Deus faz suas pescarias
Lá de cima lança o anzol
Cá de baixo peixe somos
No mar dos mortais
Quem sabe na isca vem
Esperança, paz e bênçãos
Cura, fraternidade e amor
Enquanto isso
Olhamos na tela
O ouro puro
Do divino
Na vida o mais importante é o desejo, é o oxigênio das realizações. a imagem de colher a flor sempre me marcou. A flor é, e deve ser, sempre intocável, linda e viva. Sempre amei as Camélias, elas me ensinaram que a sensibilidade é algo para ser sentido e perseguido a todo momento. Não colha a flor, alimente-a, regue, reze por ela, deseje-a, faça disso uma regra, e se possível use-a para os homens!
Deus faz suas pescarias
Lá de cima lança o anzol
Cá de baixo peixe somos
No mar dos mortais
Quem sabe na isca vem
Esperança, paz e bênçãos
Cura, fraternidade e amor
Enquanto isso
Olhamos na tela
O ouro puro
Do divino
O medo nos atinge o coração
Mas, na fé, na esperança, em Cristo
Tudo se transforma na paz maior
E o branco da alma permanece
Vivo.
Obs: na foto os camelos são os pontos claros as sombras são só sombras.
Quando a lua brinca de sol o mar se cala
Os ventos, antes audaciosos, se recolhem
Os coqueiros bailarinos descansam
O tempo para e respira a brisa leve
Os desavisados se assustam
Os enamorados sussurram
Os mais velhos lembram
Os jovens, ah os jovens
Lunáticamente sonham
Escolha a melhor lua do ano
O céu tem que estar claro como o mar
Use a frigideira do Niemeyer
Acenda o fogo do seu coração
Nesse momento mágico não respire
Olhe o divino segundo que te abraça
Sinta o que o criador do céu fez
O que o gênio das curvas refez
Agradeça e respire
O deslumbre.
Foto de Luiz Bhering
O super homem visita o Rio de Janeiro
Não é uma passagem de rotina
Veio se maravilhar com a natureza
Naturalmente se encantou
Pediu uma foto
Fotografado foi
Sem capa e voando
Sem pudor e feliz
Mais um encantado
Registro
Do magistral e super
Fotógrafo Bhering
Deus ao fazer o mundo testou
Tintas, cores, lápis e rabiscos
Fez curvas em retas inacabadas
Fez redondas retas até cansar
No Rio de Janeiro
Brincou com as possibilidades
Passou dos limites
O ciclista, aos olhos poéticos do fotógrafo
Brinca com as formas
Testa sua arte
Qual Deus
Na nuvem o til ( ~ )
Do não acredito!
E as belezas se confundem
E as retinas aplaudem
Sem parar
Foto de Luiz Bhering
Tem o vermelho do envergonhado
O do desenho infantil
No coração pra mãe desenhado
O vermelho no vestido de mamãe
Naquela tarde iluminada de domingo
Onde provei o rosa do algodão doce
O beijo marcado na minha camisa
Os lábios de vermelho rubi
Da minha primeira namorada
De todos os rubros desejos
De todos os times do coração
Do morango mais doce da fazenda
Na pimenta se fez a cor mais verdadeira
E
Vermelha
Na brancura absoluta das nuvens
Na minha mente
No vazio sem o nada
Escuto
A solidão é tão profunda
Que o azul susurra
O vermelho não grita
O amarelo se esconde
O silêncio das flores
É do Cartola
As rosas não falam
Em mim sem perfume
Ouvi um grito!
A margarida dizendo
O cravo brigou com a rosa
Ui
E a música chegou
Por encanto
Por enquanto
Me acalmou
E o jardim floriu
A infantil criatura
Seu bicho preguiça
Sua vida indígena
Tudo conspira
Nos olhos jabuticaba
Profundamente questionador
Para quem
A olha
Que queres?
Sua máquina fotógrafa
Mas não leva
A minha beleza
Seu desejo de ser
Não conhece o meu
Sua vida é só?
Eu sou a mata
Eu sou o tudo lindo
Vivo do que é vivo
Já você vive metal
Tolo e infeliz
Fotógrafo
O exercício da solidão
A pandemia veio para a prática da solidão, que
Na doideira da seca
No árido sertão
A cabeça zunindo
A vertigem
Embalado pela fome
Dirigindo a sede
Eu vi o sertão virar mar
O mar, de pronto,
Uma esperança no céu
Uma nuvem rosa
Avisou
Acorda!
Foi um sonho
Acordei
Aquela casa tem janela azul
Tem um portão de ripas de madeira
Cada pedacinho tem uma lembrança
Tem amor
Um verde vivo faz seu muro
O telhado cor de telha puro barro
A estrada de plano exemplar
Terra
Tem uma senhora
Majestosa criatura
Trazendo sua coroa de flores
Até me fez chorar
São carneirinhos no céu
São carneirinhos no mar
As espumas
As brumas
O branco
Tudo se confunde na tela
A vida também é assim
Momentos no céu
Momentos na terra
O azul só de brinde divino
Pra dizer que Deus existe
E, com certeza
Sabe pintar
A contabilidade da vida vem em gotas
Incontáveis segundos que são incontáveis
Assim vivemos sem saber
Quanto tempo o tempo trás
A estrada é longa ou curta
Tem curvas e abismos
Belas paisagens
E tragédias
Seguir em frente como o velho boiadeiro
Contando os dias em forma de bois
Sem pressa, sem querer saber o amanhã
Se um dia teu aviso prévio chegar
Não acredite mais no relógio vida
Desperdice seus pensamentos
O final do caminho é tão misterioso
A luz única da fé pode ajudar
A ver no nada o tudo:
Deus
No momento exato, no pulo felino, a foto
A retina esbarra nas curvas divinas
Do Rio maravilhoso, do moleque atrevido
Todos filhos de Deus
Um dia quis ver por cima das nuvens
Subi ao maior monte que a vista encontrou
Queria conversar com Deus e ouvir a solidão
Vi o céu sobre as nuvens,ainda azul claro
Sentei na pedra e esperei uma voz ...
Não estava sozinho, havia um vento frio
Ele me disse: " desça e construa sua paz "
Voltei leve com um punhado de nuvens
No bolso
100 anos
Amanhã minha mãe fará 100 anos de nascimento, usou um percentual dessa centenária idade aqui na terra, alegrando quem encontrou, fazendo filhos, educando, como se deve, e, principalmente, fazendo amigos. Mãe todos tem, com vantagens ou não, esse item não se compara, não tem mãe melhor que outra, amor não se mede. Assim vou comemorar a data sabedor de que as tatuagens na minha alma, as mais coloridas e loucamente desenhadas, são dela. Dona Carminha, a melhor galinha de cabidela do planeta, doce de banana e carinho. Eu só te agradeço em orações e te perdôo pelos medos que hoje tenho de dirigir, esses tatuadores de alma são muito afoitos no volante. Beijo doido do filho de meio, mamãe.
Onde rezei pra não pecar
Onde estudei aprender a rezar
Lá fiz meus primeiros amigos
Lá pretendo deixar a alma
Flutuar
Tal Bento que rege os monges
A escola, o ora e labora
Eu desço os joelhos
Na beleza estupenda
Do altar.
Esse coração celeste me visita
Com suas artérias de emoção pura
Flutua
Pulsa
Vibra
Cores
Amores
Mil
Lua linda nua
Do sertão
Amante
Rapadura
Doce
No céu
Em busca do ouro
Ouro preto
Faço caminhos
Sigo o vento
Subindo ladeiras tortuosas
Sinto as curvas no abraço
De Minas gerais, dos Santos
Da beleza eterna
Do ouro
Quem pode dizer do tempo?
Quem te colocou no mundo?
Não mediu
Vais viver o nada do sempre amanhecer
Cada dia um flor esperança
Uns ficam e outros vão
No vão da vida
O abismo
No infinito esperar viver
A morte te espreita
Viva sem pensar
Pense pra viver
Só