O telefonema
O telefone era feio, preto, imóvel
Acorrentado à parede, escravo da família
Tinha personalidade, por vezes não funcionava
Não havia nudes, e sim mudes
No amor era o elo mais forte
"Liga pra mim", o pedido
" Te ligo amanhã", a promessa
O toque rude: " trimmmm, trimmmm"
O coração disparado
O amor não sobrevive sem a ligação
Época de poucos beijos e muitas palavras
Esperar o telefonema era castigo
Ser rápido no atender
Ter a voz mais doce
Não chorar
Hoje não há espera, não há emoção
O telefone simplesmente morreu
E a jura de amor eterno padeceu
O celular nasceu
Roberto Solano Novaes
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