sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

O estagiário

 

"O estagiário 

Pra começar vamos já declarar que estagiário não é gente! Talvez um satélite, um elemento não identificado que circula no ambiente de trabalho sem rumo e com intenções duvidosas. O leitor vai me xingar e dizer "que absurdo, isso é preconceito" e vai parar de ler imediatamente, acontece que eu já fui estagiário e dobrei muitas plantas, além de ser olhado com desprezo, já sofri muito. Vamos retornar ao tema: o estagiário, a pessoa mais perigosa da empresa (às vezes a mais gostosa) e, a depender de quem "o introduziu", pode ser um espião! Todo cuidado é pouco, por precaução, cuide bem da criatura e fique de olho aberto, cada atividade dele(a) precisa ser conferida, dá trabalho, muito. Uns dizem que o estagiário de hoje é o engenheiro de amanhã (coitada da engenharia do futuro) e temos que aceitar... Mas o lado bom da coisa é pedir pra ele(a) comprar um lanche na esquina, fazer a Mega-Sena, servir um cafezinho e contar as delícias da juventude que você já esqueceu: a praia, futebol, as mulheres, o botequim da esquina e as novas gírias da moda. Vamos aceitar esse castigo com devoção ao São Judas Tadeu (das causas impossíveis) e agradecer se ele desistir da engenharia e for seguir a carreira de lutador de jiu-jitsu ou modelo (estagiária) e, no futuro próximo, te abraçar na rua dizendo "você foi meu melhor professor e me convenceu a desistir da engenharia". Que alívio 😁"

Roberto Solano 

quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

A sondagem e o sonho

 

A sondagem e o sonho

O sonho nasce primeiro, a sondagem depois
O sonho é construir uma casa ou um prédio 
A sondagem vem para descobrir mistérios 
Sim, o solo é um grande mistério 
Você não vai realizar seu sonho sobre o desconhecido 
Então vamos furar o chão sem medo
O sistema SPT vai te ajudar até uma pedra encontrar 
É pau, é pedra, é o fim do caminho? Não!
Nem Tom Jobim saberá o que tem nessa pedra
Nessa briga pra realizar teu sonho a sondagem é o começo do caminho 
Com as bençãos do Tom

quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

FCK

 FCK 


FCK é um sujeito chato por natureza, filho de pedreiro e cozinheira. A mãe adorava Roberto Carlos, o pai só ouvia Luiz Gonzaga, era pra se chamar Roberto Carlos, mas, no batizado o pai bateu o pé e disse " F... o Roberto Carlos, karaii", o padre, meio surdo entendeu Fernando Carlos Karaii, assim ficou.

FCK foi criado dentro de canteiro de obras, nas mãos do pai, de padiola em padiola, no tradicional 1:2:3, e tudo dava certo. O tempo passou e o concreto começa a sofrer transformações, a receber aditivos, uma mistura diabólica que nem a sua mãe (cozinheira de primeira) sabia decifrar, e FCK foi parar no laboratório. Tantos testes e comentários "FCK está bom, pode desformar", " FCK abaixo do esperado, vamos ter que fazer outros testes", " FCK ruim, vamos ter que reforçar". FCK passou a ficar famoso em todas as obras, um verdadeiro superstar! Mas, continua sendo um sujeito complicado e de gênio difícil. Até hoje o pai dele só acredita no 1:2:3 e diz: "depois que meu filho entrou para o mundo das drogas ele não é mais confiável", pai é pai, não é? Como está teu FCK?

segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

Doido manso

 Doido manso


O doido é pra ser respeitado e, por vezes, admirado. Eles são tantos e são gente como a gente; o mais perigoso é o doido encravado: é doido por dentro e manso por fora, cuidado! Como identificar um doido? O mais fácil é ser amigo de vários doidos e, com isso, identificar outros doidos. Tem gente que já nasce com para raio de doido, e assim, os conhece de longe; mas isso é raro, o ideal é você ser amigo dos doidos e com eles aprender as "maluquices". O doido alegre é agradável, o disperso é o mais triste de se ver, o que joga pedras um terror. Fique sempre atento em observar, identificar e saber lidar com os doidos, inclusive com você mesmo.

domingo, 26 de janeiro de 2025

Pegada na areia

 Pegada na areia 


A vida é a pegada na areia da praia

Não importa quando o mar vai devorar

Deglutindo os segundos em cada passo

Respirando as gaivotas afoitas do céu 

Sigo esses passos para onde? Não sei 

Só sei que a pegada é minha identidade 

E

Essa gaivota está assinando meu nome 

No nada



sábado, 25 de janeiro de 2025

No tropeço do passo

 No tropeço do passo fui te avistar

O susto, de imediato, virou paixão 

Do nada, sem motivo, sem razão 

Os olhos que me ampararam sorriam

O real não importava, só o deslumbre valia

Tuas mãos me ampararam 

As palavras brotaram 

" Você está bem?"

Claro que não!

Ali perdi meu coração

Conversa com o meu medo

 Conversa com meu medo 


Eu consegui encostar meu medo na parede do consultório do psicanalista e a conversa aconteceu:


Eu - porque você nunca avisa quando vai chegar?


Medo - se avisar não tem graça 


Eu - como posso fazer pra me controlar quando você chegar?


Medo - se controlar eu deixo de ser o medo e você vai estar com meu irmão coragem (já foi novela no passado)


Eu - como me defender de você?


Medo - Rivotril, reza forte e fraldas 


Eu - e qual o conselho pra quem não se controla quando te vê?


Medo - gritar é banal demais, pedir socorro pode dar certo, rezar normalmente não dá tempo. O melhor mesmo é tentar me ignorar e, com muito carinho, correr.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2025

O traço morreu

 O traço morreu 


O traço morreu 

O lápis chora

A caneta implora:

Volta! Volta!

O celular nem olha

E as palavras ele devora

quarta-feira, 22 de janeiro de 2025

Eu não sei dançar

 Eu não sei dançar e você me chama 

Não sei nadar e você mergulha no mar

Minha música não toco e seu violão é magistral 

Mal frito um ovo e você é chef de cozinha 

Pra me maltratar você é capaz de Renoir pintar 

Só sei te amar, isso me basta

segunda-feira, 20 de janeiro de 2025

Sempre e nunca

 Para sempre sempre acaba, para nunca nunca começa.



sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

Radier

 Radier


Sou espaçoso por natureza 

E também esparramado...

Sobre o chão suporto tudo

Esse nome de roqueiro, essa fama, me agrada

Mas, o que eu queria mesmo era ser navio

quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

Racional e Emocional

 Racional e Emocional 


Racional era o filho que toda mãe queria ter: bonito, inteligente, estudioso e perfeccionista; Racional era bom em tudo que fazia, um menino de ouro! (A avó dizia sempre), um amor (a mãe falava pra todo mundo). Emocional era a garota mais linda e doida do bairro: vivia na rua, praia, baladas, amores. Sim, amores mil, ela se apaixonava por todos, mas também sofria, muito sentimental e emocional. 

Belo dia, na academia, Racional viu ela, linda com seu top vermelho e short branco, cabelos soltos, suando na esteira: uma visão! Nesse dia Racional não conseguiu pensar em nada, só na bunda dela, loucura total. Ela notou que o rapaz de seus sonhos chegava mais perto e olhava mais do que o normal, e pensou no seu pedido pra Papai Noel: um amor de verdade. Agora a cena muda para o bar do Zeca, famoso na cidade, o papo lá aconteceu, de lá a carona até a casa dela, os beijos apimentados e um amor impossível começou. Encurtando a história, alguém já viu um Racional viver bem com uma Emocional? Se já viram, mandem cartas para a redação.

Corpo de prova

 Corpo de prova 


Sou um corpo de prova, nasci pra sofrer 

Me levam pra obra e de lá me sequestram!

Meus amigos vão servir e virar pilar, viga e laje

Eu, tudo eu, fico pra morrer esmagado 

Não gostam de mim!

Nem em uma laje de alívio me dão descanso 

Sofro muito, mas dizem que represento os outros 

Boi de piranha, isso sim!

Corpo de prova não tem alma, se tivesse, entrava no céu.

terça-feira, 14 de janeiro de 2025

Inútil

 Inútil 


Inútil como a chuva no mar

Vento no deserto vazio 

Promessa de adolescente 

Choro de menino pobre

Ser preto com alma de branco 

Ser branco sem alma

Rezar sem fé 

Amar sem amizade 

Amizade sem amor

Concreto magro

 Concreto magro


Sou concreto magro, desprezado 

Me fizeram nascer magro por maldade

Pouco cimento, muita água, fome

Sou lançado no chão ou para tapar buraco 

Sou desprezado, mas as sapatas me amam

Meu melhor amigo é moreninho, solo cimento 

Vou me despedir de você e pedir

Não se esqueça de mim 

Se sou magro a culpa é sua, engenheiro pão duro

sábado, 11 de janeiro de 2025

Felicidade boba

 Felicidade boba


Hoje bateu uma felicidade boba

Aquela que chega sem avisar, sem motivo 

Olhando o céu azul, sorri

Mexi o dedão do pé, ri

Me vi no espelho, gargalhei

Tudo está no lugar

Tudo certo como 2 e 2 são 5

Agora agradeço às químicas internas

Às adrenalinas

Ao Santo da felicidade (existe?)

Obrigado senhor! Mãos ao alto 

Ser feliz é possível, do nada, sem nada

Amém

sexta-feira, 10 de janeiro de 2025

O derrotado




O derrotado não vê a vitória nos olhos do oponente 

Nem mesmo crê na glória alheia

Na sua boca o amargor do sangue estimula 

A vontade de brigar novamente

De saciar a sede de vingança 

De, quem sabe, morrer abraçado à vitória 

Ou viver, totalmente leso, sem lembrar 

Da derrota

A sorte e azar

 O que a sorte não me deu o azar devolveu

Prefiro a amizade do azar que o azar da sorte

A sorte é engano, o azar um cigano

Quero ter sorte no azar e sofrer menos 

Navegar na procela sem medo do azar

Voar sem pensar no azar nem na sorte

Viver feliz com sorte ou sem

Saber conviver com o azar sem deixar de amar, platonicamente 

A sorte



quinta-feira, 9 de janeiro de 2025

Garimpando palavras

 Garimpando palavras 


Garimpando palavras para pôr


 


no verso

Achei: ardor, amante, amor

E mais: calor, paixão e deslumbramento 

Cavucando: sabor, mel, doçura 

Lá no fundo, escondida: decepção 

Parei de garimpar e resolvi chorar 

Pois não sei versar

quarta-feira, 8 de janeiro de 2025

Chuva de verão

 Hoje ela veio 

Com força e vento 

Sem pedir licença

Como um murro na mesa 

Caiu do céu desbravando nuvens

Sem compromisso 

Só pra avisar o verão

Pra dizer: eu sou chuva 

De verão

Falando pra dentro

 Falando pra dentro 


Eu falo pra dentro, engulindo as palavras 

Eu me alimento delas e pensamentos

Sou um mudo para o mundo

Sou um mundo pra mim mesmo 

Raramente vomito palavras de ódio 

Sempre no escuro do meu quarto 

Ou no frio do banho gelado 

Também saboreio frases de amor

Devoro poesias com classe e alegria 

Bandeira, Pessoa, Vinícius, delícias!

Assim vou falando com minh'alma

E calando com o mundo



segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

Abraçando árvore

 Abraçando árvore 


Aprendi a abraçar uma árvore sozinho 

Era uma tarde quente e na sombra dela fiquei 

Ao levantar, agradeci com um abraço 

Então senti algo diferente, um indescritível torpor

Sensação de esverdear por dentro 

De ser leve como folha

De ter seiva nas veias

De me fincar no solo

Como ela



sábado, 4 de janeiro de 2025

Refletindo

 Refletindo 


" Compreender a marcha e ir tocando em frente"

Talvez o maior desafio da vida seja compreender a marcha, os espinhos do caminho, as alegrias dispersas, a vida em eterna mutação: aceitar o novo sem revolta e seguir em frente.


"Ando devagar porque já tive pressa e levo esse sorriso pois já chorei demais"


Essa frase é o carimbo da maturidade, da capacidade de aceitar o destino e driblar as augurias, trocar lágrimas por sorriso é o ápice da felicidade.


"É preciso amor pra poder pulsar"


O ser humano tem sentimentos, nosso diferencial na terra, o algo mais para resistir e viver, o oxigênio extra da vida: o amor 


"Como um velho boiadeiro eu vou levando os dias nessa longa estrada"


É a forma mais inteligente e eficiente de viver, não questionar a existência, seguir, sem muito se preocupar, simples assim.


" Conhecer as manhas e as manhãs "


Se auto conhecer para entender o outro e suas ações, ver que cada novo dia pode trazer vida nova, esperança para viver.


" Todo mundo ama, todo mundo chora, um dia a gente chega e no outro vai embora "


O resumo da epopéia vida em única frase, genial.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2025

Maricota está apaixonada

 Maricota está apaixonada


Deixei maricota na varanda, um belo dia de manhã de sol, no dia seguinte procurei por ela e não a encontrei. Chorei. Dia seguinte o porteiro me avisou "ela fugiu com um gari"... Eu fiquei puto! Ingrata, me trocou por outro... Na semana seguinte a carta chegou:


Meu querido ex companheiro 


Estou apaixonada, não adianta tentar mudar o meu destino pois o amor é mais forte! O cupido demorou a acertar sua flecha no meu "corpinho magro" mas meu dia chegou: ele é forte, braços de remador, coxas de jogador de futebol, dos bons! Sabe mexer com uma vassoura 🧹 como ninguém, eu caí de amores, estou feliz da vida! Não gosto muito daquela roupa amarela que ele usa, mas nem tudo é perfeito. No réveillon me levou pra ver os fogos em Copacabana, que lindo! Ficamos juntos de noite e trabalhando até o romper do dia para deixar a praia limpa. Você nunca nem me tirou de casa, seu velho frouxo e chorão! Agora é vida nova, no carnaval vou sambar na avenida, já estou pensando na minha fantasia, vou arrebentar!

Sem mais para o momento, me despeço sem rancor e sem saudades 


Perdeu Playboy

Necessário e Suficiente

 Necessário é um sujeito difícil: tudo pra ele é necessário, não perdoa os esquecimentos e a preguiça, rígido como um sargento, duro como um reitor de colégio interno. Seu irmão mais novo, o Suficiente, é mais controlado, os dois juntos fazem a dupla "Necessário e Suficiente", inquestionáveis! Costumam frequentar os professores e médicos, que adoram a companhia da dupla, são odiados pelos irresponsáveis e artistas, os que não estão nem aí, esses gostam mesmo é da dupla sertaneja " Deixa pra lá e Não esquenta", aliás , um sucesso absoluto no Brasil.

Depois de Amanhã

 Depois se casou com Amanhã, nasceu Depois de amanhã, um garoto que adiava (odiava também) tudo: na escola ficava pra 2a época e faltava as provas; Depois, seu pai ficava com raiva mas só resolvia depois, ou seja, nunca. Amanhã era mulher de esperança à flor da pele e acreditava que Depois de Amanhã tomasse gosto pelos estudos, a esperança é a última que morre e, com certeza, no depois de amanhã. O melhor amigo de Depois de Amanhã era o Nem Fudendo, esse não fazia nada nem hoje, nem amanhã, nem depois de amanhã. Depois de Amanhã achava ele o máximo pois resolvia no ato: nem fudendo! E despachava o serviço, um sábio! Assim não vou continuar esse texto pois está chato demais e Nem Fudendo vou terminar Depois de Amanhã. Obrigado por ler.



Quando e Agora

 Quando encontrou com Agora, eles moram perto mas não se viam já há algum tempo. Quando era muito ocupado: todos chamavam ele para perguntar sobre seus problemas " Quando será? Quando eu vou poder? É pra quando?", muito solicitado. O Agora é pra poucos, só os mais decididos e corajosos gostavam dele; ele, por sua vez, estava sempre pronto pra atender as demandas, e treinava muito para ser o mais rápido possível "é pra agora" seu grito de guerra, sujeito decidido mesmo. 

Quando viu Agora e falou " Eu sou Quando, venha me abraçar Agora", Agora olhou e disse "Quando você quiser", foi lindo o encontro de Quando e Agora, dona Decisão, visinha de Agora, se emocionou; Solução bateu palmas e o dia se fez mais lindo no bairro dos Problemas.



quarta-feira, 1 de janeiro de 2025

No passa nada

 No passa nada


A moça é espanhola, de hábitos noturnos, apreciadora de vinhos e tapas, música flamenga e danças, uma mulher solta e alegre. Foi morar no Canadá, terra fria, de costumes diurnos e de poucos festejos; porém lá a natureza é abençoada e os passeios nas florestas são animadores e libertadores até você se deparar com um urso 🐻, aí temos que rever conceitos e agir com muita sabedoria: existem placas em inglês para orientar o desbravador do que fazer para não ser ingerido pelo nobre personagem da mata virgem. Ora, isso posto, uma amiga de nossa personagem chegou, animadíssima, da Espanha. Após uns tragos de tempranilho foram passear entre árvores seculares, e lá a espanhola se deparou com a enorme placa indicativa dos procedimentos para um eventual encontro com um urso. A criatura não sabia inglês e perguntou para nossa heroína o que fazer diante de um urso. Resposta: bater palmas e dizer " no passa nada"

O Erro e a Pressa

 O Erro casou com a Pressa. Ela tinha pressa de casar e não escolheu o parceiro: foi um erro. O Erro gostou da Pressa pois ela sempre podia justificar o erro, então o amor se deu. Nasceu a Culpa, uma menina tímida e chorona, criança difícil, sempre que algo errado acontecia os dedos acusatórios se viravam pra ela: a culpada de tudo, e, já acostumada, chorava. A culpa cresceu e não gostava dos rapazes, tentou namorar com o Castigo, ele era muito rude e tinha maldade no olhar; tentou o Ciúme, não deu certo pois ele se dava com todo mundo e desprezava a Culpa, sujeito difícil. Apareceu uma moça chique, cheia de desejos e de boa família: a Ganância. Ela gostou da Culpa pois sempre a perdoava. Ganância e Culpa se completavam, quando a Ganância extrapolava a culpa chegava para acalmar, quando a Culpa se sentia muito culpada a Ganância dava uma ajuda. Tudo ia bem quando chegou o Remorso, não teve jeito, a Culpa se apaixonou perdidamente por ele, um sujeito sombrio e recatado, mas inteligente e discreto: Culpa e Remorso, casal perfeito, amor eterno, final infeliz, como eles gostam.