sábado, 5 de janeiro de 2019

Conversa com meu espelho

Minhas conversas com o espelho são duras

A cada dia uma vaga resposta ele traz 

Uma nova mentira vem no meu rosto

Ele mente muito de mãos dadas ao tempo


No meu melhor sorriso desconfio de seu olhar

Ele é tão falso quanto são sete anos de azar

Na minha tristeza o vermelho do olho salta

Para o mergulho infinito dos reflexos 


A cada dia uma mudança, sem forças me despeço 

Com raiva não faço a barba e sujo tua cara de sabão 

Me rendo na tua imobilidade eterna sem um alô 

Te deixo embaçado no banho quente da covardia


Perdão calado dou lhe para tua morte sem mim

Ficarás só na parede mofada até o prego te matar

Estraçalhado no chão vais sentir minha falta

E lá no espelho dos meus pecados te encontrarei

Adeus






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