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Um
sol costureiro rasga minha cortina
A
manhã virando claridade na retina adormecida
Sábado
de sol, mês de maio, ano 2012
Acordo
tonto, sem acordar, acordando...
Abro
janelas vendo o ar frio penetrar a casa
Finjo
não ver lá fora para não me despertar
Quero
sentir o torpor do meu sono ainda vivo
Estou
meramente de pé com a mente acamada...
Agora
não posso mais fugir do apito da chaleira
É
manhã de Maio e tento coragem para ver o céu
O
céu que vai adentrar no coração cansado, triste
Ele
está lá, imponente, me esperando, calmo e tranqüilo
Agora
sou eu! Um só desperto, preparado para o embate
Levanto
a cabeça e vou até a janela aberta, na visão maior
Na
mais linda cor de azul, recém lavada pelo orvalho em noite fria
Lá
está a minha alegria maior! A esperança em forma de cor: azul
Não
é azul comum, nem do mar, nem das flores atrevidas, nem azuis talvez
Ele
é algo que penetrando os olhos vai se dissolvendo em outra cor maior
Maior
que o céu, mero pano de fundo, e do mar, seu admirador eterno
O
azul de Maio! O único e venturoso! Indescritível na manhã clara portenha
Venha
ver-me todos os anos dessa vida de tantas cores
Socorra
aos que tem coragem de te entender
Traga
passarinhos e ventos frios
Mas
volte, volte sempre
Salvando
minh'alma
Carioca
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