sábado, 27 de outubro de 2012

A perfeição existe: Gabriela


A perfeição existe: Gabriela

 Oxê !!! Não se avexe não!!! Tava tudo nos conformes!!!  Lindo por demais...

 É amigos, estou feliz e orgulhoso de ser Brasileiro e saber de nossa beleza cultural imensa, além de termos os artistas que nos premiaram com a série Gabriela da TV Globo. Jorge Amado, um monstro de nossa literatura, e uma televisão com uma qualidade de cinema francês fez o que vimos: um show! Obra prima que posso dizer que é a perfeição. Os personagens eram vivos nas feições perfeitas de artistas velhos e novos. Os cenários muito realistas e da época; a música, sim a música, essa não dá prá se falar nada de incerto. Tudo perfeito! Agora resta aguardar a obra em vídeo para podermos rever quando quisermos e, quem sabe, mostrarmos com muito orgulho aos nossos netos.

 Os coronéis existiram e ainda há resquícios dessa cultura no nordeste. A simplicidade que se tratava da morte em função do poder. Lavar a honra! Matava-se e ainda se mata por traição em nosso País. Naquele tempo os homens podiam tudo: “mulher, hoje vou te usar!” A mulher escrava e quase uma “ jumenta” na vida do homem, para representá-lo na” sociedade” e mais nada. Casamentos por interesse, mulheres desgraçadas por amantes vivaltinos que as desonravam, mulher feias fadadas a serem solteironas (caso fosse pobres). Tudo é mostrado com riqueza de detalhes e dentro de uma estória de amor: a obra de Jorge Amado vai mais á frente trazendo costumes e a vida como ela era. Cada personagem tem seu peso e se misturam em um enredo de expressão social, sempre com o bom humor como cartão de visita, vou falar de alguns:

- Juliana Paes – A beleza morena que condiz com a Gabriela e o jeito solto de ser encantaram, embora a “outra” foi melhor.

- Humberto Martins – Um dos melhores! Seu Nacib saia da alegria para a tristeza com facilidade. Emburrava quando não entendia seu desespero de viver entre as exigências da sociedade e a liberdade da Gabriela. Foi genial em seu andar arrastadinho e cansado de um comerciante apaixonado pelo dinheiro, sociedade e o amor livre. Adorei!

- Mateus Solano – Primo distante, um verdadeiro Carneiro da Cunha no sorriso lindo e iluminado (meu pai tinha) e as mãos mais lindas da televisão. Foi ótimo ator, impecável no porte que o personagem pedia. Show!

- José Wilker – Coronel Jesuíno foi brindado pelo ator, às cenas de dor que o homem duro e macho do sertão trazia no rosto talhado, seus olhos desesperados em afirmar que matou pela honra e tinha a condenação maior de ver seu amor crescer infinitamente, foram marcantes.

- Ivete Salgado- Uma surpresa agradável, mostrou ser uma atriz.

- Antonio Fagundes- Dizer o que? Foi coronel até os ossos! Com a raiva no rosto e a certeza da impunidade do paletó branco engomado. Um monstro em cena!

- Maitê Proença – Papel difícil que ela, com muita doçura, tirou de letra. Seios ainda magníficos!

- Marcelo Serrado – Sair de um “ Crô” para ser o garanhão da cidade foi uma prova de capacidade. O queixinho para frente com um bigodinho obsceno completou o personagem Tonico Bastos. Bastou-se!

- Laura Cardoso – Fantástica! A melhor da novela! Deu show e roubava as cenas, com olhos vivos e expressão facial incomparável na beata Dorotéia. Divina!

- Gero Camilo- Fez o papel de uma bichinha (Miss Pirangi) como nunca! O cabelo escorrido com um “pega rapaz” bem na testa e os trejeitos que marcaram o personagem. Um dos melhores!

- Ary Fontoura, Chico Dias, Mauro Mendonça, e outros – Foram os coronéis. Velhos atores com energia de jovens. Encantaram.

 Não dá prá falar de todos. Só afirmar que todos foram PERFEITOS! A novela foi além do que se poderia fazer: uma obra prima, rica em detalhes, colocando a música como um vento dentro das cenas, e os atores escolhidos apropriadamente.

 Algumas cenas ficarão na minha memória emocional. O professor com óculos suados esperando a condenação do coronel traído; a morte do casal de amantes Sinhazinha e o dentista; os coronéis sabendo (dentro da igreja) que a beata era uma quenga; o banho de mar de seu Nacib com seu pijama branco; Chico moleza comendo escondido e outras. Foi bom, alegrou minha alma e trouxe alegria para minha família e amigos. Que bom ter visto e relembrado os termos do nordeste como “avexado”, "caçoou de mim “, “ nos conformes “, “ pode não “, “ invertido e quenga”. Bom ter sangue nordestino para melhor saborear essas delícias de nossa cultura popular, além de ter babado nos quitutes da Gabriela!

Foi bom por demais! 

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