Na verdade a idade me atingiu como um raio no campo
Não a desejava como também tinha até medo da velhice
Ela me escolheu como uma menina colhe uma rosa
Simples assim
Fui ficando quase um sábio e quase um grande homem
Digo quase pois nada é definitivo depois de perder amigos
Nada nesta estrada vida é tão importante quanto a marcha
Simples assim
Ter a certeza que o tempo vale muito e não contabilizo
Contar dias é tão enfadonho quanto numerar os anos
O que vale é estar no jogo e não de marcar um gol
Simples assim
Ser maduro é tão mais fácil quanto menos praticamos
Treinar mais o que? A vida é uma mochila nas costas, leve-a
Simples assim
Ame mais e desconfie menos
Olhe mais para o vazio, com calma
Pra lá vamos um dia
E todo dia pense que haverá um amanhã
Simples assim
quinta-feira, 17 de janeiro de 2019
domingo, 6 de janeiro de 2019
Salada de segundos
Salada de segundos
Já devorei anos como um cão faminto
Engoli meses com voracidade juvenil
Algumas semanas foram mortas a pauladas
E esquecidas na geladeira da vida
Agora estou de dieta e como segundos
São eles deveras magros e sem sabor
É o que sobrou da feira vida vivida
É o que o relógio da vida me traz
sábado, 5 de janeiro de 2019
Conversa com meu espelho
Minhas conversas com o espelho são duras
A cada dia uma vaga resposta ele traz
Uma nova mentira vem no meu rosto
Ele mente muito de mãos dadas ao tempo
No meu melhor sorriso desconfio de seu olhar
Ele é tão falso quanto são sete anos de azar
Na minha tristeza o vermelho do olho salta
Para o mergulho infinito dos reflexos
A cada dia uma mudança, sem forças me despeço
Com raiva não faço a barba e sujo tua cara de sabão
Me rendo na tua imobilidade eterna sem um alô
Te deixo embaçado no banho quente da covardia
Perdão calado dou lhe para tua morte sem mim
Ficarás só na parede mofada até o prego te matar
Estraçalhado no chão vais sentir minha falta
E lá no espelho dos meus pecados te encontrarei
Adeus
A cada dia uma vaga resposta ele traz
Uma nova mentira vem no meu rosto
Ele mente muito de mãos dadas ao tempo
No meu melhor sorriso desconfio de seu olhar
Ele é tão falso quanto são sete anos de azar
Na minha tristeza o vermelho do olho salta
Para o mergulho infinito dos reflexos
A cada dia uma mudança, sem forças me despeço
Com raiva não faço a barba e sujo tua cara de sabão
Me rendo na tua imobilidade eterna sem um alô
Te deixo embaçado no banho quente da covardia
Perdão calado dou lhe para tua morte sem mim
Ficarás só na parede mofada até o prego te matar
Estraçalhado no chão vais sentir minha falta
E lá no espelho dos meus pecados te encontrarei
Adeus
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