terça-feira, 16 de junho de 2020

Conselhos pra quem se aposenta


As dicas : 


Short e sandálias a vontade, 

muita despreocupação, um punhado de sonhos, 

dinheirinho guardado no bolso,

 sono atrasado na mochila, pra gastar

 Não se esqueça de parar ao ver uma sombra e água fresca. 


Vá regar amigos, corrigir desavenças, plantar solidariedade

Seu companheiro é o tempo, quem você tanto queria

Esqueça o futuro, ele não te pertence, viva o agora

Seja cada vez mais observador, ouça o silêncio, um sábio


Tenha, sobretudo, a preguiça: ela será sua amante 

Reveja seus pecados, se arrependa, e cometa outros 

Divinamente destrua compromissos, construa sorrisos

Ame quem quiser, mas não esqueça do amigo aqui

Que te felicita 

quarta-feira, 10 de junho de 2020

Bateu uma saudade

Bateu uma saudade

Hoje bateu uma saudade infantil e pura

Do uniforme azul, dos paralelepípedos,  ladeira

Do campão, areia, sol quente na testa suada

Brincadeiras e vantagens, mentiras e medos


Bento santo

O tempo não se contava, a sineta sim

As aulas eram a doce espera do recreio

O recreio era a vida na forma mais simples

Nesse compasso os ventos e as lacerdinhas


Santo Bento


Vi de tudo um pouco, coragem, esperteza

Ouvi outro tanto, senti o tanto do espanto

Ri demais e chorei de menos, bom tempo

O que recebi não tem preço, foi só amigos e apreço


Colégio São Bento


Hoje bateu uma saudade

Maior ainda dos que não sentem mais

A saudade aqui juntos, pra lá foram

Jogar, brincar, no campão divino

Do

São Bento

domingo, 7 de junho de 2020

O pilar


O pilar 


Nasci com a missão maior de carregar

Como Aquiles faço meu árduo trabalho

Sou quem traz a sombra, o princípio

Na estrutura sou o rei, posto, de pé 


Quem me vê talvez não me compreenda

Sou forte por dentro, amigo de Euler

Sou o que mais reto te direciono 

Sou belo, másculo, herói calado


Sou coluna

Caminho

Pai 

Pilar 

Filho

Talvez até no espírito

Santo

Amém

quarta-feira, 3 de junho de 2020

Bateu uma tristeza

Bateu uma tristeza

Sem avisar ela chegou toda proza
Dona tristeza é assim, não entra, invade
Vai trazendo sua mala de más notícias
Joga tudo no meio da sala e senta

Agora a casa é dela, sem limites
Não sabe se aquietar, remexe, vendaval
Traz o frio e se agasalha na sua frente
Te ver chorar e ri, sem a menor cerimônia

Visita incerta

Agora o silêncio, esse é outro desamigo
Faz companhia à ela, se comunicam, telepatia
Te ignora com classe e elegância
Senhor de fino trato, frequenta teatro
É

Malvado

Sinto que estou bem só ao lado deles
Percebi que adentram e não tenho querer
Sou um mais no enorme clube dos tristes

Choro.