Foto de Alessandro di Cicco
A beleza ultrapassou seu limite
Adentrou na floresta e virou fada
O outono chegou colorindo
Ela foi se vestir de folhas
Lá, pensante
Aqui, pulsante
Totalmente bela
E
Deslumbrante
Na vida o mais importante é o desejo, é o oxigênio das realizações. a imagem de colher a flor sempre me marcou. A flor é, e deve ser, sempre intocável, linda e viva. Sempre amei as Camélias, elas me ensinaram que a sensibilidade é algo para ser sentido e perseguido a todo momento. Não colha a flor, alimente-a, regue, reze por ela, deseje-a, faça disso uma regra, e se possível use-a para os homens!
Foto de Alessandro di Cicco
A beleza ultrapassou seu limite
Adentrou na floresta e virou fada
O outono chegou colorindo
Ela foi se vestir de folhas
Lá, pensante
Aqui, pulsante
Totalmente bela
E
Deslumbrante
Júpiter
Júpiter, Deus do céu e do trovão
Júpiter, Deus dos deuses, Zeus
Júpiter, lá no céu estrelado
Sentado em seu trono
Júpiter, com sua luz e presença
Um nobre envolto por estrelas
Um só desejo me vem ao vê-lo
Tire, por favor, a lua para dançar.
Foto de Darlan castro
Compadre véio, bora pescar?
Compadre, só depois do Sol dormir
Compadre véio, fica escuro...
Compadre, nós tem a lua
Mas compadre, cadê ela?
Compadre, agora ela está aqui...
Onde?
No meu coração
Foto de Maria Mendes
Vai coqueiro doido
Vá pra lá ver o mar
Te apruma, criatura
E o cumprimente
Seja o portador do vento
Traga o verde
Sugue a seiva do sol
Mas, te apruma
Vá só pra voltar pra areia
Quente ou fria é teu lar
Teu berço, teu tudo
Mas, por favor, te apruma
Afogada em folhas
É chegado o outono
Folhas e cores, cores e folhas
A chuva do verão feita em águas são folhas
Eram gotas, pois era verão
Agora a nudez invade
A natureza magra se recolhe
O frio violento e mau virá
E a linda fada se cobre
Se protege no mar de folhas
Vai descansar sua beleza
Até o Sol da primavera brilhar
Até o sonho voltar
Imenso
Mágico
No ano que vem
Amém
Foto de Alessandro di Cicco
O mar traz montanhas
O azul convida o verde
Vão bailar na tua retina
O barquinho veleja inocente
Uma ou outra nuvem
Talvez uma ave
Com certeza peixes
É Angra dos Reis
Dos Santos Reis
Reinando no oceano
Íris azul
Foto de Joel schavianato trentin
Somos unidas, coloridas, animadas
Sempre juntas no bloco das flores
Não precisa carnaval
Nem música
Somos música em cores
O que você pretende sonhar
O que o maior poeta nunca escreveu
Nem a mais bela dama pode imitar
Somos Iris azul
Muito prazer
Conversa com Neruda
O poema original é de Neruda e vou conversar com ele:
Conversa com Neruda
O poema original é do Neruda e vou conversar com ele:
Quero apenas cinco coisas...
-Eu também
Primeiro é o amor sem fim
-Tal qual a sede de te amar
A segunda é ver o outono
-E nas cores sonhar
A terceira é o grave inverno
-Para em teus braços me aquecer
Em quarto lugar o verão
-Pra te ver nua a nadar
A quinta coisa são teus olhos
-Que me trazem o céu
Não quero dormir sem teus olhos.
-Que seja um desejo eterno
Não quero ser... sem que me olhes.
-Morreria, sim, assim, de tristeza
Abro mão da primavera para que continues me olhando.
-Eu, também.
Pablo Neruda e Roberto Solano ( - )
Foto de Andréia oliveira F
Ave bailarina
Sou ave e sou bailarina
Nos palcos de lagoas e rios
Esguia, elegante, alongada e brilhante!
Sou bailarina da natureza exuberante!
Minha roupa é de rosa, amor
Meu gesto é de amor rosa
Sou ave rosa e bailarina
Simplesmente, e só, amor
Foto de José Ricardo Ângelo Barbosa
No caminho da roça descubro meu eu
No barro batido do chão o coração pulsa forte
É nessa solidão única que ouço minha alma
Pra lá do céu azul fustigado de nuvens
Além da poeira de quem já passou
No trajeto em formato de serpente
Vejo o que fui no que não sou
O que serei sem nunca ter sido
Matuto
O descarte
O maior descarte da humanidade moderna é o idoso. Se você troca anualmente seu computador por um mais potente, o celular por aquele que te promete muito mais, por que não trocar o idoso? É duro pensar assim MAS é o que os ocidentais fazem com seus familiares, cada vez mais encantados com a alegria do novo e desprezando os velhos. E a solidão do teu filho será maior que a sua, bem como o do seu neto vai superar à do seu filho: famílias pequenas e a modernidade excluindo o velho de forma brutal! A caneta tinteiro balançou com a vinda da esferográfica que está sendo eliminada pelo mundo digital. O telefone? Esse que já inspirou bons sambas hoje está sendo torturado pelo WhatsApp. O velho e bom relógio de pulso ( não vou nem falar do relógio de parede ) vira, dia a dia, seu monitor de passos, pressão, oxigenação, e outros atributos que te faz rir do teu avô dando corda no Patek Philippe ( com 2 Ps ). O mundo é do descarte, do útil rápido e temporal, do amor instantâneo, da beleza mutante, da venda dos produtos de beleza e as promessas enganosas de eterna juventude. Ser jovem é a regra, ou melhor: a lei ! Viva a mídia do belo e rico momento do sucesso e não veja, de jeito nenhum, um velho... É muito triste.
Nas asas da espiritualidade
Nas asas da espiritualidade eu viajei
Fui em busca dele
Lá estava me esperando
De braços abertos
Fui pedir mais que benção
Além do meu ser chorei
Ele ouviu meu clamor
Dias melhores virão
Nas asas do avião
Amém
Em busca da paz fui velejar
O vento em carícias breves no rosto
O céu parecia me abraçar
O sol bem macio a me beijar
Fui ao Deus dará
Sem rumo, sem pressa
Buscando o nada pra nada encontrar
Velejando só e só velejando
Encontrei a paz
Foto de Eurípedes Damasceno
Na fração do segundo fracionado
Entre o grito e o estilhaço
No ouvir o estampido e sentir a dor
Nesse instante imensurável...
A gota caiu
A forma se deu
A alma surgiu
O milagre aconteceu
O olhar
No magnetismo do teus olhos
Você desconcertou os meus
Na magia quase perfeita do momento
Um breve tempo parou
São tantas as vertigens
Tantos sonhos flutuantes
Outros tantos desejos
Que, eu prefiro ficar calado
Não penso, não respiro
O êxtase é tão curto
Que eu só curto
O que é o encanto
Do olhar
O jogo da vida
O jogo da vida em muito se assemelha ao de futebol, vamos lá: de um lado VOCÊ futebol clube e do outro a VIDA. Se você tiver muita sorte e competência vai jogar os 90 minutos bem e se empatar vai pra prorrogação. Vou te explicar melhor, a VIDA sempre ganha, seja no tempo normal, prorrogação ou nos pênaltis. Na correlação dos números os minutos são anos, entendeu? O jogo começa quando você nasce, o apito estridente do juiz é seu grito na maternidade. O jogo é manso, bola pra lá, bola pra cá, os adversários se conhecendo, uma coisa meio morna, por mais que a torcida ( sua família ) faça muito barulho e, em compensação, não te cobra muito. Muita alegria, tudo é otimismo mesmo que você pise na bola e faça umas cagadas😁. O tempo vai passando e nos 15 minutos ( ou anos ) VOCÊ já tem os hormônios que te levam para o ataque, embora errando muito e sendo xingado pela torcida ( família) vai entrando no jogo duro contra a VIDA que não perdoa, e tome pernadas e empurrões. Um levanta e cai constante, e tome vaias. Lá pelos 20 minutos ( anos ) o vigor te faz correr muito, agilidade, dribles secos, cruzadas sensacionais, mas gol que é bom, nada. A partir dos 30 até os 45 minutos ( anos ) seu time ( VOCÊ ) acerta tudo, passes precisos, cabeçadas indefensáveis, e tome a fazer gols, até de letra você faz ( já és bilíngue), técnica e competência física é a tônica do time. Um apito: final do primeiro tempo.
No vestiário você relaxa um pouco, faz umas viagens maravilhosas, curte a família, os filhos, a grana que entra, o ego que aumenta dia a dia. O técnico te orienta: olha o excesso de confiança, o placar está a seu favor, cuidado que a VIDA costuma passar a perna e vai dar porrada, tinhosa, tal qual o time argentino, não vai te dar moleza não. Outro apito. Começa o segundo tempo, você joga bem, corre certeiro, mete mais uns gols até os 60 minutos tudo vai bem, aí começa a cansar, a técnica tem que superar a forma física, contusões em campo, substituições, o conjunto não rende mais, e começas a levar gols, alguns tolos, você descobre que a defesa tem que ser reforçada pra segurar o placar, o goleiro não dá conta dos chutes da VIDA. Aí, meu amigo, é dureza, até os 90 minutos ( anos ) você está aos peidos, sem força, a cabeça confusa, a torcida ( família ) já deixa o campo vendo que a VIDA está ganhando fácil e VOCÊ, com muita sorte, vai pra prorrogação. Outro apito.
Prorrogação começa, uma guerra a cada minuto, o time em frangalhos vai, com muita ajuda dos Santos ( não é o time de Pelé não ) conseguir ir para os pênaltis. Outro apito: pênaltis!
Você já sabe o final não é? Agora vem a máxima " o importante é competir " e com muita sorte levar o jogo até a prorrogação, e mais sorte ainda não ser interrompido por uma chuva torrencial, chamada MORTE, durante o tempo regulamentar.
Vamos bater uma bolinha?
Paulinho da canoa
" Olá como vai, eu vou indo e você tudo bem ? "
Na canoa vou levando a vida
A vida me levando
" Me perdoe a pressa, é a alma dos nossos negócios "
Você está mais marejado
E você muito mais marinheiro
" Quando é que você telefona, precisamos nos ver por aí "
No pôr do sol mais lindo
Nos veremos todos os dias
" Prometo, prometo, por favor não esqueça, não esqueça"
Adeus
Foto de Luiz Bhering
Amor em branco e preto
O preto no branco
O beijo partido
O branco no preto
Beijo assinado
O amor não tem forma
Ele, sim, se transforma
Na face registra sua força
Em curvas longas da felicidade
Guerra interior
A maior batalha da vida está dentro de nós: o RACIONAL x EMOCIONAL. O " R ", vou assim chamar o racional briga com o " E " por um espaço único na sua cabeça: a sua decisão. É muito difícil equilibrar essa batalha e, quem sabe, com muita sorte, interferir no momento certo para que a decisão seja a melhor. O " R " tem como seu técnico, na beira do ringue, a ciência e o conhecimento. O " E " ouve as orientações da platéia que está sempre torcendo para o " circo pegar fogo ", lá estão o ódio, o amor, os traumas, o medo ( esse é o mais barulhento ) e outros sentimentos escondidos. A briga é feia, o " R " sempre leva a primeira porrada e usa seu conhecimento, é um lutador de jiu-jitsu, usa da estratégia e das técnicas de submissão ( não adianta trocar pancada com o " E "). Já o adversário cai pra dentro com uma artilharia complexa de socos e chutes, muitas vezes leva o " R " ao nocaute. É assim que vivemos, eternamente brigando, uma batalha interminável, cujo o grande perdedor será sempre VOCÊ!
Foto de Chico Pelinca
Mentes brilhantes nasceram no Recife
O sol também
Poetas de grande valor e músicos
O vento lá estava
Capiba, o frevo, o galo da madrugada
Os coqueiros balançando
O Recife é lindo e altivo
Tem seus mistérios
E tem mais, muito mais
Ao nascer do sol
Na praia de boa viagem
O sol beija o mar salgado
O céu, como testemunha, observa
Eu estático olho um amor eterno
Sol e mar, mar e sol, até amanhã
Outro beijo virá, puro e simplesmente
Belo!
Roberto Solano