domingo, 31 de agosto de 2025

Edifício da vida



Ouvir o silêncio 

Ver no escuro 

Amar para sempre 

É fácil 


Atestar a verdade 

Crer no amigo 

Desejar

É difícil 


O fácil é difícil 

O edifício da vida

Não é fácil

quinta-feira, 28 de agosto de 2025

O abstrato

 O abstrato 


Sempre quis o abstrato: o real é tão difícil... Aquilo que habita o imaginário, sem peso e amarras, flui. O que nunca podemos lá se pode, sonhos, desejos infundados, amores incomensuráveis, lá vivem, no imaginário. O tudo cabe no nada, a dor pode evaporar, o amargo vira doce e o amor dá em árvores floridas. Sim, o abstrato é o mais lindo lugar que há, é a fuga do prisioneiro, a loucura da virgem quase santa, a mão piedosa do carrasco. Cuide do seu pensamento abstrato e descuide da realidade dura para flutuar no mundo sem rumo e sentido que, sem você saber, pode te levar ao infinito.

quarta-feira, 27 de agosto de 2025

O navio

 O navio 🚢 


O navio desatraca do cais lentamente 

Dá tempo de cozinhar a saudade 

Um lenço branco ao céu se lança 

O vento testemunha o afastamento, vento 

Um avião, ao longe, foge em segundos

O navio parece parar no mar

A saudade de quem fica, a de quem vai 

Maresia, mistério, tudo se lança 

No mar



sábado, 23 de agosto de 2025

Olhar

 Olhar


Olhar fulminante 

Penetrando meu eu


Devorando pensamentos


Invadindo e destruindo 


Olhar de felino 


Esse teu



sexta-feira, 22 de agosto de 2025

O encanto da flor

 O encanto da flor


A flor encanta por ser frágil por natureza sendo forte em beleza


A flor sobrevive ao vento e chora na chuva, de desalento 


A flor tem na sua mágica a certeza de emocionar


Em sua eterna paixão adora as carícias da mão 


Do jardineiro amigo, amante e irmão



quinta-feira, 21 de agosto de 2025

Espaços

 Espaços 


O espaço para avançar é o dobro do retroceder

O espaço para descansar é menor

O espaço da duvidar é maior

O de amar é sempre o mais longo 

O de sofrer é quase um palmo

O de ser feliz é, por definição, infinito

Pedaços


 Pedaços


Foram pedaços quebrados e pisados no chão 

Tanto sofrer que não cabia no coração 

Só a cola do tempo vai sarar

O mal feito no vaso desfeito 

Do meu coração