Atropelando o tempo
O ansioso segue atropelando o tempo
Não freia, acelera, na angústia infinita
Sempre sem o presente
Mordendo o futuro como cão faminto
O ansioso morre de fome com barriga cheia
Se engasga com água, lhe falta o ar
É o único que não vai viver
Vai morrer sem saber pra que veio
No eterno ofício de atropelar o tempo