Praga
Queria ser poeta e ter o dom de
dizer o quanto és bela
Cidade feita de esculturas,
artes, morros e telhados coloridos
Vista de cima lembra um pouco a
prima pobre: tua longe Olinda
Olhando melhor vemos o que
nenhuma outra tem: segredos infindos
Fico tentando lembrar-me das tuas
pontes mágicas, suspensa em santos
Notas musicais passeiam de mãos dadas
pelas praças, tímidas, encantadas
O sol de verão te faz mais linda,
provoca reflexos, douram cervejas nos copos
Os maravilhados passantes miram cristais,
torres, igrejas e santos soltos
Tuas esculturas em fortes mensagens,
faz-me lembrar da solidão na mente
Teus poetas eram loucos, Franz
Kafka “Quem possui a faculdade de ver a beleza, não envelhece”.
Você não fugiu de sábios conselhos e
com o espelho do rio Vtalva se revitaliza!
Você, só você, tem o dom de ser velha
na alma e de rejuvenescer quem pisa pedras sagradas
Uma Paris sem compromissos, uma
Brugges adolescente e cheia de perguntas
A Olinda que fugiu dos trópicos para
se refugiar do azul do mar, ofuscada em tanta luz
Um lugar que tem, em cada esquina, um
fantasma escondido, uma sombra intrigante
Sem poder ser melhor que
tuas primas és recolhimento e, virginalmente, me encantas
Roberto Solano
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