See
me
Feel me
Touch me
Heal me
Touch me
Heal me
Esta letra é do legendário conjunto The Who
que me emocionou quando jovem, principalmente no festival de rock Woodstock:
A tradução é:
Veja-me
Agora vivemos exatamente o contrário com a
propagação do vírus Ebola, a última coisa que pensamos é ter que conviver com
essa doença em sociedade. Curioso o medo da morte: todos têm, mas a “fantasia”
da proximidade dela é muito ampliada. Um avião passa sobre sua cabeça, um carro
passa por poucos centímetros da tua perna apressada e você não teme. Já o
Ebola... O mais triste é que ele acontece no lugar mais miserável, entre negros
famintos, meninos subnutridos, malária, diarreias, água suja. Deus está
castigando? São infiéis? Não, nada disso! A morte agora tem passaporte, vai
passear pelo mundo todo, do taxista Inglês degolado ao imigrante da Guiné que
chegou ao Brasil com febre. Temos um medo terrível de não contar com a cura!
Hoje tudo tem cura, ou quase cura, vacina prá tudo, radioterapias e
quimioterapias, cirurgias mágicas, tudo, tudo e mais alguma coisa... Para um
rico! Branco, americano de preferência e bonito! Aí esse beneficiado cidadão
vai tomar drogas, comer fast-food e... Se food! E o pior: ele se acha imortal
em sua Ferrari a 200 km/h! Como se joga fora a sorte no mundo!
Meu sonho era que, de dentro da mais fechada
floresta Africana brotasse uma planta mágica que ingerida por negros da região
os curasse do vírus mortal, com um porém: só da urina deles é que um branco
seria salvo! Ou melhor: beijo na boca! Um monte de gente indo para Serra Leoa
tomar mijo ou beijar os negões (ou negonas). Que bacana seria isso! 1000 dólares
na barraquinha do beijo da negona desdentada! Casamento com um negão custa 1
milhão de dólares! E ainda leva um saquinho da erva e cura sua família toda! Os
mais conservadores poderão tomar o drink “Sossega Ebola” que nada mais é que (urina
+ caracu), uma beleza! Cientistas enlouquecidos querendo isolar o antídoto e
nada! Só no beijo e no xixi!
Eu vou, com meu disco debaixo do braço e
cantarei no meio da praça:
See
me
Feel me
Touch me
Heal me
Feel me
Touch me
Heal me
Será que ganho um beijo “di grátis”?
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