sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

Expectativa

 Expectativa 


A expectativa é a irmã mais nova do sonho

Criar a expectativa é um trabalho árduo 

O sonho faz

O melhor é deixar a expectativa de lado, chorando 

Ver o mundo como a realidade manda

Cuidar do dia a dia, do feijão com arroz 

Sonhar é pra quem pode

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025

O tempo me consome

 O tempo me consome por vingança 

Eu já consumi muito o tempo 

Ele sobrava, transbordava, despudoradamente

Agora ele brinca de esconde-esconde

Onde te falta tempo? 

No futuro ele é incerto 

No passado ele sempre sobra

No presente ele é o tempo ausente

terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

Fantasia erótica

 Clara era moça tímida e de baixa sensualidade: lindíssima, olhos claros, pele aveludada e lábios carnudos. O nariz era de rara perfeição, afilado e com a devida inclinação pra cima, na sua extremidade. Desde nova era convidada a chupar o pau de seus namorados, o que ela não apreciava, os meninos enlouqueciam com aquele rosto angelical sobre a rola grossa e carnuda, o gozo vinha rápido, gosmento e ácido, ela não gostava, cuspia com uma careta no rosto. Um dia viajou para buenos Aires e lá conheceu Jorge, um portenho lindo e forte, com fama de ser gostoso. Uma prima já tinha desfrutado daquele corpo escultural e chupou aquele pau. Delicia, ela disse pra Clara, que não acreditou: um pau doce! O desejo nasceu na moça, sentindo sua vulva molhada pensou: um pau doce...

O encontro foi planejado e o tesão aconteceu: ela logo percebeu a virilidade do rapaz no primeiro beijo, sua língua dançava tango, seu dedos dedilhavam o arcordeon em suas costas e chegavam nas nádegas como um alpinista, marcando o caminho na pele de neve da menina moça. Jorge adorava doce de leite ( Dulce de leite), no café da manhã, na panqueca, no sorvete, com licor, com Manzana. Ela percebeu açúcar em seus lábios e quando ele chupou sua boceta o calor que emanava cheirava doce. O pau enorme foi sacado da calça como uma espada, nas mãos pequenas de Clara assustava, uma direção foi indicada suavemente com as mãos, e ela abocanhou a cabeça grande. A boca pequena não comportava o vermelho rubi da glande, ela tentou com a língua fazer malabarismos, o portenho gemia. Quando o macho estava para derramar seu sêmen ela parou e disse:" não goze na minha boca não, não gosto". Jorge, assustado, disse: " você não vai se arrepender, te juro". A emoção tomou conta do ato, ela, movida pela curiosidade, se esforçava para tentar engolir o pau latejante até a metade, uma lágrima correu dos olhos quando um jato quente e consistente explodiu daquele mastro. Um susto! Um gosto doce! Inacreditável sensação de prazer que contraiu sua vagina, o sabor cada vez mais pronunciado e forte, delícia! Ela tirou o pau da boca de com movimentos rápidos fez o esperma jorrar em sua mão branca como neve: de cor característica, sabor incomparável, e textura típica lá estava na palma da sua mão o doce de leite mais saboroso que ela já provou!!!! Jorge ejaculava doce de leite! 

Atualmente estão casados e morando em Bariloche, pra prima ela confessou que além de saboroso o líquido seminal deslizava bem quando Jorge enfiava até o talo a sua pica no cu dela; aliás, ela nunca fez cu doce, Jorge é quem fazia o cu dela ser doce.

domingo, 23 de fevereiro de 2025

A junta

 A junta


A junta é a rainha do espaço perdido 
Vitoriosa criatura que existe onde a estrutura se abstém 
Com as deformações se adapta ao calor, frio e chuva
A junta é uma mãe: está sempre trabalhando na surdina, uma santa
Junta, junta tudo no nada e, no escondidinho, une tudo.
Maravilhosa mulher, minha admiração.

Roberto Solano 

sábado, 22 de fevereiro de 2025

Mão Francesa

 Mão Francesa 


A Mão Francesa é delicada e linda sem luva

Uma peça feminina de grande valia 

Ela socorre as vigas em balanço 

Ela enfeita as fachadas "Bien sûr"

Ela é linda em aço e em concreto 

A Mão Francesa sempre procura ajudar, dadivosa criatura estrutural

Vamos nos lembrar dela para alegrar nossos projetos 

Très belle femme de très belle main

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

O bom engenheiro

 O bom engenheiro 


O bom engenheiro, bom, mas bom mesmo, é masoquista: gosta de acordar cedo, vive com problemas, trabalha demais e...sorri! É um assunto a ser estudado pela psiquiatria! "Você sofre de que?" Pergunta o psicanalista, resposta "sou engenheiro". Será que há tratamento? Não sei, a doença é crônica e o doente gosta (masoquista). Eu me pergunto o motivo do sujeito querer ser engenheiro e viver estressado, sem dinheiro, sob pressão, e não desistir. Começa como estagiário, sofre com as missões impossíveis no estágio e ainda tem que estudar mecânica dos fluidos ou hiperestática 3! Complicado... Depois vai trabalhar sob pressão e no final do mês fazer malabarismo pra fechar as contas em casa: "não passa", "vou ter que mudar o projeto", "assim não dá", etc... O amigo que fez arquitetura vive na paz, cercado de criaturas estranhas, vendo e vivendo o sonho dos clientes ricos e trabalhando bem menos: um profissional feliz, até demais! Depois pensa melhor e vê que não conseguiria ser arquiteto, não pode viver sem sofrer! Sim, vou parando por aqui pois tem uma chamada do Dr Mário "o que? Trincou a viga?" Estou indo agora pra obra...

Roberto Solano 

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

Prece pela saúde mental

 Prece pela saúde mental 


Rezo pelo entendimento do homem com o homem 

Do pensamento positivo no erro e no desespero 

Que o bom humor esteja presente na terra como no céu 

O pão nosso de cada dia mate a fome e a ansiedade 

Oremos pela calma, na dor, pela fé no dissabor 

E principalmente pelo equilíbrio emocional 

Amém

sábado, 15 de fevereiro de 2025

Arnaldo

 Arnaldo bebia demais, não bebia pra esquecer, bebia pra lembrar. O dia nascia com a saudade batendo no peito como o despertador do trabalhador: hora de trabalhar pra lembrar, seguia na rua no rumo do bar. O bar abria cedo com café quente e pão na chapa, os homens por lá chegavam com pressa, Arnaldo não. O tempo não se mede, a saudade sim! Ele dizia. Chegava e apoiava sua dor nos cotovelos, o olhar triste e a barba mal feita, remela no olho, calça pendurada no cinto, e a pinga na mão. O cheiro do café trazia as novidades: o resultado do jogo, o vereador ladrão, a bunda da sanfoneira, tudo ali no ar. Na cabeça dele começava a chegar a lembrança dela, Laurinha, um amor que se foi e agora volta na memória do bêbado quase morto no álcool; ele se levanta, afasta a cadeira e chama ela "vamos Laurinha, vamos pra casa meu amor", os homens deixavam ele passar cambaleando e cumprimentavam o casal: nunca se sabe o dia de amanhã, o amor de Arnaldo com Laurinha era um patrimônio da cidade, o respeito ao amor deles era a certeza de que, se Deus quiser, ele volta amanhã bem cedinho para declarar seu amor impossível.

Simon & Garfunkel

Simon & Garfunkel


A música sobre o som do silêncio é marcante 

Talvez por falar do impossível ao corpo 

Talvez por dizer tão profundo à alma

Eu, aqui calado, ouvindo o som dos mudos

Dos que não ouvem a sinfonia do silêncio 

Agora, dentro de mim, ouço a banda do nada

E ouço minhas lágrimas tocando o piano da solidão

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

Receita de poema

 Receita de poema


Separe uma boa ideia, coloque pra marinar com amor e uma pitada de loucura. Conserve. Acenda o fogo do teu coração por meia hora, coloque seu poema em uma travessa e adoce com boas intenções, em seguida leve ao fogo de sua imaginação por 30 minutos, cuidado pra não queimar! Para servir, polvilhe carinho e sirva no papel ou na versão digital. Boa leitura!

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

Deformação lenta

 Deformação lenta


A vida é uma deformação lenta 
O concreto nos ensina a viver 
Ganhamos força com o tempo: experiência e sabedoria 
Deformando dia a dia, gota a gota 
Assim escorando, tentando diminuir nossa deformação, seguimos 
Vamos viver no "concreto armado eu te amo" para sempre 
Até nosso FCK atingir o infinito

A doença crônica

 A doença crônica 


A doença crônica de dona Agonia é a irritação, não há cura, e age durante o dia todo, um horror! Dona Agonia é uma pessoa preocupada com tudo, perfeccionista, exigente demais, o mundo pra ela é pequeno e tem que ser como a sua imaginação existe: aí é que mora o problema. O mundo de fora não é igual ao de dentro, então tome irritação: o café ficou morno, o armário está velho e rangendo, o marido não acorda... Acordou! Velho chato e ranzinza. A funcionária nunca chega na hora certa, o garfo está sujo, a mesa mal posta, sai formiga! Essas formigas me irritam profundamente! A calça está apertada: que ódio! Não consigo emagrecer. Queria tanto poder comer doce de leite... O carro vive sujo, muita poeira nesse verão, que calor, me tira do sério! Odeio o verão! A vida anda cara, Janja vai viajar novamente! Guenga safada, casada com o ladrão. O ladrão disse pra não comprar nada, que ódio!!! As contas chegando o dinheiro acabando, fico louca no fim do mês! Ódio! Agora vem o final de semana e vou relaxar, pegar uma praia, e curtir um pouquinho, eu mereço.

Previsão do tempo para o fim de semana: chuvas torrenciais com possibilidade de alagamentos.


Que ódio!!!! Grrrrr

domingo, 9 de fevereiro de 2025

A sabedoria do silêncio

 A sabedoria do silêncio atinge o inalcançável 

Lá existe a alma disfarçada de nuvem 

Na nuvem, gotículas de orvalho espelhando 

Deus

sábado, 8 de fevereiro de 2025

A colina do Sim e do Não

 A colina do Sim e a colina do Não 


Entre a colina do Sim e do Não existe o vale da indecisão 

Lá, no meio do vale, segue, caudaloso, o rio Talvez 

O barco da incerteza por lá navega

O pescador de amarguras, angústias e dúvidas, sobrevive

Grandes árvores de aflição compõem o cenário 

Na colina do Sim mora dona Felicidade 

Na colina do Não mora dona Certeza 

Raramente elas se encontram na beira do Talvez 

O amor se esconde na colina do Sim 

O ódio se estabeleceu no topo do Não 

Assim é a vida entre o Sim e o Não 

Navegando nas perigosas águas do Talvez seguimos 

Quem sabe um dia vamos acertar na loteria da alegria?

E, para todo o sempre, ser feliz

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025

Viga caixão

 Viga caixão 


Nome fúnebre, não condiz com meu charme 

Sou viga de muitas almas e belezas

Muito usada nas pontes e viadutos 

Resisto às flexões e torções, sou completa

De cama e mesa, viga completa, pode me amar

Viga caixão não! Me chamem de paixão