quinta-feira, 3 de maio de 2012

A máquina de diminuir problemas


A máquina de diminuir problemas

  Sempre sonhei com aquela que seria a melhor de todas: A máquina de ACABAR com os problemas! Poderia ser em spray, do tipo "laquê", uma espirrada e tudo resolvido! Conta bancária no vermelho? Umas gotinhas bastavam e PIMBA! No azul de novo! Dor de cabeça? Então tome de passar o líquido milagroso na cabeça e tudo acaba... Uma delícia! Mas, isso é só um sonho de uma noite de verão. Vamos à realidade dura da vida. Que tal diminuir os problemas? Eu descobrir a "tal" máquina. Não é embutida em garrafa, não tem álcool nem entorpecentes, é real, feita de concreto armado, grande e imponente.
  Vou fazer um suspense para valorizar o texto e precisar o que senti ao entrar na mesma. A nossa vida se divide em alegrias e tristezas, saúde e doença, riqueza e pobreza, enfim a dualidade do bom e do ruim no dia a dia dos mortais. Sim, somos mortais, sem nunca crermos nisso, mas somos. Infelizmente! A vida nos sorri quase todos os dias, você que come e ama, trepa e corre, briga e apanha, sempre na corda bamba ou não. Os muito ricos e nobres nunca saberão o valor de um presente comprado com sacrifício para a Mãe ou para a mulher amada. O carro usado sendo o seu primeiro na vida. Uma bola de couro, das boas, nas mãos do menino sujo de barro e bom de bola. O anel de noivado comprado em 1000 prestações... Acho que rico não vive, é arrastado pela maré de facilidades, tudo caindo do céu... Sei não, acho chato demais a vida da princesa ou de um velho Barão. O bom é conquistar as coisas no prazer de colher o que plantas, uma atividade acumulativa e gratificante. Eu já comi ovo colorido com sal e cervejas contadas, foi bom. Pouco dinheiro também pode dar felicidade, sem entrar na máquina de reduzir problemas ( acho que o pobre entra mas não percebe muito...) e sem medo de ser feliz!
  O leitor já deve estar aborrecido. Que máquina fantástica é essa? Como funciona? Tem prá vender? Alugar? Ou é uma grande invenção desse que vos escreve. Talvez uma invenção de um coração com olhos para ver a dor alheia e poder medir a felicidade de estar do outro lado dessa vida dura desses combatentes da guerra maior: a luta pela vida, para respirar o ar que nos cerca e comer sem sentir dor, enjôo, para um dia poder sorrir sem contar os dias. Estamos aqui, todos vivos: uns vivendo e outros brigando para viver o dia, a hora, um segundo a mais que Deus lhe dá. A vida sendo talhada na esperança, no amparo de uma mão amiga, na drogas correndo nas veias como uma via paralela da salvação. Vivendo o hoje como um nunca mais, esperando a boa notícia do fim do castigo, da cura futura. É lá amigo que meus problemas se encolhem.  Vem a minha maior vergonha: reclamar da vida! Das pequenas coisas que achei grande e lá ficam escondidas no meu bolso. Meu coração aperta tão profundamente que contenho as minhas lágrimas debaixo da minha pena, na pena maior de mim mesmo ali com saúde e olhar vago, sem compreender o "porque" que Deus escolheu uns e outros não, em uma lógica mais sem lógica ou motivo na história da existência humana.  Uma sensação de vazio penetra meu ser que desabrocha no calor de uma irmandade que só se vê na dor, na vontade de querer ajudar, em pequenos sorrisos tímidos e ações que faço sem encontrar uma luz maior para dar.
  A paz...
  Não posso sentir-me bem, vou-me adestrando na alma doída, tentando viver o que só os de lá vivem, e fazendo força para acreditar em uma força maior ou divina que traga a cura rápida aos que lá a buscam.
  Vá lá amigo, com o coração aberto. Sinta-se um felizardo, sem problemas maiores e agraciado pela tua genética boa, na boa mágica que vigora dentro de tuas carnes e ossos, mantendo tua vida saudável. Vá lá e ajude sem passividade, contribua como puder! Alimente essa máquina para que ela cumpra o seu dever de buscar e trazer a cura e, por um breve momento, fazer-te o menor e mais feliz dos homens aqui na terra!
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