domingo, 9 de junho de 2013

Praga


 Praga

 Queria ser poeta e ter o dom de dizer o quanto és bela
 Cidade feita de esculturas, artes, morros e telhados coloridos
 Vista de cima lembra um pouco a prima pobre: tua longe Olinda
 Olhando melhor vemos o que nenhuma outra tem: segredos infindos

Fico tentando lembrar-me das tuas pontes mágicas, suspensa em santos
Notas musicais passeiam de mãos dadas pelas praças, tímidas, encantadas
O sol de verão te faz mais linda, provoca reflexos, douram cervejas nos copos
Os maravilhados passantes miram cristais, torres, igrejas e santos soltos

Tuas esculturas em fortes mensagens, faz-me lembrar da solidão na mente
Teus poetas eram loucos, Franz Kafka “Quem possui a faculdade de ver a beleza, não envelhece”.
Você não fugiu de sábios conselhos e com o espelho do rio Vtalva se revitaliza!
Você, só você, tem o dom de ser velha na alma e de rejuvenescer quem pisa pedras sagradas

Uma Paris sem compromissos, uma Brugges adolescente e cheia de perguntas
A Olinda que fugiu dos trópicos para se refugiar do azul do mar, ofuscada em tanta luz
Um lugar que tem, em cada esquina, um fantasma escondido, uma sombra intrigante
Sem poder ser  melhor que tuas primas és recolhimento e, virginalmente, me encantas


 Roberto Solano

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