favor... SOCORRO!!!!!
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