terça-feira, 19 de maio de 2020

Quando?


Quando tua vontade monta na minha
Como cavalo adestrado vou marchando

Quando teu desejo engole o meu
Sou rato enfeitiçado por olhos de cobra

Quando o meu veneno borbulha 
Você se desdobra em mirabolantes desculpas

Quando o amor aparece
Outro dia se foi

Quando a raiva adormece
A insônia perdura 

O fim será quando?
Virá pelas mãos do nunca?
Na corcunda dos ciúmes?
No vento frio da morte?

Quando?

O Não virar Sim
E
Na dobra do teus joelhos
Você rezar o perdão

terça-feira, 12 de maio de 2020

Os olhos do poeta

Olhos do poeta

O poeta não vê, ele sente
Não olha e sim percebe o
Imponderável

Na lucidez dos normais
Vê o torto belo
Na linha reta matematicamente
Vê as curvas se fechando

Esse olho não te pertence
Poeta
Essa tua imaginação sim
Poeta
Invente o mundo
Poeta
Os cegos de alma agradecem

domingo, 3 de maio de 2020

Mês de maio

Quando chega o mês de maio me apaixono
Uma paixão sem explicação...
Será porque é o mais feminino do ano ?
Será porque é o que beija todas as mães?
Ou será pela beleza celeste das noivas ?

Não sei, só sei que o céu fica mais azul claro
Que a brisa da manhã invade minha janela
Ar frio de preguiças mil, dá vontade de ficar
Ficar na cama, amar os livros, sonhar acordado

Não sei se esse amor trará frutos
Como um caqui vermelho que nos brinda
Não sei se esse amor me trairá como outros
Tomo um vinho tinto e penso

Mês mulher, mês amor, venha aplacar meu coração!
Coração sofrido de amores queimados no verão, aguados no Jobim de março e constatado mentira no duro Abril

Venha senhora de tantos carinhos e ternura
Venha ser a rainha da minha esperança
Venha floridamente, francesamente mulher
Brincar de amor comigo

Merci