Um gato traz mistérios e vidas outras
No seu olhar cabem mares, céu e sonhos
Na sua imponência os deuses se curvam humildes
No seu porte a imortalidade, no seu bigode a interrogação:
Quem somos nós humanos? Nada mais que meros servos
E só !
Na vida o mais importante é o desejo, é o oxigênio das realizações. a imagem de colher a flor sempre me marcou. A flor é, e deve ser, sempre intocável, linda e viva. Sempre amei as Camélias, elas me ensinaram que a sensibilidade é algo para ser sentido e perseguido a todo momento. Não colha a flor, alimente-a, regue, reze por ela, deseje-a, faça disso uma regra, e se possível use-a para os homens!
Um gato traz mistérios e vidas outras
No seu olhar cabem mares, céu e sonhos
Na sua imponência os deuses se curvam humildes
No seu porte a imortalidade, no seu bigode a interrogação:
Quem somos nós humanos? Nada mais que meros servos
E só !
O Cristo sobe aos céus
O Rio de Janeiro purificado fica
Só ele quem sabe ser mais carioca
Carioca da gema pura
Das areias de Copacabana
Do Maracanã lotado
Do samba certo
O malandro esperto tira o chapéu
Ele vai aos céus cheio de bossa
Carioca todo
E
Redentor
Ele a fez e com ela brinca
Tem a graça do jogo
A destreza da mão
Divina
A lua bola no céu
Aqui na terra o olho atento
O Cristo Redentor aparando
O coração incrédulo
Vibra
O espetáculo continua
A vida segue seu normal
E na lembrança o saque perfeito
De Deus
Foto de Maria Guasque
Dois barcos ao sol
A maré baixa traz a triste notícia arenosa
O mar se afasta, um amor foi perdido
Não há o balanço das ondas
O vento foge do combate
A âncora é uma inútil esquecida
No pensamento viajando
Fico também só
Sem mar e amor
Só sal e lágrimas
Da solidão
O azul errou seu caminho
Tropeçou no infinito do céu
Mergulhou, loucamente, no mar
Sem perder sua nobreza
Foi se espalhando, carinhosamente
E ao tocar na fina areia
Branco como o cavalo de São Jorge
Lua, lua e luar
Padeceu
Eclipse solar
Quando você me deixou
Um eclipse solar se deu
No meu coração
Você é meu calor
Minha luz maior
Alegria sem fim
Finalizou com a Lua
Lua dos tristes, fria
Feia
Por quê tanto sofrer ?
Pra que tanto penar
O dia virou noite
Ao você me abandonar
O uso da flor
Há os que dela furtam o perfume
Outros, caprichosos, suas cores
Invejosos a colhem em busca da beleza
Jardineiros cuidam, amam e acariciam
Eu só a olho
Olho claro
Lágrima contida
Choro...
As abelhas namoram
Insetos passeiam
Colibris beijam
Beija-flor...
Eu só a admiro
Olho turvo
Boca salgada
Calo...
Dos floristas o ofício
Da namorada o sorriso
De mim a admiração
Se pousas no rosto da amada
E...
Se, por ventura, emociones
E...
E se um dia eu puder te dizer:
“Meu amor, você é a flor da minha vida”
Aí sim
Valeram os calos e os espinhos
Dessa vida dura de jardineiro teu.