Idade não tem sobrenome
Sra Idade é distinta
Por vezes elegante
Mas
Sempre respeitada
Ela circula menos que gostaria
Muito reclusa e inteligente
Teimosa por sabedoria
Certa vez a encontrei
Perguntei seu nome
Idade
Sobrenome?
Sobrevivendo
Sra Idade Sobrevivendo
Senhora de muito respeito
Pense em um sabão caro
Caro e raro
O do perdão
Vem em barra, duro
Para uso tem que esfregar
Muito
Faz pouca espuma
Limpa a alma
Mas corta o coração
O mais difícil é a tua roupa
Suja, de muito tempo
Se perdoar é difícil
Depois é secar ao sol
Na luz de uma nova vida
Leve, limpo
Perdoado
Queria
Queria entender o mundo
Aceitar o não
Desconfiar do sim
Queria entender mais o outro
Degustar um sorriso
Condenar um olhar
Queria ter sentimentos soltos
Vê-los bailando no ar
Tê-los guardados no bolso
Queria...
Tanto que vivo só desse encanto
De querer
Quando o impossível troca de roupa
O impossível troca de roupa se veste de verdade
É raro se ver, mas a fé é invisível
Acreditando no infinito podemos entender um grão
Acreditar no incerto, no incompreensível é sabedoria
Viver pra ver e duvidar é humano
E
São Tomé não sabia trocar de roupa
Oficina do passado
Vi o nome e entrei
Coração na mão
Pedi um orçamento
Lá na expedição
O funcionário me atendeu
Tinha uma promoção!
"
Quase chorei de emoção
Os amor tecedores vencidos
Troquei por amor torcedores
Torcendo pra dar certo vou regular meus freios
De bateria nova vou sair
E, de você, definitivamente, desistir
A simplicidade é o maior presente
O ato de ofertar sem pensar no retorno
O olhar puro e desavisado
O beijo roubado
No breve riscar do teu nome sorrir
Na flor colhida no jardim o perfume
Do puro, simples e inusitado dizer
Te amo
Amor de
O amor de carnaval é puro por natureza
Ele não mede força nem beleza
Se faz de emoção, lança perfume e coração
O amor de carnaval nasce de um encontro
Um olhar, um sorriso e a música perfeita
Um beijo roubado e um Pierrot apaixonado
O amor de carnaval nasce sem pedir licença
Sem teu consentimento, sem preconceito
Vai durar pra sempre ou por um dia
Depende de você ser carnaval e folia
E
De como vais viver a vida além de 4 dias
Poeta de tanto sentimento me ajude
Sou só sofrimento
Carlos, Carlinhos, fale com Deus
Peça pra ele olhar por mim
Enquanto isso me dê seu colo
Drummond devore a minha dor
Faça meu viver suave como seus versos
Me liberte da dor
Por favor
O lado certo da vida
Pular para o lado certo da vida
Um peixe criando asas
Voar
Saber que seu caminho é outro
Adivinhar o escuro do amanhã
Sonhar
Ser diferente, mudar o rumo é difícil
Ser imigrante dentro de si
É ser raro, é ser mais
Explicando o carnaval
Explicar o inexplicável é o tema
Entender o carnaval o dilema
Saber do certo e do errado o problema
Viver sem rumo e sem pena
Sorrir e dançar mais, como em um poema
Transbordar de alegria como ver o rio Sena
É assim que é o carnaval
Viva-o
E nunca terás que explicar esse dilema
Comecei dormindo ouvindo Dorival Caymmi
Acordava ao som do Luiz Gonzaga
Almoçava samba canção com Dolores Duran
Jantava Antônio Maria
Os hormônios ferviam Rolling Stones
Enlouqueceram com Led Zeppelin
Se acalmavam com Crosby, Stills, Nash & Young
Encontrei outro mundo viajando com Jimi Hendrix
Na espaçonave Pink Floyd sua além Marte
Acampei na barraca do The Who
Namorei demais na companhia de Chico Buarque
Chorei lágrimas no ombro de Vandré
Bebi Vinícius
Conheci Fagner
Jobim foi um deslumbre
Caetano Veloso um por do Sol
Gil, aquele abraço
Hoje sinto frio
Não há música
A surdez veio na hora certa!
Não sou drone não
Muito menos avião
Tenho penas
E pena de você
Sou esperto e vivo
Com você não vivo
Sou livre, leve e solto
Ave e bela
Sou tudo o que não és
Admire
Sou do ar e espetacular
Você humano, pode chorar
O olho do gato tudo pode ser
Mar, céu e verde verdade
Azul, cinza, mistério total
O olho do gato vê tudo
A alma e amor
Sobretudo a falsidade escondida
O olho do gato é um presente divino
Desde que tenhas em ti um felino
A viagem
Há uma viagem dentro de mim
O destino é incerto como o viajante
A certeza de ir sem saber é constante
A mala é pesada de arrependimentos
O caminho é o próprio passo
O sapato um guia
A fé faz a trilha
O amor um abrigo
Assim o viajante e viagem
A viagem e o viajante
Se misturam no vazio do pensamento
Saudades do que eu nunca fui
Sim, do que sonhei ser
Dos super-heróis da imaginação
Da coragem que nunca tive
Saudades dos amores impossíveis
De olhares furtados em segundos
Dos beijos que só sonhei
Saudades de ser o impossível
De ser menino de novo
E, de novo, não ser adulto
Você se desgarrou de mim
Não sei bem o motivo
Mas é real
Você se desgarrou de mim
Eu me desgarrei de você
Sem saber, sem sentir
Quando percebi
Te perdi
Éramos tão juntos
Colados
Passos juntos
Braços dados
Agora a vida fez seu serviço
Separar
Cada um no seu caminho
Desamar
Você se desgarrou de mim
Eu te perdi
Ou você me perdeu
Tanto faz
Você se desgarrou de mim
Eu me desgarrei de ti
Roberto Solano Novaes
Ter saudades é viver
Não sei que vida é a minha
Que hoje só tenho saudades
De quando saudades tinha.
Passei longe pelo mundo.
Sou o que o mundo seu fez,
Mas guardo na alma da alma
Minha alma de português.
E o português é saudades
Porque só se sente bem
Quem tem aquela palavra
Para dizer que as tem.
Fernando Pessoa
Viver de saudades
É vida minha
Saudades do que tive
Saudades do que tinha
Meu mundo passou
O seu o meu tomou
Lendo Fernando Pessoa
Me vi outra pessoa
Na saudade que em mim ecoa
Roberto Solano
A vingança do tempo
Passei a vida toda gastando o tempo e hoje é
Roberto Solano Novaes
Amor estrutural
Seu olhar de percussão (SPT) testou meu coração
Depois vieram as estacas cravando sentimentos
Chegaram os blocos, uns grandes, outros pequenos
Era carnaval
A fundação foi bem executada, os pilares subiram majestosos, aprumados
A primeira laje foi de transição, difícil, outro amor no canteiro
Depois subimos juntos teto a teto, em direção à laje de cobertura
Lá casamos, em uma bela festa de cumeeira
O tempo passou, um recalque trincou a parede da memória (Belchior)
Era a crise dos 7 anos
A estaca da fidelidade cedeu no bloco "tá faltando um", no carnaval
Foi feita a revisão de cálculo, medições, mas estava tudo certo
Depois se descobriu um chifre no subsolo, o mestre da obra decretou
" É chifre, tem caveira de burro no terreno, mas não vai cair não"
Vieram os corpinhos de prova ( filhos ), FCK aprovados, um não passou no vestibular
Assim nosso amor estrutural está de pé até hoje
Na rua da alegria, bairro da paixão, cidade da felicidade.
Amém
A idéia
A idéia veio torta, solta, devoluta
Entrou sem permissão na cabeça cansada
Bagunçando
Ficou lá no meio, latejante
A idéia era doida, de pedra secular
Desbaratada e desprovida de intenção
Ela se bastava
Uma idéia de fazer inveja à Arquimedes
De desesperar Einstein
E gargalhar crianças
Uma idéia que cristalizou
Virou verdade verdadeira
Me consumiu por inteiro
Essa ideia foi amar você
