sábado, 12 de fevereiro de 2022

Pero non mucho

 Pero no mucho


Estava eu, anos atrás, em Buenos Aires, encantado, como um verdadeiro portenho, com a cidade e com os bifes de chorizo, e mais ainda com os vinhos. O Malbec desceu bem e outro logo chegou pra acompanhar a sobremesa: uma panqueca de dulce de leite. Pensa como eu saí " calibrado " do lindo restaurante no porto madeiro, leve e alegre, falante, e sobretudo " borracho " ( bêbado ). Cabeça erguida e basta chegar no meio fio e levantar uma mão que aparecem 250 mil táxis, velhos, com velhos dentro. Era verão e calor, o motorista já bem idoso, cabelos brancos como açúcar de padaria, nos recebeu com uma mudez absoluta. Eu sentei na frente e atrás vinha minha mulher e meu filho. Aprendi nas artes marciais que a melhor defesa é o ataque, e já sendo enganado por outros taxistas tangueiros eu fui, com um mapa na mão, falando de futebol, contando do Rio de Janeiro, das praias ( eles são loucos por praia ), de Búzios, de Maradona, etc... O idoso pilotando um Renault velho nem me olhava, sério feito padre de convento, seguia com aquele maldito ventilador rodando e fazendo barulho... O caminho estava certo, o hotel estava perto, eu gastei meu portunhol e disse : " já estamos a cerquita de nuestro hotel ". O Manuel fangio nem deu atenção... " Despues desta calle temos a Av Tutankamon..." Uma frenada brusca, um movimento pendular dos passageiros, um susto e a voz rouca do tangueiro veio com dedo em riste pra cima de mim : " Pero Tutankamon és una múmia " . Eu queria dizer Tucumã e saiu Tutankamon...😁😁😁😁😁 

Estava indo tão bem... Pero non mucho ! 😂😂😂😂

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