A falta do nada
Que falta faz o oco do tempo
O vazio absoluto por dentro
Olhar atravessado pra feiúra do umbigo
E descobrir que o dedo mindinho é nada
Olhar no céu o bailar das nuvens
Fechar os olhos na sombra da mangueira
E lá ouvir a sonata dos passarinhos
Pisar no chão de terra e esperar a chuva
Rir da besteira que é rir sozinho
E depois rir de novo
Só, e caminhar com sua sombra
Tentar correr dela
Chupar uma manga no pé
E, sem querer, pisar em uma formiga
Ser gente por pouco tempo
E depois voltar a ser gente sem tempo
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