quarta-feira, 1 de setembro de 2010

O valor de uma viagem

O valor de uma viagem

Penso em viajar, mas a intenção é mais para uma auto-comparação, uma análise de atos de formas de vida, de pessoas diferentes. O que você seria se morasse na Alemanha? E um alemão no Rio de Janeiro? São realidades tão díspares que mal se comparam, se perdem no mero turista como Eu, que não quer ver essa realidade. O mendigo de Salvador é mais feliz que o bêbado da Rue D'école em Paris? A cachaça daqui é mais alegre que o vinho de lá? O frio, o descaso, os cães, são mais amáveis? E a minha vida pode mudar com uma observação, posso colher informações humanas e crescer como gente? Viajar...
Pois é a vida pode ter sabores diferentes, lindas paisagens, monumentos e museus, mas me interessa mais o olhar perdido da doida do metrô, o sorriso franco do lixeiro bem alimentado de Barcelona, o calor das mãos da velhinha de Brugges que vende bonecas de porcelana, isso me afeta, me aquece. Agora vou me aventurar em terras estranhas (todas são, não é mesmo?), na potência maior, no capitalismo nato, forte e selvagem. New York, a liberdade total, a terra dos poderosos, da ganância e do sucesso, o “tudo” maior e melhor, dólar. Mas vou tentar ver pessoas, acreditar no ser humano acima do poder, das coisas mais simples, olhares serão captados, numa busca insana da alma alheia. Muito poético não é? Isso vai me trazer o prazer de ver um mundo tão falso e louco como o meu, no meu parco e falho Inglês tentar, e tentar, uma língua mais ampla, a do coração.

Good save America!


Best regards,

Roberto Solano

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