A solidão sentou, não mais sozinha
Acostumada a conversar com ninguém agora tinha companhia
Pediu café pra dona Tristeza, e um chá de paciência
Sem saber o que falar
A tristeza estava lá, esperando a Solidão
A Solidão conhecendo a Tristeza calada ficou
Já a Tristeza era popular, comunicativa, companheira de quase todos
Falando demais viu a Solidão chorar
A solidão quis dizer que era feliz
Quis sorrir com dentes amarelos
Quis ser feliz sendo só
A tristeza gargalhou...
As duas eram companheiras na mudez da dor
O café esfriou e a paciência se retirou
Duas senhoras com tanta afinidade e sem assunto
Se olharam...
A solidão entendeu o perigo
A tristeza não vive só
Então partiram quando ele chegou
O Amor, garboso e volúvel, sentou-se feliz
Disse: nos vemos amanhã, minhas queridas
Com um chopp na mão piscou os olhos e sorriu
E o bar fechou...
Roberto Solano Novaes
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